Capítulo 28: Você não me ensinou a te esquecer

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_____Miguel Falabella_____

Estamos parados na porta, vejo ela abrir um sorriso simpático e isso me faz sorrir, não somente pela expressão da minha amiga de longa data, mas sim pela situação que ela vê, quem diria nós dois lado a lado, depois de tudo, tanta briga, tanta dor, se a Aracy não tivesse falado com ela, nada disso teria acontecido, devo mais uma ao Cabeção, ela sempre quis tanto separar o Caco e a Magda, mas dessa vez foi ela quem juntou eles.

A dama se apoia na mesa e se levanta. - Oi Mammy. - Marisa quebra o silencio e entramos.

-Oi amiga. - Digo brincalhão fazendo-a rir, me aproximo e pego uma das suas mãos, beijo, o que a surpreende, já que não faço isso.

-Oi amigo. - Ela entra na brincadeira. - Está tão cortes, não te reconheço Caco Antibes. - Sorrio de canto e a puxo para um beijo desajeitado, escuto Marisa rir, quando a solto, recebo um tapinha leve no rosto, logo ela passa a mão sobre meu lábio tentando limpar o borrado do batom, depois limpando a própria.

- Satisfeita Aracy Balabanian... se queria beijar essa boca nórdica era só ter dito. - Solto essas palavras tentando segurar um riso impossível de ser segurado, mas ela me olha com um sorriso calmo e encara Marisa, sem mudar a expressão, era uma espécie de alívio quando soltou uma respiração que segurava.

- Vocês têm noção do quão satisfeita eu estou? vendo vocês aqui? Vamos lá na sala quero conversar. -Dou o braço a ela que aceita, Marisa vai na frente e se senta na poltrona enquanto sentamos no sofá. - Então meus amores, eu não esperava vocês aqui. - Ri-

- Nem eu. - Marisa se pronuncia de imediato. - Foi destino.

- Foi o mar.- olho para ela e sorrio que sorri de volta. - Ele lavou tudo que tínhamos, clareou as ideias e mostrou o caminho.

- Até por que, que situação dantesca que vocês se meteram, uma coisa mais ridícula que a outra. - Ela respira fundo. - Desculpem...

- Dantesca Aracy?! - rio quebrando toda a tensão.

- Era melhor dantesca do que ridícula. - Ela levanta a sobrancelha rindo, Marisa encara o chão e percebo.

- Tá. - Rio baixo. - Mas o que importa é que voltamos...- ela sorri e a morena me encara surpresa e inconformada.

- VOLTARAM? - ela me corta sorri nos olhando, logo vejo Marisa ruborizar.

- Aracy...- ela tenta contornar, me encara brava, a interrompo.

- Calma Cassy, não voltamos de voltar, mas votamos de retomarmos nossa amizade de antes de tudo isso, é o melhor que podemos fazer, por nós, pelos nossos amigos, pelo o filme e não podemos esquecer dos mais prejudicados dessa história...

- O Caco e a Magda. - A voz dela interrompe dessa vez, e percebemos que Aracy ficou desanimada, mas ao mesmo tempo aliviada. - Foi o melhor que podíamos fazer.

- Gosto de ver vocês assim, vocês são como filhos pra mim. - Ela sorri para Marisa e eu começo a rir. - O que se passa por essa cabeça? - ela olha para mim desconfiada.

- Você chamando a gente de filhos, o nível de incesto aqui foi alto. - Solto uma gargalhada, ela não aguentou e começou a rir também, até Aracy que segurava entrou na onda.

- Cala boca Miguel- Marisa disse tentando se recompor, mas ainda rindo, a olho e sorrio. - Eu sou filha, você é genro safado.

- Safado que peguei a sogra. - Rio abraçando Aracy, que revira os olhos rindo.

- Não sei lidar com vocês, eu gosto de ver que aquele clima foi embora, ou vocês são muito bons atores. - Ela nos encara seria.

- Não mammy, isso é verdade, resolvemos as coisas, e vamos voltar antes de acontecer, e ficar lá. - Concordo com a cabeça.

Nunca terminouOnde histórias criam vida. Descubra agora