Capítulo 2 Beatrice

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Dois meses após ter voltado da Batalha de Brugnaro, o rei Cornell passava seus dias percorrendo o reino, e vendo as instalações na nova paliçada ao redor do castelo.
Ele estava montado em seu cavalo enquanto cavalgava lentamente em volta dos servos que faziam a obra.
Aquela cerca,  provavelmente daria  mais segurança aos moradores do castelo juntamente com a construção de uma nova torre onde os arqueiros poderiam se posicionar em caso de uma invasão.
Nisso, viu Sir Dragomir, o Primeiro-ministro, se aproximando juntamente com um mensageiro, e vários outros soldados.
Cornell fechou os olhos.
O que o arauto de sua mãe fazia ali?
Será que algo aconteceu ao seu pai?
Preocupado, ele cavalgou  ao encontro dos homens.
O mensageiro fez a saudação ao Rei.
-Vossa Majestade, eu o saúdo em nome da duquesa de Clement, antes constituída como  Rainha Heloise de Dalibor.
Cornell segurou com força a rédea de seu cavalo. Notícias  ruins iriam chegar.
-Espero que tenha feito uma boa viagem Enguerrand. O que a rainha deseja?
Com reverência, Enguerrand, o mensageiro , entregou um pergaminho ao rei com o Brasão de sua mãe, a Rainha Heloise.
Cornell fechou os olhos. Estava exausto e não queria pensar no que sua mãe queria lhe comunicar, quando ela sabia de tantas atribuições que lhe cabiam antes do inverno chegar.
Cavalgando para longe de todos, o Rei Cornell saltou do cavalo e andando devagar leu o pergaminho enviado por sua  mãe.
Havia chegado o momento.
Ele  enrolou o documento porém não abriu o outro pergaminho que acompanhava o manuscrito. Ao contrário, enrolou tudo com rispidez e jogou os pergaminhos para Dragomir.
Eles queimavam como fogo.
-Resolva isso Dragomir. Diga a ela que aceito.
Então, Cornell saltou  novamente pra cima de Amis, seu belo cavalo de Guerra e deixou os homens abaixados em reverência, enquanto ele fugia dali, como se mil demônios estivessem atrás dele.

..... ...... ...... ........

Horas mais tarde, quando o rei já havia participado do banquete noturno e tomava uma cerveja junto com seus cavaleiros, Dragomir se aproximou e fez uma reverência.
-Vossa Majestade.
Cornell o olhou com os olhos embaçados. Dragomir estranhou o rei estar bebendo aquela hora. Ele era um homem reservado, que tinha rotinas bem severas e beber com seus homens após o jantar, não era uma delas.
-Dragomir.
O primeiro ministro o olhou e procurou falar  bem devagar para que o rei entendesse bem o que ia dizer, para não causar mal entendidos.
-Vossa Majestade, o mensageiro da Rainha partirá amanhã de manhã com a resposta para vossa alteza.
Cornell bebeu um gole grande da cerveja, balançando a cabeça afirmativamente.
-Diga-me o que havia no outro pergaminho? Notícias de meu pai?
Dragomir se indireitou.
-Não, Vossa Majestade.
O rei o olhou seriamente, levantando as sobrancelhas. Dragomir tremeu um pouco. O rei apesar de ser um bom soberano, as vezes lhe causava temor.
-No outro manuscrito, majestade, há uma pintura a óleo da Princesa Beatrice. Encontra-se no seu quarto.
Cornell se levantou subitamente, deixando cair a caneca de cerveja em cima da mesa,  deixando todos os presentes deveramente assustados.
Cornell não era dado a impulsos. Dificilmente perdia o controle sobre o quer que fosse. Certamente o manuscrito da mãe, havia mexido com suas emoções.
O rei  saiu do grande salão, como se fosse um animal selvagem indo ao encontro de uma perigoso inimigo.

....
"Amado filho,
Espero que essa carta o encontre  num momento satisfatório.
Soubemos da intrépida batalha do Reino de Brugnaro e  aproveito para lhe enviar saudações de seu pai.
Chegarei a Dalibor em breve , contando duas luas após o recebimento dessa mensagem.
Levarei comigo minha corte e junto com ela, Beatrice, a jovem princesa, filha do Rei de Hawuise.
Sabe que é chegado o momento de Dalibor ter novamente uma rainha consorte, visto que eu e seu pai abdicamos do trono, para que você, continuasse a jornada milenar de nossa família, como monarcas do Reino de Dalibor.
Seu pai escolheu minuciosamente a melhor candidata para sua noiva e fez um acordo notável para ambas as famílias. Na minha chegada, providenciaremos o casamento, antes que o inverno nos impeça.
De sua mãe.
Heloise.
.
.
Cornell jogou o pergaminho sobre a mesa.
Sabia que esse momento não tardaria a chegar. Mas sentia que não estava preparado para ele.
Não queria se casar novamente.
Não depois de Joanne.
Não depois do que aconteceu a ela. Por sua culpa. Sua única culpa.
Apesar da inquietação que esse pensamento lhe trazia, também reconhecia que não havia  como dizer não. Aquela situação não admitia escolha.
Com o coração pesado de angústia e no limite de suas emoções, ele iria acatar com a obrigação junto a seus pais, e  assim,
cumprir assim com o seu dever como monarca daquele reino.
Cornell suspirou.
Seu reino era próspero, ele era um guerreiro, um senhor feudal reconhecido e possuía inúmeros bens, poder, terras e joias de família que não seriam herdadas caso algo lhe acontecesse e ele não tivesse se casado.
Uma rainha. Um filho.
Era aquilo que todos esperavam de um rei e de um reino.
Sem ânimo, ele pegou o outro pergaminho cuidadosamente enrolado e amarrado com uma fita de cetim.
Lentamente, ele desenrolou o papel.
Sua vontade era jogá-lo no fogo sem nem ao menos vê-lo.
Mas a sua curiosidade foi maior.
Ele abriu  o pergaminho e  bem devagar e ao desenrolar a pintura completa, ele se deparou com um anjo.
A mulher da névoa.
Beatrice.

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Kisses.

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O REI SEM CORAÇÃO concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora