Capítulo 01

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Somos os Pogues e nossa missão neste verão é nos divertirmos o tempo todo.

   Enrolei uma mecha de cabelo castanho-escuro ao redor do meu dedo delicado enquanto olhava um grupo de meninos enquanto caminhava, adicionando um balanço extra aos meus quadris ao passar por eles. Sorri, me sentindo realizada quando ouvi seus sussurros e senti seus olhares nas minhas costas. Talvez eles se lembrem da garota bonita que viram na rua principal.

   Olhei a pequena lista de compras que fiz, amassando o papel em minhas mãos e jogando-o em uma lixeira perto em seguida.

   Entrei no pequeno mercado, o único por perto. O ar condicionado bateu forte, resfriando instantaneamente meu corpo quente e pegajoso. Coloquei a mecha solta de cabelo atrás da orelha, abrindo um sorriso inocente para o caixa. Os olhos do homem mais velho brilharam como os de uma criança na manhã de Natal, feliz com todos os presentes que o Papai Noel havia deixado.

   Na verdade, eu era os presentes e o caixa era uma criança assustadora.

   Naveguei pelos corredores em busca de batatas fritas e doces. Enfiei a mão no bolso de trás, procurando as duas notas de cinco dólares que estavam lá.

   Meu coração afundou quando cheguei vazio. Intercalei minha atenção entre as guloseimas em minhas mãos e o caixa que dava olhares sedutores. Engoli em seco, caminhando até ele, pensando em como eu sairia dessa.

— Olá... — eu disse lentamente enquanto me aproximava do balcão.

   O homem olhou meu corpo de cima a baixo, observando meu short jeans e a parte de cima do biquíni com uma camisa havaiana desabotoada, mantendo-me modesta o suficiente para as partes movimentadas da ilha. Para evitar seu olhar, olhei para meus tênis de cano baixo surrados.

— Bom dia, moça bonita. — cumprimentou o caixa. Continuei olhando para qualquer outro lugar, menos para o rosto do homem.

   Enquanto crescia, minha mãe sempre me alertou sobre as desvantagens de ter um rosto bonito. É claro que não acreditei nela até fazer treze anos e chegar à puberdade. Sim, gosto da atenção dos meninos da minha idade, mas poderia viver sem os olhares predatórios de homens com idade para ser meu pai. Desconfortavelmente, coloquei meus itens no balcão.

— Se preparando para a grande tempestade? Ela está indo com tudo! — ele falou, lambendo os lábios rachados.

   Olhei sem jeito para minhas batatas fritas e doces. Sim, porque estes são alimentos ideais para tempestades.

   Ri sem entusiasmo, escovando uma mecha de cabelo por cima do ombro enquanto olhava para a porta, resmungando:

— Na verdade, eu não tinha ideia de que uma tempestade estava chegando.

   Meus olhos observaram de perto enquanto ele examinava cada item, em seguida, colocava o item digitalizado em uma sacola no balcão. Perfeito. Continuei calma enquanto ele arrumava os itens, seus dedos batendo rapidamente contra o caixa.

— Vai ficar quente amanhã à noite, querida. De qualquer forma, seu total é 9,67. — engoli em seco enquanto fingia procurar troco, cavando em cada bolso. Parei e olhei para o homem.

   Depois de ficar completamente imóvel por um momento enquanto ele me observava, agarrei a bolsa com uma velocidade relâmpago e corri em direção à porta. O homem saiu de trás do balcão em segundos quando bati na porta de vidro suja, os sinos tocando loucamente enquanto eu cambaleava para a rua, ganhando a atenção de alguns pedestres. Soltei um grito surpreso quando avistei um policial do outro lado da rua movimentada.

𝐏𝐫𝐨𝐯𝐨𝐜𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 | JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora