Capítulo doze

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Estilhaços de confiança
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Essa sensação era familiar. Não é nada do que esperava, mas, era evidente que minha vida havia mudado e, arriscando ela cada vez mais teriam suas consequências, e aqui estava a mais recente das consequências de ser uma pessoa avoada que não presta atenção em seu redor. A luz do sol novamente adentrava meus olhos, dessa vez não doía tanto, mas era suficiente para me fazer encolher e tremer em dor, em cima de um colchão duro. Dessa vez minha cabeça não doía e estava posicionada de uma forma estranha na cama, havia um travesseiro abaixo de minhas pernas e outro em minha cabeça; a dor vinha da parte de trás de meu corpo, na verdade era na lateral, nesse momento me lembrei de quase tudo que havia acontecido na última vez que estive consciente, meus pensamentos me deixaram preocupada e imediatamente me levantei, abrindo meus olhos por completo e tentando examinar onde estava. Era a mesma enfermaria da última vez, esse lugar cheirava muito mal, me questionei se a limpeza estava correta para um lugar que lida com pessoas feridas e coisa pior. Olhei nas camas ao lado direito e a maioria estava vazia, olhando para o lado esquerdo pude ver Eve na cama ao lado da minha, a menina parecia imersa em seus pensamentos enquanto estava sentada abraçando seus joelhos próximos ao peito, ela olhava pela janela enquanto a luz do sol refletia em sua pele pálida. Tentei me sentar da mesma forma que a menina, mas a dor que sentia me impedia de fazer qualquer coisa.
- Você não pode fazer tanto esforço assim, você sabe, né? - Eve disse, sem ao menos mudar seu olhar de direção.

- O que aconteceu? - Perguntei.

- Muito mais do que eu poderia contar, Raven. Aconteceu muita coisa, muita merda. - Ela disse agora colocando sua cabeça escondida em seus braços. Naquele momento me lembrei dos acontecimentos fatais, especialmente acerca das novas descobertas sobre os titãs. - Mas que eu saiba, você tem umas três costelas fraturadas.

- Eu sinto muito. - Disse à menina assim que ela parou de falar.

- Sente muito pelo que?

- Por toda a situação com o Bert-

- Você não precisa falar disso. - Ela me cortou ao ouvir o nome, mal percebi a inconveniência até ver que a menina estava levemente irritada com o assunto trazido à tona.

- Sabe, eu não acreditei que ainda era possível amar nesse mundo, até ver como ele mudou até suas expressões para algo mais feliz e menos neutro.

- Não, sério, não precisa falar disso.

- Porque?

- Você é burra ou algo do tipo?

- Sou. - Respondi, sorrindo como uma idiota.

- Dá pra notar, não só por isso.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Não sei se é uma boa ideia. - O silêncio durou pouco enquanto ela passava a mão pelo cabelo, parecendo cansada. - Fala.

- Você se arrepende?

- Me arrependo de que?

- De ter tentado alguma coisa e ter acabado dessa forma.

- Eu não quero acreditar que é verdade... -Ela pausou, parecendo ainda mais imersa em seus pensamentos incessantes. - Não me arrependo de nada, de nenhuma decisão. Eu nunca fui tão feliz, pra falar a verdade. Eu não quero falar sobre isso, não agora, me desculpe. - Ela parou de falar após perceber que estava falando, o que era irônico mas, normal.

- Tá tudo bem, o mínimo que posso fazer é respeitar. Cadê Irina?

- Ela foi na missão para resgatar o Eren.

Sinfonia de batalha - Hange Zoë x OCOnde histórias criam vida. Descubra agora