Capítulo trinta

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Porque a chuva me escolheu?
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Algumas dores seriam melhores compensadas com a morte. Confusões também. A maioria dos sentimentos me perturbava. Dessa vez essa confusão se misturava brevemente com o gosto metálico em minha boca. E mais um sentimento familiar veio junto com o sangue que escorria em minha boca. Minha mente funcionava de forma nublada; de alguma forma mesmo me sentindo fora do meu próprio corpo, ainda conseguia sentir toques e ouvir palavras já ditas. Coisas que já aconteceram se repetiam, como se estivessem no presente. As dores físicas não doíam tanto quanto deveria, estava entorpecida.

O estado de anestesia logo foi cortado ao meio, como todas as poucas esperanças que tinha de melhorar; por um barulho de tiro.

Outro tiro.

Porque? Em quem? Porque era tão alto esse barulho? Outro tiro. Por que outro tiro?  Aquele barulho se repetia em minha cabeça em um ciclo.

Havia um corpo no chão. Um homem. Pude ver também aquela mesma mulher alta, dessa vez se curvando como uma pessoa educada. Yelena... A arma estava em uma de suas mãos. Não conseguia sequer identificar as palavras que ouvia. Percebi após alguns instantes que Irina estava sentada ao meu lado. Percebi também que estava no chão, como se tivesse apenas sido largada de qualquer jeito. Era uma cela. Tão pequena que chegava a ser claustrofóbico. Especialmente por ter ainda mais pessoas do que imaginava ali. Enquanto conversavam ali mesmo, tentei me levantar. Indo diretamente sem muita força para cima de uma mesa, esbarrando na mesma antes de conseguir fazer qualquer outra coisa. Irina logo veio atrás de mim, me ajudando. Com seu auxílio, consegui me sentar. Não entendi porque estava sentindo tanta tontura, inicialmente. Essa que logo passou quando me sentei e tentei me forçar à realidade novamente. Assim percebi o desespero estampado no olhar das pessoas ao meu redor. Não demorou muito para que algum tipo de tumulto viesse à minha mente, adentrando meus ouvidos inicialmente.
- Começou... - Ouvir a voz de Armin, que estava em seu tom desesperado como quase sempre, agora me trazia esse leve desespero. Com um breve susto, consegui me levantar. Me mantive em pé assim como os outros, que olhavam para cima como se fossem ver alguma coisa além da probabilidade daquele lugar desmoronar em poucos instantes. - Os titãs... Começaram a agir. - Era como assistir a uma guerra, ser um soldado que vive uma guerra mas, estar com as mãos atadas. Sem poder nem ao menos se mexer. Gritos de titãs e de pessoas; ainda mais tiros do que algum dia ouvi, alguns graves demais para vir de uma simples arma. Tudo estava sendo destruído sem que ao menos pudéssemos evitar.

- O que está havendo lá fora?! - Jean questionou para o homem que apareceu fora da cela, com chaves em suas mãos.

- O exército de Marley está atacando a partir dos céus com seus dirigíveis. - Onyankopon disse. - Aproximadamente quinhentos soldados foram atacados pelos titã de armadura, o da mandíbula e o transportador ao mesmo tempo! - Ele continuava dizendo enquanto abria a cela. - Eren está enfrentando todos sozinho. - Assim ele abriu a cela de vez. - Ele está lutando desesperadamente mas, mais cedo ou mais tarde vai ser derrotado. E o original será roubado por Marley! Por favor, ajudem-o. Ajudem Eren da forma que puderem. - O homem parecia desesperado.

- PARA DE PALHAÇADA, SEU DESGRAÇADO! Como assim "ajudá-lo"? - Essa atitude veio de quem menos esperava. Connie estava ameaçando o homem com tanto ódio que dessa vez, ele poderia ser levado a sério. Armin interviu. Acalmando todos, sendo prestativo e inteligente em suas explicações. Logo tudo estava relativamente mais calmo entre os que estavam ali.

"Escutem homens! Temos um número limitado de dispositivos de manobras tridimensionais aqui! Aqueles que não estiverem com uma braçadeira negra tem a prioridade para equipamento!"

Sinfonia de batalha - Hange Zoë x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora