Capítulo 8

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O restante da nossa noite passou voando pedimos comida e curtimos a companhia um do outro, agora sem as amarras, tudo era tão novo mas ao mesmo tempo tão familiar, sempre tivemos cumplicidade, amor, e intimidade, muito mais que vários casais que se dizem casais, isso nunca foi segredo a ninguém, porém agora estávamos descobrindo devagar um lado desconhecido, o lado do amor físico, algo que nunca demos a chance de acontecer, não que não tivemos oportunidade, tivemos e muitas, mas sempre foi somente sexo, eu traindo meus casos, e ele traindo os dele, mas vimos que aquilo não estava somente nos machucando mas sim a nossos parceiros. Resolvemos ficar somente na amizade, sempre forte e estruturada.

Mas agora com ele deitado nessa cama que a pouco fizemos amor pela primeira vez, com os corpos abraçados por de baixo desse cobertor, sua respiração pesou e com o silencio da noite também dormi.

Mais uma manha se inicia e as cortinas finas deixam o sol entrar e eu por sinal acordei primeiro, pois vejo seu rosto sereno e um fino sorriso brota no canto dos meus lábios, eu passo a mão levemente por sua bochecha, e sinto o anos que passaram, nos dois envelhecemos, evoluímos e mudamos, mas nunca nos separamos.

Vagueio nos meus pensamentos e não percebo ele acordar, ele me chama a atenção quando sua mão passeia pela minha cintura, meus olhos vão diretamente para os dele. 

-bom dia- ele diz sorrindo- que ótima maneira de acordar, com esse carinho no rosto vendo um sorriso.

- bom dia, é incrível acordar ao lado de alguém que me faz tão bem. - roubo seus lábios em um selinho demorado, que quando separamos ele captura os meus com luxuria, e passamos um bom tempo nos entretendo.

- tô com fome (risos)- disse olhando para o teto.

- quando não né Marisa!?- ele riu rolando para cima de mim- eu vou preparar um café para nós, ou você prefere ir na padaria?- me deu um selinho.

- vamos na padaria- retribui o selinho.

Vesti meu vestido já limpo e seco, fizemos a higiene básica e fomos para a padaria de apé já que era no mesmo quarteirão. 

- olha se alguém ver a gente assim juntinhos pleno domingo de manhã, olha você já sabe o que vão pensar- ele fez o sinal de placa com as mãos- ''Miguel Falabella e Marisa Orth são vistos juntos no Morumbi, veja as fotos''- eu rio.

- E a matéria seria assim, '' os eternos moradores do largo do arouche foram vistos no maior clima de casal na manhã desse domingo, veja as fotos. - eu abraço ele pelo pescoço, que ri. 

- essa daria uma boa foto (risos). 

Chegamos na padaria sendo notados por todos os presentes, e fizemos nossos pedidos e fomos aguardar em uma mesa que estava vazia em um canto, comemos voltando para o apartamento. 

- miguel eu tenho que ir para casa, o joão vai almoçar lá todo domingo sem falta, e hoje eu vou fazer o almoço.

- ui ela é cozinheira, aquele macarrão estava delicioso, vamos lá pegamos sua bolsa e eu te levo.

- é mesmo eu tenho que ver se ele não me mandou mensagem. 

- se ele não for você fica aqui comigo?

- posso pensar no seu caso, mas eu sei que ele não vai desmarcar. 

- ah então nem liga, eu fico longe do meu e você do seu ate chegarmos na sua casa oque acha. 

- tudo bem lorão mais grisalho que eu conheço.- entramos no prédio fomos para o elevador.

A porta simplismente fechou, ele me prensou contra a parede e me beijou lento, nossas mãos passearam sem pudor, ele segurou uma das minhas pernas na altura da cintura e beijou entre meus seios eu abri os olhos e vi o brilho vermelho no teto, olhei com mais atenção, ERA UMA CÂMERA, eu empurro o Miguel que me olha sem entender.

- Ué porque parou? - ele ficou confuso.

- Miguel uma câmera.- meus olhos estavam arregalados.

Ele começou a rir descontroladamente, e eu fechei a cara.

-ai Marisa até parece que você nunca me beijou na frente de uma câmera.- ele chegava a ficar sem ar- sua cara tá ótima.

- eu nunca te beijei na frente de uma câmera, proficionalismo Falabella, quem beijou era a Magda, a Van Van, a Rita e a Myrian, a Marisa no máximo dava selinho.

- ah mas a Marisa gostava que eu sei.- ele semi serrou os olhos e veio andando devagar me pondo contra a parede de novo.- gostava não gostava.- disse sussurrando no meu ouvido.

Quando eu estava prestes a iguinorar a câmera e me atracar com ele aqui mesmo, a sineta toca e o elevador abre as portas.

Eu passo por de baixo do braço dele e saio correndinho até o apartamento dele.

Entro e sento no sofá ele entra logo a trás e senta também só que no outro canto e me olha com olhar de predador, eu retribuo o olhar. Vou engatinhando pelo sofá vou até ele que fica imóvel olhando para frente, minha boca faz um trabalho lindo naquele pescoço, ele permanece imovel, minhas mãos não param eu desabotoo a camisa que ele botou de manhã.

Sento em seu colo e o beijo, Miguel não aguenta o jogo e cede devolvendo o beijo com todo o fogo que consome os dois.

Marisa olha para o relógio e vê que já são mais de 9:30 ela precisa ir, finaliza o beijo e com a respiração apesada.

- agora eu preciso ir.-.deixa um selinho.

- tudo bem vamos. - devolve o selinho.

Fomos rindo e brincando no percurso ele sempre com a mão na minha perna, até deu vontade de tirar uma foto igual aqueles casais jovens, mas melhor não.

Chego no prédio e me despeço com um beijo demorado, e entro, o porteiro me olha estranho mas eu iguinoro.

Subo e chego para abrir a porta, que estranho ela está destrancada, abro e vejo o que eu não queria ver, Dalua sentado na poltrona com olheiras imensas parece que nem dormiu, com uma cara super fechada.

- tava onde Marisa? Por que eu te liguei ontem era umas 7 da noite, e você nem viu.- ele não se mexeu da poltrona.

- Claro que eu vi.- disse seca.

- então por que não atendeu?- eu sorri lembrando do motivo.

- porque eu não quis basicamente - ele me olhava com raiva e eu estava muito cínica.

- nossa como um dia muda as pessoas, antes de ontem estava chorando aqui nessa sala agora chega sei lá da onde toda sorrindo e corada.

- é como que uma conversa muda as pessoas, você me deixou chorando nessa sala sem me ouvir dizendo que nunca mais voltaria, agora tá aqui, acho paradoxo.- cruzei os braços na frente do corpo e sorri de canto arqueando a sobrancelha.

- eu vim ontem mais calmo para nós conversarmos, liguei, tantas vezes eu liguei a primeira tocou muito, ai caiu as próximas deram fora de área.

- eu sei eu desliguei.- peguei o celular da bolsa e liguei na frente dele. - fiquei longe dessa coisinha ontem, pensei em mim, minha felicidade.




Nunca terminouOnde histórias criam vida. Descubra agora