Capítulo trinta e dois; ☽

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Eu me apaixonei por uma guerra [...]
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Memórias nem sempre foram um lugar seguro mas, às vezes, se manter em lugares especificamente felizes é o que precisava para simplesmente não deixar de existir. E às vezes essas memórias surgiam sem que eu percebesse...

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            Tudo isso aconteceu há tanto tempo, que apenas me questionava como conseguia lembrar exatamente de como aconteceu, lembrava daquela sensação boa de estar conhecendo uma pessoa previamente incrível. Mal tinha noção do quanto seria feliz pouco tempo depois.

❝ - É meio difícil pensar racionalmente quando eu mal recebi treinamento com cavalos.

- Eu não tinha pensado nisso... Bom, por hora você não vai precisar lidar com cavalos, e mantendo uma certa distância do perigo, você não precisa se preocupar. Tem isso aqui também, só por via das dúvidas pra garantir que você não vai embora sem falar comigo. - Ela tirou a capa características da Tropa de Explorações que vestia, colocando a mesma em meus ombros. - Se decidir de fato entrar, você vai ter uma dessas nova. E quanto ao treinamento com os cavalos também.

- Você tem certeza que não seria irresponsável de sua parte, senhora Hanji?

- Não preciso responder nada.

- Mas...

- Não tem muito o que falar, mas se você não se sentir confortável e segura, você não precisa ficar.

- Você fala isso depois de me instigar? O que eu faço com a curiosidade agora?

- Essa era minha intenção. - Ela disse, rindo de forma nervosa enquanto aproximei nossos ombros, não literalmente pois o dela estava há alguns bons centímetros de distância do meu. ❞

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As coisas quase sempre se repetiam. Não que eu pudesse fazer algo para evitar, eu nunca podia fazer alguma coisa. O universo ou qualquer outra coisa me fazia lembrar de que eu era, a quase todo mundo, insignificante. Uma pessoa, pequena diga-se de passagem, que não conseguia mudar nada com a própria força. Baseei toda minha existência a viver como um soldado. Inicialmente meu plano era me dedicar a isso mas, meus planos foram literalmente esmagados em minha frente. Vi esse mesmo plano sofrer até morrer. Esse sempre foi meu principal problema. Mesmo que lutasse com unhas e dentes para não dar outro tiro no escuro, sempre procurava por respostas fora do meu mero alcance. A cada dia parecia que estava afundando cada vez mais. Mesmo com meus olhos bem abertos e acordados, eu ainda conseguia sentir o desespero por medo de que desistissem de mim. Da mesma forma que eu desisti de mim...

Cada dia as coisas se provavam. Mesmo que eu tenha tentado não ignorar, tenha tentado ajudar a evitar esses machucados. "Existem coisas que podemos ter mas não podemos manter." Essa era uma das lições que eu não queria ter aprendido.

O estrondo, como assim os loucos chamavam, estava próximo. O barulho era alto, qualquer um ali escutava o desespero se aproximar. Cada vez mais, de forma lenta mas contínua. Pouco mais cedo, um dos soldados daquela pequena ilha apareceu nas águas próximas àquele lugar, disseram que o mesmo se prendeu ao nosso navio e nos seguiu até ali; o mesmo atirou de forma frenética onde estávamos e por fim, no barco voador, aquele mesmo em que viemos atrás, para poder ir atrás da salvação direta. O tanque de combustível foi comprometido, assim, não haveria como sair dali. Ou assim pensei, até um bom e gentil homem se prontificar a solucionar esse conflito inicial mas, demoraria... Mal tinha noção, em minhas especulações, que aquele seria o começo do fim. Era como uma contagem progressiva, aumentando aos poucos... Agora estamos no número um.

Sinfonia de batalha - Hange Zoë x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora