Capítulo 10

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   O pânico encheu a sala enquanto tentávamos encontrar uma solução.

   As paredes tremiam enquanto eu corria meus dedos sobre minhas tranças, meu corpo sendo tomado pela náusea. Espiei pela janela, rezando para que isso fosse apenas um pesadelo distorcido provocado pelo vazio da casa da minha tia. Belisquei minha pele, implorando para acordar. Em vez de acordar, reparei estar suada e exausta, me deparei com a verdade de que poderia morrer. De novo.

— Isso está abaixo do ideal. — disse Pope, engolindo em seco, passando a mão no rosto.

— Pope, seu vocabulário está me estressando mais. — gritei. — Se pudéssemos usar palavras que todos entendem, seria ótimo.

— John B, eu te disse. Por que sempre- — JJ enlouqueceu, andando pela sala. John B empurrou JJ contra a parede. — JJ! Ei! Olhe para mim. Onde está a arma?

   Meu peito subia e descia enquanto pensava em um dos meus amigos usando uma arma letal para proteger o resto de nós. Comecei a respirar mais rápido, como uma bicicleta rolando montanha abaixo, minha movimentação agitada negando qualquer descanso.

   Kie esfregou minhas costas, proferindo palavras suaves em meu ouvido enquanto reconhecia os sinais de um ataque de pânico. Meu peito começou a doer, levando-me a mão, tratando de um ferimento de bala imaginário.

— Arma? Eu, uh, eu não posso- — JJ gaguejou sob a pressão dos olhares esperançosos de todos.

— Agora você não tem a arma, a única vez que precisamos de uma? — Kie exclamou enquanto continuava com o carinho nas minhas costas.

   Eu teria comentado sobre a ironia de JJ não estar com a arma nele, mas meus pulmões não tinham o ar de que precisavam para me ajudar a produzir som. Tudo que eu podia fazer era choramingar, fechando os olhos com força.

— Beckett, respire. Você vai desmaiar se não se acalmar. — Pope me avisou, segurando meu rosto com as mãos para me fazer olhá-lo. Balancei minha cabeça rapidamente, tentando me concentrar na minha respiração agora.

— Estava na minha mochila, e então eu-

— Na varanda. — concluiu John B para JJ, apontando para a varanda. — Está na varanda.

   Soltei outro gemido quando JJ abriu a porta, indo em direção à varanda. Eu queria gritar, implorar para que não fosse, lançar a ideia de esquecermos a arma e corrermos enquanto podemos. Mas ele já estava na sala de estar.

John Routledge! — a mesma voz profunda e raivosa que John B, JJ e eu ouvimos na casa da Sra. Lana, gritou. — Saia agora!

   JJ voltou para o quarto, fechando a porta com força atrás de si. Ele se encostou na entrada do cômodo, seu peito subindo e descendo de forma anormal. 

Onde está a bússola?! — a voz do homem continuou.

   John B olhou JJ nos olhos, seu rosto estranhamente perto de JJ. — Onde está a arma?

— Eles estão na varanda da frente, gente... — JJ respondeu, olhando para todos nós. 

   Fizemos contato visual, sua expressão culpada se multiplicou quando seus olhos perceberam meu estado de pânico. Eu mal conseguia respirar adequadamente enquanto lutava contra a vontade de vomitar.

Saia de onde estiver!

   Engoli a bile que rastejou em minha garganta enquanto os sons familiares de batendo e quebrando enchiam meus ouvidos.

   Olhei ansiosamente para todos enquanto eles analisavam o local, tentando encontrar uma solução. Eu estava começando a sentir que não havia saida.

𝐏𝐫𝐨𝐯𝐨𝐜𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 | JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora