Capítulo 26: assinatura do universo

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A noite... como duas pessoas sem combinar conseguem se encontrar assim no acaso, sem um rumo específico, buscando refugio, mas onde se encontram é o mesmo lugar, a beira mar, as ondas quebram na areia, renovam as energias e lavam os corações de quem as toca e de quem as vê. 

Ele quer ir até lá e retomar o tempo perdido e pedir desculpas por algo que nem fez, nem que fosse para ser como era antes de tudo, ela, ah ela , essa só que encontrar a si própria no meio do mar de sentimentos que está se afogando nos últimos dias, sem boia, sem ninguém para salvar, somente ela mesma.

Marisa encara o céu, as estrelas começam a ficar mais aparentes, a noite está quase em seu pleno breu, sem nuvens, a lua reflete na água, bem diferente da manhã que insistia em ficar ranzinza, o tempo pareceu escolher o melhor ambiente para essa noite, ela pega a barra do vestido já molhado e ri alto, sem motivo, somente por rir, esquecendo dos problemas e focando somente nas gotas que pingavam do tecido, mostrando o quão "descuidada" ela era, mas o mar a chama, como uma necessidade, mas nenhum taxi a levaria se ela estivesse molhada, levar até levariam mas era chato, respira fundo e tira o vestido por intuição estava de biquíni, refletiu antes de sair "vai que eu surto e quero entrar" sorriu para o mar pelo seu raciocínio.

Deixou o celular por de baixo da peça e tudo na areia, entrou a água estava morna, mergulha na primeira onda que vem, o vento bate logo que levanta a cabeça, e um frio vem, sem toalha, inconsequente, vai ter que esperar um tempo até que a água escorra e seque um pouco...

A luz da lua que reflete no mar e nela prendem os olhos cor d'água como o mundo prega peças tudo que ele queria era conversar mas o destino já se responsabilizou em fazer isso, mesmo que tentasse não conseguia desviar o olhar, a visão inundava seus pensamentos, poderia ficar submerso no sentimento que o coração insistia em transbordar, por mais que tudo tenha acontecido as curvas do corpo dela emoldurado pelo biquíni e encharcados pela água salgada, era o convite para se perder e não saber mais voltar, mas o sorriso leve, que lhe estampava o rosto, era o que mais chamava a atenção, saudades de faze-la sorrir daquela forma...

A praia está com alguém além deles, um rapaz, vem correndo na direção da água, diretamente para onde o vestido dela pousa na areia, Miguel vê, roubo, corre até as coisas, o rapaz vê ele correndo na direção, desiste do plano, ela perdida nas ondas só nota a movimentação quando vê um homem próximo das suas coisas, tentando sair da o mais rápido possível.

- Ei essas coisas são minhas, com licença.- Diz levantando o tom, para o homem que estava de costas, sua visão esta embaçada pela água mas quando foca, as costas largas a tatuagem aparecendo por de baixo da manga da camisa, seu pensamento para com um grande não,  não pode ser.

Sim era ele, o universo assinou em baixo.

- Desculpa, é que um rapaz ia roubar, eu tive que intervir.- Ele diz sério, baixa o olhar para as coisas.- Mas não pegou nada.

- É... obrigada.- a morena diz ainda em choque pela coincidência.

- Não sei se vai entrar no mar de novo, mas se cuida.- Se vira para ir.

- Miguel...- Ele se vira a olhando, esperando que termine a frase.

- Eu preciso... falar com você.- Parecia procurar as palavras, tudo fica difícil quando de trata ficar frente a frente com ele.

- Agora? Não acho que seja um bom momento, não quer conversar amanhã, um almoço, o que acha?- A brisa leve do mar balança os cabelos secos dele e arrepia o corpo molhado dela.

Marisa sem pensar põe a mão no peito onde Aracy havia posto sua "capa de coragem" e respirou fundo, olhando no fundo dos olhos azuis.

- Se você puder claro, queria que fosse agora, aqui- Olha para a areia.- Você que estava sentado ali?- Aponto para o lugar onde eu havia visto.

Nunca terminouOnde histórias criam vida. Descubra agora