Capítulo 9

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- marisa oque você quer dizer com isso. - ele ficou em pé e veio na minha direção.

- eu não posso mais tirar um tempo para mim, tá se achando meu dono agora.- guardei meu celular.

- tava sozinha? - ele parou na minha frente.

- e te interessa? - eu nunca fui tão fria na minha vida.

- você é minha esposa então acho que sim.

- então só acha. - sorri de canto.- você saiu sexta feira sem me dar satisfação, sem me dar tempo de falar, sem conversar, falando que não ia mais voltar saiu de mala e cuia e batendo a porta, e eu saio da minha casa não durmo aqui depois de ter sido abandonada pelo meu "marido"- fiz questão de fazer aspas com as mãos.- e o mesmo pede explicação, faça-me o favor.

- quer saber onde eu passei a noite, eu passei... - eu enterrompo.

- eu não perguntei, eu não quero saber, olha pra ser bem sincera eu não quero falar com você agora e nem tão cedo, eu só quero que repita o que fez sexta feira e vá em bora, o João está vindo almoçar e você mesmo terminou comigo então não vejo motivo de você ficar aqui.

- é isso mesmo Marisa, você está me mandando em bora da minha própria casa?-ele falou já perdendo a postura.

- que eu saiba a conta de luz e o condominio vem no meu nome.- levantei a sombrancelha e dei um passo para trás e apontei para a porta.- então por obséquio, retiresse.- ele saiu batendo os pés e parou na porta.

- nós vamos conversar Marisa, pode não ser agora mas vamos.- ele saiu batendo a porta de novo.

- PODE DEIXAR A PORTA EU PRECISO DELA.- gritei, e me deitei no sofá rindo. - nota mental amanhã trocar o trinco.

Me levantei e fui para o espelho e por uma sorte que meu cabelo estava solto, não teriamos mais uma discussão enorme, afasto o cabelo do ombro e vejo a mordida que o falabella deixou. Quando a porta abre do nada eu me viro cobrindo o ombro em surpresa era o João.

- Oi meu filho que susto- mas não tiro a mão da marca.

- oi mãe- ele me abraçou, e eu abracei ainda escondendo.

- o que tem no seu ombro, para uma atriz tão experiente não saber esconder uma marca causada depois de uma noite sórdida é triste hein mãe.- ele riu na minha cara.

- que isso moleque, isso é jeito de falar da sua mãe, não foi essa a educação que eu te dei.- tirei a mão ele já tinha descoberto mesmo.

- mordida mãe, eu hein.- joguei o cabelo em cima.

- satisfeito? Vamos senta aqui- sentei no sofá e bati do lado para ele vir.

- mãe me responde uma coisa. - ele me olhou serio.

- claro meu filho diga.- eu fiquei confusa ele mudou o tom.

- eu tava no Uber vindo pra cá e eu marquei no meu celular pra me notificar quando saísse notícias com seu nome, e hoje recebi de uma revista de fofoca que você e o Miguel foram vistos almoçando juntos ontem lá na rua Augusta, ai eu subindo encontro o Dalua irritadissimo, para entrar no elevador, e nem me comprimentou, o que aconteceu mãe?- ele segurou minha mão, eu sorri para ele.

- você quer a história toda ou só o resumo bem básico. - ele viu que eu não estava triste e ficou menos tenso.

- conte o que você se sentir confortável.

- eu e o Dalua brigamos sexta feira por ciúmes dele aí ele foi em bora e falou que não voltaria, chorei muito até dormir, fiquei desolada e acordei de madrugada com uma ligação do miguel, e aí ele falou que viria aqui e aí ele me fez companhia, ontem a Maria se machucou de manhã e eu e o Miguel levamos ela no hospital, ai fomos almoçar aí tiraram essa foto, que nos nem vimos.

- o Dalua ficou bravo pelo Miguel ter dormido aqui? Eu entendo ele, mas também entendo você, só não entendo o Miguel como que ele soube que você tava sozinha?

- você sabe que eu e o Miguel temos muita cumplicidade né.- ele acenou com a cabeça e confirmação- eu sinto quando tem algo de errado com ele, e parece que ele sente também, ele sentiu que eu não estava bem e me ligou e veio me fazer companhia.

- mas mãe, você e o Miguel são amigos a mais de 25 anos, e o Dalua sabe, não entendo os ciúmes, por ele ter de deixado sozinha o
Miguel veio, estranho.

- não filho, não foi por isso, foi porque eu não dormi em casa ontem, ele veio aqui para fazer as "pazes" e ficou plantado me esperando.

- mas era só ele ligar.

- ele ligou.-  eu tentei conter mas um riso escapou dos meus lábios. - mas eu desliguei, porque não queria falar com ele.

- ué, mãe... Mãe pera ai, você e o Dalua brigaram sexta, Miguel veio aqui de madrugada você ficou com ele ontem o dia todo pelo o que eu entendi, e hoje com essa mordida no ombro, nossa mãe tu é rápida.

- menino você para, para de dar uma de detetive e ligar os pontos.

- aí ai mãe, vamos até mudar de assunto porque não tô querendo saber mais, só sei que o Dalua tá puto.

- que fique, ele nem sabe dessa marquinha.

- marquinha!? Mãe isso aí e tão pequeno quanto um elefante.

- tá chega disso vamos lá na cozinha fazer o almoço, ai você me conta como está sendo ficar com o seu pai.

Fomos para lá, ele me ajudou, e fizemos uma bagunça, e ficamos a tarde toda conversando, assistimos um filme que nem vimos a tarde passar, o filme acaba e são quase 7 horas da noite.

- Mãe nossa tarde foi maravilhosa, mas eu tenho que ir.- aquele homem se jogou em cima de mim me abraçando eu só ri.

- você ainda é meu bebê, só que é grande - eu ri e abracei de volta e apertado. - não quer dormir aqui comigo hoje?

- hoje não dá, eu marquei com uns amigos, e meu pai combinou de me buscar.- ele me beijou na testa e foi colocar o tênis e eu fui até a porta e quando ele terminou a campainha tocou, ele chegou no meu ouvido.- tá esperando alguém?- eu neguei cm a cabeça e ele sussurrou- se for o Dalua eu fico aqui com você, tem horas que ele era tão estranho com você mãe.- respirei fundo e abri.

Minha respiração já ficou menos tensa, quando aqueles olhos azuis cruzaram com os meus.

- boa noite, atrapalho?- ele sorriu brincalhão para o João que sorriu em resposta.

- claro que não Miguel, acho que quem tá atrapalhando sou eu.- ele sorriu de canto para mim que corei.- eu já tava de saída mesmo- ele beijou minha bochecha, e bateu na mão do falabella, antes de sair, escorou no ombro do loiro e disse baixo mas alto o suficiente para eu ouvir. - não deixa minha mãe muito marcada não, porque aquela no ombro vai ser difícil de cobrir com maquiagem.- e saiu rindo.

- Menino você para de me expor. - disse tentando soar brava mas fiquei rindo.

Falabella fechou a porta atrás de si e a trancou em seguida, capturou meus lábios até me deixar sem fôlego.

Nunca terminouOnde histórias criam vida. Descubra agora