Capítulo 6

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Nossa mesa era uma mais afastada o Miguel era o único nesse planeta que me fazia rir a todo momento, quando estou com ele é impossível sentir tristeza, em momentos eu conseguia esquecer o porque da minha tristeza, e quando eu lembrava não era forte eu me sentia leve, terminamos e ele fez questão de pagar o almoço, quando saímos do restaurante havia começado a chover em São Paulo e não era chuva era dilúvio.

- Marisa, você quer ir lá em casa porque não vai dar pra chegar na sua casa com essa chuva, pra chegar lá tem que passar pela área que pode ter enchente. - estávamos parados na entrada do estabelecimento.

- tá pode ser, mas como vamos chegar no carro?

- correndo ué, vamos lá dona Marisa orth, ou a senhora é madame de mais para correr na chuva até o carro que tá a duas quadras? - ele estava sorrindo como se me desafiasse.

- não senhor Miguel Falabella eu só não quero inundar seu carro.- disse com o mesmo olhar que ele.

- beleza vamos lá eu conto até 3 e a gente corre, o carro depois eu mando higienizar.- ele pegou o celular e colocou dentro da minha bolsa, e segurou minha mão em seguida, quando estava prestes a contar, o metrie chama a atenção do Miguel.

-senhor Miguel e dona Marisa posso pedir para um dos garçons acompanhar vocês com guarda chuvas. - Miguel me olhou rindo.

- ah você estragou a nossa diversão agora que eu tinha convencido a Marisa a ir correndo.- eu olhei para ele que estava com a chave do carro na mão, peguei da mão dele e corri na chuva, só escutei ele gritar.

- MARISA QUE PORRA É ESSA. - eu parei com os cabelos já ficando encharcados, meu vestido fino já transparente e olhei para ele rindo.

- EU PAGO A HIGIENIZAÇÃO SE VOCÊ ME PEGAR- voltei a correr em direção ao carro ele gargalhou e correu atrás de mim, parecíamos duas crianças, ele foi ficando para trás, e diminui o ritmo.

- MARISA VAI MAIS DEVAGAR EU SOU VELHO. -ele disse se fazendo de coitado.

- AH NÃO ME ENGANE, SEU CABELO SEMPRE FOI BRANCO.- ri alto mas ainda correndo.

- Mas você diminuiu o ritmo agora você não me pega Orth- ele chegou ao meu lado, e correu mais rápido.

- DESGRAÇADO -corri e vi o canteiro de grama e decidi que a vingança vinha molhada.

Corri o máximo que pude e me joguei em cima dele e caímos rolando na grama inundada.

- isso foi golpe baixo Marisa. - ele disse tentando soar bravo mas não conseguia conter a risada, coisa eu não conseguia desde que caímos eu ri tanto que chorei e minhas lágrimas se misturaram com a chuva que parecia estar lavando minha alma de toda aquela tristeza e todo o rancor, já estávamos todos molhados e agora sujos de barro, Miguel olhou pra mim e abriu a boca.

- Marisa do ceu!!!- eu olhei espantada.- seu vestido ele tá transparente.

Olhei para a roupa que estava completamente colada no meu corpo dando pra ver até a renda do meu sutiã.

- vem... -Ele levantou e me estendeu a mão- vamos logo se não a gente vai ficar doente, anda Marisa vem.

Dei a mão pra ele e fomos andando rápido o carro já estava perto.

Chegamos rápido até o prédio que ele morava, Miguel chamou o rapaz que ficava no estacionamento.

- Eduardo, vem aqui - o rapaz foi correndo até a gente. - preciso que você faça um favor para mim, liga para aquele lava car de sempre e pede para virem buscar meu carro porque ele tá todo molhado por dentro.

- sim seu Miguel, mais alguma coisa? - Miguel negou com a cabeça e entregou a chave da sua Mercedes ao rapaz.

Eu e ele fomos até sua cobertura, que visão belíssima de são Paulo que ele tinha.

- Marisa você vai tomar um banho, pode ser no banheiro do meu quarto lá tem todas as coisas, ai quando entrar no banheiro me entregue suas roupas que eu coloco na máquina para lavar aí daqui um pouco já está pronta, tem roupão no armário de lá e toalha limpa também.- eu acenti e fui, cheguei lá tirei minhas roupas e coloquei elas para fora do banheiro no chão depois de torce-las.

-MIGUEL, as roupas estão aqui fora tá. -só escutei ele gritar um tá e fui tomar banho.

Lavei meus cabelos e tirei todo o barro que tinha nas minhas pernas e vi a banheira imensa que ele tinha lá, me ardeu de vontade relaxar naquela perfeição.

- Marisa não não inventa moda vai toma banho e sai. - sussurrei baixo, desliguei o chuveiro e sai atrás do roupão que ele disse que estaria aqui, tinha algumas toalhas as mas não tinha roupão.

Me enrolei em uma toalha e fui até o closet dele e comecei uma busca pelo roupão.

- MARISA!!! - ele me dá um susto, pois veio sorrateiro e me cutucou na cintura e gritou.

- aí que susto - meu coração ficou acelerado.

- o que você está procurando aqui de toalha (risos) - ele também estava de toalha.

- ué você tomou banho?

- eu só passei uma água pra tirar o frio da chuva, eu não me enchi de barro so minha roupa sujou.

- ata e eu tô aqui procurando algo pra por além da toalha, não tinha o roupão no banheiro, mas tem umas camisas estilo Mário Jorge bem interessantes aqui. -passei a mão nas camisas estampadas que ele tinha separadas no closet.

- pode usar qualquer uma, escolhe Rita, só não deixa o Arnaldo ficar com ciúme,  porque ele teria ciúmes, eu jamais trairia meu maridinho dentista, e a celinha não vai ficar com ciúmes de ver a ex mulher do marido dela usando as roupas dele? - falava e quanto escolhia a mais grande.

- não eu sou um marido fiel, e hoje não é nem quinta feira pra ter tbt de esposa (não aguentei ri)

- Nossa Miguel essa foi péssima (risos)

- ah Marisaaaa você saiu do personagem. -ele parou com as mãos na cintura.

- ai Mário Jorge você implica com tudo, por isso me separei de voce. - eu cruzei os braços e virei de costas.

- Rita não faz assim. -ele deu um passo na minha direção, e parou atrás de mim, deu um beijo no meu ombro, eu estranhei, mas não neguei eu tinha gostado - Rita me dá atenção -ele me abraçou pelas costas o senti. - ele beijou o outro lado e um no pescoço.

- Mário Jorge Mário Jorge se a celinha aparece ela te esfola.- não sei porque mas eu estava tensa, não de maneira ruim, eu estava com espectativa.

- sabia que a bozena me falou que a celinha foi fazer um tratamento com o Arnaldo lá na sua casa, não tô vendo mais o remember de matrimônio com má ideia. - deu um beijo demorado no meu pescoço.- Rita... sabia que eu nunca deixei de te amar mesmo quando você casou com o Arnaldo, eu sempre penso em você, me preocupo mesmo estando separado.

- Mário Jorge ainda estamos no jimbalaya ou estamos em uma cobertura no Morumbi ? - ele falava de uma maneira que o Mário Jorge não fala.

- estamos no Morumbi e era o Miguel o Mário Jorge era só uma máscara, ai Marisa eu sou um babaca desculpa, aliás eu sempre quis fazer o Mário Jorge falar isso.

Ele sai do closet me deixando com coração na mão, porque não era a Rita que tava gostando era a Marisa.

Nunca terminouOnde histórias criam vida. Descubra agora