Capítulo vinte e cinco

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Figurantes
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Longos e cansativos três meses haviam corrido. E é óbvio que a unidade do reconhecimento precisaria executar boa parte da limpeza da Muralha Maria. Em relação aos titãs, era fácil matá-los, por um motivo específico, me esforcei mais do que o normal. Nesse meio tempo só tive tempo para matar gigantes e dormir; ao menos tinha uma companhia maravilhosa, essa que apenas cochilava comigo de vez em quando e me jogava beijos no vento sempre que estava há alguns metros de distância. Mesmo com a distância e a falta de tempo, eu me sentia amada, assim como estava cada vez mais apaixonada e parecia tão recíproco que me mantinha constantemente querendo estar na realidade. Eu estava ciente de que seria assim; contudo nosso pouco tempo era suficiente para mim. Mas mesmo com tanta felicidade, meu cérebro ainda não tinha noção de tempo, especialmente quando eu me cansava, mal percebi quando haviam se passado todos esses meses de trabalho árduo, sem tempo para nada além de dormir e comer. Além de matar titãs, passou um bom tempo de reconstrução também, algumas pessoas poderiam voltar para sua terra natal e para mim, sentia apenas um alívio por não ser igual o que era antes e que não teria de ficar tanto tempo naquele lugar. Com sorte.

Naquela semana conseguimos uma folga. De dois dias ou três. Todos trabalhavam com suas forças no ápice para cumprir suas missões pessoais. Era bom finalmente ter tempo para respirar tranquilamente. Não queria dizer que seria folga para minha amada também. Ela seguia fazendo planos e mais planos que estavam há poucos meses de se realizarem. Naquele momento estávamos na manhã, após a primeira refeição do dia ela voltou para sua mesa em seu escritório e eu a segui, puxando uma cadeira comigo para me sentar naquela mesa pequena também.
- Posso ficar aqui também? - Perguntei enquanto segurava meu caderno contra meu peito e a cadeira em minha outra mão.

- Por favor, fique aqui também. - Ela respondeu, em seguida colocando seus braços na mesa, apoiando seu queixo no mesmo, ela me observava aconchegar na cadeira com meus joelhos para cima, usando-o para apoiar o caderno. Me olhando com um sorriso no rosto, sua expressão era clara mesmo com um de seus olhos tampados por um tapa olho preto; o que me incomodava bastante pois não conseguia entender o motivo de ter que tampar.

            Aproveitei aquele momento em que ela voltou a se concentrar para desenhá-la, obviamente. Sua expressão era séria porém se acalmava aos pouquinhos, resultando em um brevíssimo sorriso. Ela não tirava seu olhar dos papéis e não mexia muito sua cabeça, o que facilitava para mim que já havia começado a esboçar esse exato momento. Sua expressão calma, junto com seu lindo olhar que refletia a luz que entrava pela janela, seus lábios levemente avermelhados. Logo chegando em minha parte mais que favorita: o nariz mais bonito que um dia pude ver, sua curva harmoniosa. Eu poderia passar horas apenas olhando para esse detalhe maravilhoso. Assim que comecei a passar o lápis no papel para desenhar seu nariz, ela levantou seu olhar, encontrando o meu e percebendo que eu a encarava demais.
- Porque você se mexeu? Eu tava te desenhando. - Bufei, cruzando os braços enquanto vestia um olhar irritado até demais, ou talvez fosse ainda a timidez por ter sido flagrada.

- Eu não sabia. Me desculpa. - Ela disse rindo, levantando suas mãos em defesa. Logo parou de se mexer, olhando para mim fixamente, seu rosto estava avermelhado por algum motivo.

- Assim não, pode voltar a fazer o que estava fazendo antes. - Disse ao perceber que ela estava parada por conta do que eu estava fazendo. - Assim não dá pra ver seu nariz bonito.

- Nariz bonito? - Ela perguntou, me olhando por cima dos óculos.

- Bonito é pouco. - Coloquei minha mão em minha bochecha para olhar para seu rosto com minha melhor cara de boba.

Sinfonia de batalha - Hange Zoë x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora