Capítulo vinte ღ

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Propósito
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            Aquela voz me era familiar. No meio de tanta confusão, ainda com a distância, conseguimos ouvir os gritos de Bertholdt pedindo por ajuda. Ele provavelmente seria comido. A injeção que prometia transformar quem a tomasse em titã seria usada e assim, a pessoa herdaria os poderes do titã colossal. Ele clamava por ajuda, chamando pelo nome de Eve no processo. Decidi que não me aproximaria de Eve, mas com minha expressão de choque ela entendeu sobre o que se tratava. Logo me aproximei dela, tampando seus ouvidos. Olhei para Irina, dizendo para ela com o olhar que ela deveria fazer isso. Ao qual ela entendeu, se aproximou lentamente de sua irmã, a abraçou e tapou seus ouvidos da forma que fiz antes. Esse processo certamente não seria fácil para Eve, a menina mal piscava devido ao estado de choque.

            A situação diante de meus olhos certamente aconteceu muito rápido para que pudesse entender de início. Jean havia usado seu DMT para literalmente se jogar e, com sucesso, agarrar Hanji e tirá-la dali. Logo aquele titã quadrúpede horrendo apareceu e se não fosse por Jean, Hanji teria morrido ali mesmo, partida ao meio pela dentada de um troço esquisito. O titã quadrúpede também, por sua vez, obteve sucesso em capturar Reiner de volta. Ele era o verdadeiro significado de "vaso feio não quebra fácil". Tinha a impressão de que ele não morreria nunca. Assim como eu. Era um sentimento familiar, querendo ou não.

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Meu pescoço doía. Certamente pela posição que dormi. Estava confortável antes de dormir mas, ter ficado nessa posição por tanto tempo foi o que causou essas dores. Me agarrando um pouco mais a realidade, me questionei se de fato o que estava vivenciando naquele momento era parte do que era real. Questionei também por quantas vezes mais precisaria acordar ao lado de um certo alguém para entender que nunca era uma boa ideia acordar primeiro, talvez eu pudesse fingir que ainda estava dormindo, assim poderia aproveitar mais dessa situação. Rapidamente pude identificar que os papéis se inverteram, dito isso eu estava agora deitada praticamente acima daquele corpo enorme, com minha cabeça em seu peito, sentia seu peito vibrar como se ela estivesse cantarolando algo ou falando; suas mãos dançavam pelo meu cabelo delicadamente. Era um sonho. Como sempre acreditei. Bom demais para ser verdade e estar acontecendo comigo.
- Você finalmente acordou? - Ouvi a voz levemente rouca adentrar meus ouvidos, não consegui conter o suspiro de admiração e felicidade que logo escapou meus lábios.

- Não. Se acordar significa ter que sair daqui. Eu ainda tô dormindo, com certeza. - Respondi me aconchegando ainda mais, sentindo seu cheiro característico e também o cheiro de ambas pessoas que precisavam urgentemente de um banho. - Há quanto tempo você tá acordada? - Perguntei enquanto levantei minha mão até seu rosto, acariciando o mesmo levemente.

- Ainda estava escuro quando acordei. Você parecia desconfortável então eu...

- Tá tudo bem. Acho que encontrei meu novo lugar favorito no mundo. - Meu tom de voz estava baixo, sentia vergonha por estar falando com tanta sinceridade, ainda sentia medo dos riscos de me entregar tão facilmente a alguém. Como resposta, seus braços envolta de meu corpo usaram de bastante força para um abraço. - Acho que tem um probleminha. Tá me incomodando bastante...

- Hm? O que é?

- Não sei se vou conseguir continuar vivendo sem seus abraços. - Levantei minha cabeça, a fim de  manter contato visual. Nunca conseguia. - Ainda não consigo disfarçar o nervosismo também. Isso é um problema real.

Sinfonia de batalha - Hange Zoë x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora