Promessas
━━━━━━━━━━━━━━━━━━━━Logo partiram. E assim o fizeram quase lentamente, os observei até que sumissem no horizonte, sabendo que seria uma longa espera, me questionei por alguns instantes o que eu estava fazendo exatamente. Fiquei aqui apenas porque uma desconhecida me pediu, sem algum propósito, que provavelmente só aceitei porque não precisaria trabalhar naquele dia. Qualquer oportunidade de uma folga, estaria me enchendo os olhos, mesmo que eu mal fizesse alguma coisa no meu dia a dia, dessa vez eu tinha um respaldo. Voltando para os dormitórios, percebi que havia uma sala de estar, provavelmente para anúncios e reuniões. Haviam alguns livros nesse local, ao qual pensei que poderia voltar aqui para ler algum depois.
Por hora eu me sentei em um sofá, encarando os arredores por alguns minutos, buscando ideias. Finalmente me lembrei que trazia comigo um caderno velho feito a mão e um lápis improvisado; os fiz para anotações e alguns rabiscos que costumava fazer, do que via e de pessoas que me admiravam o suficiente, apenas para que não as perdesse em minhas vastas memórias. Não me considerava boa com retratos, algumas paisagens eram mal e porcamente retratadas devido a ausência de cores, mas era formidável poder olhar e ter meras lembranças de vistas que mereciam ser mais vezes apreciadas. Abri o caderno e observei o conteúdo que já havia lá, não era bom o suficiente para que eu gostasse, mas era o suficiente. Por um motivo óbvio que apenas o meu subconsciente entendia, decidi que desenharia a possível mudança que haveria em minha vida, ou melhor, a causadora dessa mudança.
Relutante por algum tempo, chequei em minhas memórias e pelo fato de ter tido oportunidade de observar bons detalhes, me fez questionar se ela percebeu que a observava dessa forma. Mesmo que estivesse apenas apreciando, foi o suficiente para que ela percebesse. Depois de observá-la de novo em minhas memórias, pude ter uma certa ideia de como começar. Decidi que faria um retrato da visão que pude ter do rosto posicionado de lado, assim poderia retratar bem a beleza que mais me chamava atenção: provavelmente o nariz mais bonito que tive a oportunidade de colocar os olhos. Lutei contra os meus pensamentos, por medo de parecer uma fanática ou pervertida, afinal eu mal a conhecia, porque a admirava o suficiente para que ela ficasse em meus registros pessoais? Ainda mais feitos à mão. Queria poder ter a oportunidade de retratar as cores. Eram cores simples, mas que cativaram o meu olhar a ponto de que eu ficasse obcecada sem ao menos perceber. Estava com o desenho pela metade quando percebi que uma parte do dia havia se passado. Não estava próximo de escurecer, mas era relativamente próximo do horário em que eles retornariam e aquela sala estaria cheia novamente. Guardei meus pertences e segui para a estante de livros, percebendo que a maioria eram sobre assuntos irrelevantes, me questionei se não havia algum livro que contasse brevemente a história desse quase fim de mundo, mas não havia nada.
Desisti de procurar algo para fazer, decidi andar pelos corredores dos dormitórios, indo lentamente pelos corredores enquanto observava portas fechadas e marcadas pela idade. Todas as portas estavam fechadas, havia poeira por toda parte, o que não seria algo alarmante devido ao fato de que todos que ficavam ali, mal passavam seus dias ali, e alguns nem retornavam. A depressão acerca do anseio pela liberdade deveria ser efêmera. Ao mesmo tempo em que me questionava o porquê de serem suicidas, eu questionava a mim mesma por ter a mesma essência e não conseguir fazer nada. Talvez fosse isso que me cativasse tanto em relação a essa mudança repentina que provavelmente aconteceria. Eu não tinha nada ao que me agarrar além da curiosidade de ver paisagens que não terei a oportunidade devido às muralhas. Era como se eu precisasse de um propósito, mas o que seria isso? Seria por esse motivo o fato de que eu me apegava tão facilmente a coisas rasas?
Chegando ao final do corredor, me tirando de meus pensamentos, percebi que havia um quarto com uma placa na porta, provavelmente seriam dos superiores da tropa; pude observar o nome, a "Líder de Esquadrão Hange Zoë", me fez questionar seu cargo por alguns instantes, mas depois disso, relevei por achar que estava pensando demais na mesma pessoa.
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Sinfonia de batalha - Hange Zoë x OC
FanfictionNada iria como planejado, nesse caso, o tempo realmente sabia o que estava fazendo ao juntar duas pessoas que foram em busca de entender o que são todos esses sentimentos e como lidar com isso. ❝Confrontando todos meus pensamentos por acreditar, co...