Meu namorado, Zyan Blosson

VINTE E SETE| Um encontro

Zyan Blosson

Era como uma roda gigantes, daquelas que você entra com medo, sem saber o que poderia acontecer e pensa " e se a roda gigante se desmoronar? Ou se o cinto de segurança soltar? Eu vou cair mas vou na fé" e depois, você ainda entra, com medo mas vai. Medo do que pode acontecer se você realmente subir, depois, vem o frio na barriga, a vista linda de la de cima e a adrenalina.
Era assim que eu me sentia, a cada dia, a cada acerto de Sierra ou a cada falha sua.

Triste com ela.
Feliz com ela.
Com raiva dela.
Se divertindo com ela.

Eramos uma montanha russa.

--- Vai ou não? - perguntou Kate ao meu lado pela segunda vez.

Depois da escola, decidimos ir pra casa de Rikesson. Não era uma das casas mais luxuosas do bairro mas tinha uma coisa que eu gostava muito: alegria, um bom café e um quintal cheio de rosas.

Olhei feio para negra ao meu lado. Estavamos sentados em um dos bancos de madeira do quintal olhando o cachorro pastor alemão de Rikesson que corria junto a Marcos.

--- Eu não.- digo sem certeza.- O que ela quer na casa do lago comigo ? E se for contar alguma coisa ruim?

Kate revirou os olhos e me deu um tapa na nuca. Abusada.

--- Você quer parar?

--- Você que tem que parar! - diz brava.- eu me estresso com esse seu jeito lerdo. Se fosse uma coisa ruim, ela não pediria pra você viajar por duas horas para a casa do lago para apenas te dizer uma coisa que ela poderia muito bem te dizer aqui.

--- Estamos falando de Sierra.- a lembro com ironia.- eu espero tudo de Hermione, inclusive alguma merda. Além dessa conversa ridicula de Isla.

--- Isla é ridicula.

--- É uma gata, vamos concorda.- Rikesson sem camisa puxou a garrafa de agua da mão de Kate.- Mas é tão burrinha pra homens tadinha..

--- Quem te chamou na conversa? - Kate perguntou brava.

Rikesson pareceu ofendido, tanto que até ficar sério ficou.

--- Qual é o teu problema comigo? - retrucou com uma voz ácida.

Quieto eu estava, quieto eu fiquei.
Os dois tinha uma mania estupida de viver entre farpas e não admitirem que o tesão acumulado deles exalava pelo ar a fora. Se um falava o outro discordava automaticamente, era como fogo e agua, não dava certo mas tentavam de vez enquando ficarem bem.

No meu rosto brotou um sorriso quando a morena continuou a tratar com indiferença um dos meus melhores amigos. Tão pateticamente gamada nele.

--- Pare de ser ridiculamente falsa, Katherine!

Rikesson parecia uma criança birrenta naquela discussão idiota. Sua mãos não paravam quietas e seus olhos iam da boca de Katherine ao seus olhos. Tão ridiculamente apaixonado.

Porque eles não viam isso? Porque ninguém via isso?

Deixei os dois assos e concentrado naquela conversa que na verdade não era uma conversa e sim, uma palhaçada besta de um chamar a atenção do outro.