capítulo 12

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______Marisa orth______

Sai do banheiro com uma toalha ao redor do corpo e quando olho para a cama o vejo deitado nu com apenas um lençol cobrindo sua intimidade e um livro do Álvares de Azevedo em mãos.

- onde achou esse?- digo parada na porta.

- enquanto secava o cabelo eu fui no seu escritório e vi ele na estante as liras dos 20 anos do Álvares tem uma que eu faço questão de declamar para você, e será Amor.

"Amemos! quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu'alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!


Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu!
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d'esperança!
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!

Vem, anjo, minha donzela,
Minh'alma, meu coração...
Que noite! que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento,
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!"

Ele termina e vê meus olhos marejados e um sorriso que não cabe em meu rosto.

- ah, eu me sinto honrada em ter uma poesia declamada por você em minha homenagem e só pra mim.

-Acostumece todas as poesias que eu declamar serão para você e por você, agora vem aqui- ele abriu os braços para mim- vamos aproveitar os momentos que temos antes de amanhã voltar para a rotina de trabalhos.

- tudo bem só deixa eu ir lá botar uma camisola.- fui indo para o closet.

- pra que a camisola? Só para eu ter o trabalho de tirar e dormirmos pele na pele. -ele sorria de canto.

- tudo bem- eu vou até a cama e desato o nó da toalha e ela cai do meu corpo.

- ah se você continuar assim eu vou ter que tomar outro banho.- eu sorri.

- ah mas a ideia foi sua meu querido.- afasto o lençol e engatinho até a cabeceira lentamente ficando sobre suas pernas tiro o livro de suas mãos colocando-o sobre a cabeceira.

- Marisa, Marisa.- ele diz enquanto passeava os olhos pelo meu corpo.

- eu ouvi em uma novela uma frase que eu sempre quis dizer, devemos aproveitar a liberdade que o amor nos dá, essa frase não teria um momento melhor para ser empregada.- sentei em seu colo e o beijei, nunca me cansaria dessa sensação.

Ele nos deita na cama e me abraça sem desconectar nossos lábios me cobre com o lençol também e lá trocamos carícias ousadas, risadas e beijos sordidos, até pegarmos no sono.

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Eu acordo primeiro e o vejo dormir, uma ideia me brota na cabeça e pego meu celular, escrevo tudo que quero e público mais tarde ele verá.

Ainda era 6:50 deixo ele dormir mais um pouco, vou para o banheiro faço minhas higiene, volto para vê-lo e ele está se mexendo apalpando o colchão, eu sorrio pelo ato.

Ele rola e pega o travesseiro que eu usava ainda dormindo e abraça. Tenho pena de acorda-lo e resolvo preparar um café antes. Quando vou chamar ele está sentado na cama com um olhar perdido, com se estivesse se iniciando eu vou por trás dele e passo a mão em seus ombros, ele segura minhas mãos, olha para trás e dou um selinho nele.

Nunca terminouOnde histórias criam vida. Descubra agora