Capítulo 3

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   Os passos altos de John B foi o que me acordou na manhã seguinte. Abri um olho, vendo John B sair de seu quarto. Olhei para a minha esquerda, vendo JJ adormecido. Grogue, eu me sentei sonolenta.

— Beck, JJ, vocês estiveram lá fora? — bocejei, me espreguiçando enquanto me levantava. 

— Parece que estive lá fora?

— Não, mano, eu peguei poliomielite. Não consigo andar. — JJ murmurou, o rosto ainda afundado no travesseiro, provavelmente babando em todo lugar. 

   Calcei meus tênis, seguindo John B para o gramado, avaliando os danos da noite anterior.

   Bebi mais do que normalmente na noite passada, mostrando a JJ e John B como tocar guitarra enquanto ignorávamos a forte tempestade lá fora a noite toda.

   Para ser honesta, durante as tempestades eu dormia melhor. Algo sobre a chuva forte, os ventos raivosos e a sensação subjacente de que “uma árvore pode me esmagar durante o sono” é a receita perfeita para a soneca.

   Observamos todas as árvores caídas e galhos espalhados. Me encolhi quando notei todos os buracos na rede ao redor de sua varanda. Isso seria uma merda de consertar, se John B se incomodasse. 

   Sentei-me na escada, observando John B observar a área, murmurando para si mesmo enquanto caminhava.

— Agatha fez muito estrago? — JJ perguntou, bebendo uma cerveja ao sair, parando no topo da escada. Olhei para ele com descrença.

— Fez, sim. — disse John B de onde quer que estivesse.

— Você mal se levantou há dez minutos e já está bebendo? — julguei, olhando para o garoto loiro enquanto ele revirava os olhos, esmagando sua lata e jogando-a em algum lugar distante.

— É um talento, Winslow.

— Parece mais um vício para mim. — murmurei. JJ não respondeu, em vez disso, mandou um arroto na minha direção, fazendo-me engasgar.

   Levantei-me e caminhei na direção de onde John B estava tirando todos os galhos de seu barco, HMS POGUE. JJ o seguiu de perto.

   Gotas de chuva ainda caíam das árvores acima enquanto trovões ainda rolavam à distância. Estremeci quando a chuva fria da manhã atingiu meu ombro nu. Mas não me esquivei da sensação porque sabia que na próxima hora estaria muito quente - como sempre é por aqui.

— No que está pensando? — JJ perguntou a John B quando chegamos ao barco. 

   Nós dois ajudamos a limpar o barco enquanto John B pulava para o lado e depois para dentro do barco. Ele olhou entre nós dois, um olhar pensativo em seu rosto. 

— Que a tempestade empurrou todos os carangueijos pro pântano. Os peixes vão atrás deles.

— O Conselho Tutelar não vinha hoje? — questionei, lembrando-me dele mencionando algo sobre isso outro dia. JJ acenou com a cabeça como se estivesse prestes a dizer a mesma coisa.

— Não, não vão entrar numa balsa. — disse John B com desdém. — Qual é, pense. É Deus nos mandando pescar.

   JJ e eu trocamos uma olhada. Embora não concordássemos muito, podíamos encontrar um terreno comum quando se tratava de nossos amigos. Ou, como JJ gosta de dizer, seus amigos e as pessoas que eu incomodo. 

   Hesitantemente, ajudamos John B a colocar o barco na água, limpando os galhos e objetos diversos à medida que avançávamos.

𝐏𝐫𝐨𝐯𝐨𝐜𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 | JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora