𝐏𝐫𝐨𝐯𝐨𝐜𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 | JJ Maybank

Capítulo 33

   Corremos até chegarmos à cidade, havia cadeiras descartadas, latas de lixo e velhas caixas de papelão no caminho. Eu podia ouvir o sangue em minhas veias bombeando de toda a adrenalina em meu corpo. Meu peito arfou enquanto corria a mão pelo rosto, tentando acalmar meus nervos.

   Minha cabeça virou para o céu quando ouvi o barulho familiar de um avião. Cerrei meus dentes enquanto xingava interiormente.

— Lá se vai o ouro. — praguejou Pope, colocando as mãos na cabeça. Prendi a respiração quando JJ chutou uma pilha de caixas de papelão ao meu lado, xingando quando bateu no material.

   Vacilei quando Pope pegou uma pedra, jogando-a com toda a sua força pela pequena cabana em que estávamos.

— PUTA QUE PARIU! — o moreno gritou, pegando um velho taco de beisebol. Ele quebrou uma caixa esfarrapada, enviando toda a sujeira e poeira para o ar enquanto batia continuamente, liberando todas as suas frustrações. — MERDA! PUTA MERDA!

   Ele mudou-se para o vidro, encolhendo-se à medida que estourou, os cacos voando em sua direção. Atingiu um microondas, quebrando a porta enquanto soltava gritos de guerra. Assisti com horror quando meu amigo perdeu completamente a cabeça.

   Pope balançou sem rumo, procurando por algo para acertar. Gritando e gritando enquanto batia em coisas aleatórias. JJ olhou entre Kiara e eu, imaginando qual seria nosso próximo passo.

— Pope? — Kiara o chamou, tentando fazê-lo se acalmar. Mas ele não deu ouvidos, em vez disso, pegou uma lata de lixo e atirou-a pela sala, gritando enquanto batia no chão. Ele começou a hiperventilar enquanto desmoronava em sua crise de raiva. — Pope!

   Ele se sentou, a respiração curta e rápida. Seu rosto se contorceu de dor enquanto seus lábios tremiam, mostrando sua vulnerabilidade.

— É isso aí, cara. — JJ o encorajou, caminhando em direção ao amigo com um olhar compreensivo em seu rosto. — Eu estava me perguntando quando isso iria acontecer.

   Minhas sobrancelhas franziram em confusão quando JJ ofereceu a Pope seu cigarro, que eu sabia que tinha cápsulas de THC. Observei com curiosidade se Pope aceitaria ou não.

— Aqui está, chefe. — o moreno olhou com ceticismo para a droga que estava sendo oferecida.

   Seus olhos lacrimejantes disparando entre JJ e o entorpecente. — Um pouco de erva não faz mal a ninguém. — o loiro incentivou.

— JJ... — Kiara avisou, enviando-lhe olhares furiosos. Mas a mão do menino não vacilou. Ficou na frente do rosto de Pope, tentando-o.

— Relaxe, Kie. — resmungou a ela, ignorando seu aviso.

— Você sabe que ele não fuma. — retrucou Kie, balançando a cabeça.

— Isso não significa que ele nunca vai. — acrescentei, encolhendo os ombros. A mão trêmula de Pope pegou o baseado do JJ.

— Bem, talvez não até hoje. — disse JJ, respondendo ao que Kiara disse alguns segundos atrás. Pope olhou para a droga, seus olhos o estudando como se fosse um teste. O Maybank se sentou ao lado de Pope, acomodando-se no velho sofá.

— Pope, — Kiara começou. — Como isso vai ajudar?

— Eu perdi minha bolsa de estudos. — ele resmungou, olhando para Kiara. — Sai no meio da entrevista. Tudo se foi. Não vai acontecer.

— Você fez isso por nós? — Kiara murmurou, sua voz quase um sussurro.

— Não, não por nós. — disse Pope, estreitando os olhos enquanto se levantava para a amiga. — Por nada.