Capítulo 5

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   Sentei-me contra o lado esquerdo do barco, oposto a Kiara. Podia senti-la tentando pegar meu olhar, mas eu estava sendo teimosa, olhando para qualquer lugar, menos para ela, conforme nos aproximávamos do motel.

   Os meninos estavam confusos, mas sabiamente não mencionaram nada sobre a nossa falta de comunicação.

   Ela me deu muito em que pensar. Não achei que estava dando a JJ o olhar de 'Eu quero que você me beije'. Não havia nada de diferente entre JJ e eu. Ele ainda era grosseiramente rude comigo, e eu ainda estava fazendo isso de volta.

   Não acordei repentinamente um dia e decidi que queria que JJ me agarrase - porque não quero. Além disso, fiquei amargurada por ela ter decidido que minhas preocupações sobre as vibrações dentro do nosso grupo não eram importantes.

   Suspirei, tirando meu cabelo do ombro enquanto nos aproximávamos do motel. Internamente, decidi falar com Kie mais tarde e limpar o ar, mas, por enquanto, estava contente em não falar com ela.

   Um assobio baixo de JJ me tirou dos meus pensamentos. — Achei que o Château fosse ruim. — brincou.

— Este lugar é uma merda. — murmurou John B enquanto nos guiava em direção à beira do pântano.

— Motel ou laboratório de metanfetamina? — Kie adicionou.

— Você decide. — disse Pope.

   Soltei um longo suspiro enquanto percebia os danos que Agatha deixou para trás. Árvores, placas e lixo cobriam toda a propriedade. Colchões ficavam do lado de fora de todos os cômodos, o que me fazia acreditar que estavam superando uma epidemia de percevejos ou os estavam exalando. Até pedaços do telhado foram arrancados.

   Meu estômago virou enquanto orava para que a casa da minha tia não estivesse em qualquer condição semelhante a este lugar.

— Quem tem um Grady-White não ficaria aqui. — afirmou John B.

— Não, quem tem um Grady-White seria morto aqui. — comentou Pope.

   Eu bufei. — Mais como o lugar onde alguém com um Grady-White traz alguém para matar.

   Trouxemos o barco mais perto da costa. Assim que chegamos perto o suficiente, JJ saltou.

— Aqui é o seu capitão falando. HMS Pogue aportanto. — gritou enquanto nos esperava, amarrando o barco a alguma coisa. John B saiu do barco depois, os dois nos deram três sorrisos cafonas.

   Pope se virou para mim: — Você deveria ir com eles e impedir que façam algo estúpido.

   Balancei a cabeça, saindo do barco. John B ofereceu sua mão, que peguei graciosamente.

— Eu não estou fazendo nenhuma promessa, Pee. — eu disse a Pope por cima do ombro enquanto caminhava até onde JJ estava.

— Ei, tenha cuidado. — disse Kie a John B. enquanto lhe entregava a chave do motel. — É sério.

   Meus olhos estavam grudados em suas mãos enquanto seu toque demorava por um segundo, olhando nos olhos um do outro. Eu segurei a vontade de rir alto e chamar Kie de suas próprias besteiras. É bom que ela tenha me chamado há quase vinte minutos de suas baboseiras, mas está dando olhares 'Eu quero que você me dê um beijo' à John B.

   Hipócrita.

   Eu ri, me virando e caminhando em direção ao motel. Andei um pouco à frente de John B e JJ, colocando alguma distância entre nós enquanto conversavam sobre os colchões. Subimos as escadas enferrujadas e frágeis e começamos a percorrer um longo trecho de portas.

𝐏𝐫𝐨𝐯𝐨𝐜𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 | JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora