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Vicenzo Riina
1982
Itália - Sicília

Estavamos voltando do Shopping, eu, minha mãe e seu primo Fabrício, chefe da nossa segurança.

Conversávamos sobre o baile onde eu iria ser apresentado formalmente como sucessor do meu pai.
Antoni Riina. O Capo di Tutti Capi. O homem mais poderoso do mundo do crime.

Ela dizia como eu deveria me portar no baile, pois todos estariam de olho em mim.

Minha iniciação já havia começado quando fiz 7 anos, hoje tenho 10 anos e me tornaria Homem feito aos 13 anos. A responsabilidade de ser o Capo da Família era grande, mesmo eu com apenas 10 anos, já sabia que não seria fácil substituir meu pai um dia.

Escutamos um estrondo, o carro de trás que fazia nossa escolta cruzou a pista e capotou.

Tio Fabrício imediatamente ligou para meu pai, dizendo que estávamos sob ataque. O carro da frente, também da escolta explodiu.

Minha mãe gritou, me abraçou forte e começou a chorar.

Tio Fabrício tentou a acalmar lá, mas mamãe não parava de tremer, chorar e me apertar em seus braços.

O nosso carro foi fechado por uma Pickup, onde 4 homens armado desceram rápido. Matando o nosso motorista de imediato assim que ele saiu do carro.

Tio Fabrício nos tirou do carro e começou a trocar tiro com eles, acertando 3 dos 4 homens, mandou corremos.

Assim fizemos, ele conseguiu matar o 4º homem.

Voltamos para entrar no nosso carro, quando um dos homens caído, atirou.

Tio Fabrício sem pensar duas vezes, entrou na frente da bala que ia de encontro a minha cabeça, acertando em cheio seu peito.

Minha mãe pegou sua arma e atirou do homem que tinha atirado.

Minha mãe se ajoelhou e pressionou o ferimento do peito dele, mas não parava de sair sangue, ela chorava e falava que o amava, que ele não podia morrer, pois sua filha já estava pra nascer.

Eu comecei a ficar tonto, uma ardência na lateral da minha cabeça começou.

Coloquei a mão e havia muito sangue, só consegui chamar por minha mãe e tudo escureceu.

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Estou com muita dor de cabeça, não consigo abrir os olhos. Escuto a voz da minha mãe e do meu pai, mas não intendo o que os dois estão discutindo.

Abro os olhos de vagar e estou em um quarto do hospital da máfia.

Minha mãe me olha e começa a chorar e agradecer a Deus por eu ter acordado.

Meu pai vem até mim e me abraça forte. Não me lembro de ter ganhado um abraço do meu pai, mas ele parecia bem aliviado por eu estar vivo em seus braços.

Minha mãe aperta a campainha e logo um médico aparece e começa me examinar. Passei a tarde toda fazendo exames, e eu teria que dormir no hospital.

xxxxx

Na manhã seguinte, o médico já tinha me dado alta, eu já está me vestindo pra ir embora, quando meu pai chegou no quarto avisando que Antonella a esposa do meu tio Fabrício, ao saber da sua morte, entrou em trabalho de parto com apenas 8 meses de gestação.

Fomos aguardar o nascimento do mais novo integrante da família.

Se passou quase uma hora, quando médico veio avisar que poderíamos ver o bebê, e que Tia Antonella já estava no quarto com o bebê.

Minha mãe entra primeiro, depois e eu e meu pai.

Minha mãe abraça tia Antonella e as duas choram juntas.

Do lado da cama, há um bercinho, eu me aproximo e vejo um anjo.

Sem um fio se quer de cabelo na cabeça ou sobrancelhas, mas há cílios longos. Seus olhos se abrem bem devagarinho e ela me olha.

Eu nunca tinha visto uma cor de olhos como aqueles. Um verde água muito intenso. Fiquei hipnotizado. Enquanto meu pai falava que tudo que minha tia ou sua filha precisasse, elas teriam. Poderiam escolher qualquer lugar do mundo pra morar, teriam vidas e identidades novas se desligando da máfia, se assim ela quisesse.

Nessa hora um pavor me tomou, eu nunca mais a veria.

— Não!

Foi o que eu gritei. Todos se assustaram.

— Pai eu sei que sou uma criança ainda, mas já intendo os meus deveres.
O senhor está me treinando pra isso.

Todos eles me olham como se eu estivesse falando nada haver com a conversa que eles estavam tendo.

— Eu quero me casar com ela. Quero que ela seja a Matriarca da Máfia ao meu lado.

Minha Tia Antonella intervém imediatamente, dizendo que não poderia, pois somos primos.

Minha mãe intercede ao meu favor. Lembrando que tio Fabrício foi adotado pela irmã da mãe dela, que não podia ter filhos, pois eles não eram primos de sangue e sim de laço afetivo.

Meu pai pois a mão em meus ombros e perguntou se eu estava ciente, que depois eu nunca poderia voltar atrás com o compromisso firmado alí.

— Sim, quando ela completar 18 anos, nos casaremos.

Minha tia começa a chorar, mas não tem o que ela fazer, a não ser aceitar.

Mas ela pede uma condição, que ela crie sua filha longe da máfia como uma mundana. Que sua filha não perca nenhuma experiência. Com exceção da castidade. Pois na máfia mulheres tinham que se manter virgens até o casamento.

Meu pai então perguntou qual seria o nome da menina, e eu interrompo minha tia Antonella.

— Aurora, como a aurora boreal, que é um fenômeno da natureza que traz cores lindas e diferentes para o céu gelado do Ártico.

Minha tia concorda.

Faço a promessa de casamento e beijo a testa de Aurora.

Taí galera o primeiro capítulo, espero que estejam gostando

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Taí galera o primeiro capítulo, espero que estejam gostando.

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