Capitulo 25: Os Cabelos de Beatrice

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Depois que Beatrice saiu da Torre  Vermelha, todas as noites, o rei Cornell a convocava para estar com ele em seu quarto.
Enquanto Beatrice dormia, ele trabalhava na grande mesa rústica, analisando diversos manuscritos que Theo havia enviado por um mensageiro.
Quando se ele deitava, geralmente Beatrice já estava em sono alto e quando ela acordava, o rei já estava de pé, compenetrado em seus afazeres.
Beatrice estava achando maravilhoso dormir todos os dias na cama com ele, mas não entendia, porque Cornell nunca a tocava.
Algumas noites, ela sentia suas mãos sobre seu ventre, então ela fechava suas mãos sobre a dele.
Nos primeiros dias, ele retirava as mãos, como se a pele dela o queimasse, mas aos poucos, ele foi aceitando o  seu toque suave, e  dormiam com  os dedos entrelaçados.
Ela sabia que os comentários no castelo estavam arrefecidos, afinal, não era comum a rainha e o rei dormirem juntos todas as noites.
Agnes havia lhe falado que numa tarde, Ursulla estava comentando com outros nobres que esse comportamento era inadmissível.
Beatrice não gostou do que ouviu. Em seu coração, sentiu um mau pressentimento. Aquela mulher deveria ir embora!
Mas como ? se o tempo não ajudava?  Nevava a dias, e era praticamente impossível transitar fora do castelo.
Ainda mais, seria desumano colocar os pobres cavalos naquele clima tão frio e instável.
Mas o que importava para Beatrice naquele era se comportar para que eles continuassem a uma relação  íntima e calorosa, como estava naqueles dias.
Agnes confessou para ela que acreditava que o rei tinha se arrependido de tê-la trancafiado na torre e por não saber pedir desculpas a estava tratando com respeito e... carinho?
Beatrice suspirou!
Em muitas noites, ela sentia o corpo masculino duro e entumecido encostado em suas costas.
Mas ela havia se prometido que não ia tomar a iniciativa novamente. Como disse Agnes, não iria agir como uma raposa faminta, entretanto, sentia uma vontade enorme de senti-lo novamente dentro de si. Queria muito colar seu corpo sobre o dele e extravasar aquele desejo que era forte e intenso. Mas apesar do seu corpo lhe dizer que a queria, nada  acontecia.
Era sempre o mesmo ritual. Ele trabalhava até tarde, e acordava cedo, antes dela despertar.
Havia alguns dias, Beatrice estava elaborando um  plano, uma estratégia para seduzi-lo, sem entretanto,  parecer que estava louca para se jogar em seus braços.
-Minha rainha, está aprendendo a lidar com o rei. -Lhe disse Agnes divertida.
Então combinou com Agnes quando o plano iria ser colocado em prática.
E seria aquela noite!
Estava cansada de ser bem comportada e não ter em troca aquilo que desejava.
Um mal comportamento as vezes tinha a melhor recompensa! -Pensou Beatrice  fazendo -a corar.
O que não fazia uma mulher apaixonada!
Apaixonada?
-Sim! Uma mulher loucamente apaixonada por um rei teimoso e turrão.
...

Horas mais tarde, durante o jantar, Beatrice se sobressaiu dos demais convidados com um lindo vestido azul escuro, um pouco mais decotado que o normal, deixando uma parte seu colo á  mostra . Sua pele branca constrastava lindamente com cor escura escolhida por ela.
Os cabelos longos estavam presos  escondidos sob um véu de seda e ela escolheu para aquela noite, uma coroa de safiras que era o par perfeito para aquele traje.
Durante todo o jantar, embora estivesse com o coração aos saltos, ela manter um ar misterioso e sedutor. Quando o rei a procurava com o olhar, ela retribuia,  olhando diretamente para sua boca.
Com os olhos fixos, mas tão fixos que se ele estivesse falando com alguém, ele parava por um momento e a olhava demoradamente.
Era impossível para todos do recinto, não notarem a aura de sedução que envolvia  o casal.
Eles pareciam magnetizados um pelo outro.
Após  o final do jantar, esperou que o rei se retirasse para ir ver os cabelos no estábulo, e  sem esperar pela apresentação dos trovadores , Beatrice se retirou   do grande salão, sem se importar com os olhos malfazejos que a seguiam pelas costas.
Quando ela e Agnes alcançaram o grande corredor  onde ficava a câmara real, ambas saíram correndo como duas crianças com os guardas andando rapidamente  para poder alcançá-las. Elas precisavam iniciar imediatamente o plano daquela noite.
Entraram   no quarto arfando e as criadas já a aguardavam com a  enorme tina cheia de água perfumada com ervas secas e coadas.
Enquanto as criadas esquentavam a cama com bolsas de água quente, Agnes ajudava Beatrice a retirar a roupa e se preparar para o banho.
Alguns minutos depois, Arved bateu na porta sem entrar e disse em voz baixa:
-Ele está vindo!
Enquanto todas saíram esbaforidas,
Agnes a olhou com carinho.-Que tudo corra conforme sua vontade majestade.
Beatrice lhe  retribui o sorriso e assim que se viu sozinha, posicionou-se em frente a grande tina, vestindo apenas um roupão azul claro diáfano e transparente.
Quando finalmente o rei abriu a porta, ela deixou cair o roupão e ele viu então, os cabelos de Beatrice cobrindo seu corpo, numa visão tão maravilhosa, que ele fechou a porta e ficou ali. Parado. Suas pernas não conseguiam andar diante da maravilhosa imagem que via. Ela era angelical e ao mesmo tempo uma perfeita sedutora.
Ela havia conseguido deixá-lo  excitado e ansioso durante todo o jantar. Seus olhares soltavam faíscas e ela estava tão maravilhosa linda, com um ar recatado e ao mesmo tempo, sensual,  com partes do seu corpo a mostra, como aquele lindo ombro, que ele tinha vontade de marcar com sua língua...
-Oh! Meu Rei!-Ela disse com a voz baixa, pegando o roupão do chão e colocando na frente de seu corpo.
Cornell ainda encostado na porta, a olhava com desejo e paixão.
-Continue seu banho, milady.
Ele disse com a voz rouca.
Ela então, retirou o roupão de seu corpo lentamente e  com sua sensualidade natural, pegou em seus longos cabelos, colocando -o para trás e ficando totalmente nua para ele. Estava envergonhada ? -Sim!
Mas precisava demonstrar para ele como se sentia. Precisava demonstrar todo o seu desejo, sua falta, o seu amor.
Ele continuava no mesmo lugar como se estivesse enraizado, mas Beatrice pode ver que seu membro estava ereto sob a cota de malha.
Ela então riu sedutora, e entrou dentro da banheira.
-Vossa Majestade não  vem?
Não precisou falar duas vezes, em questão de minutos, ele retirou toda a roupa pesada que vestia, as botas e a espada e entrou na banheira com ela.
Pegou seu rosto entre as mãos e olhando-a nos olhos, murmurou:
- Você está me deixando louco...
Quando Beatrice lhe ofereceu sua boca, ele não resistiu.
O primeiro beijo deles foi devastador!
Cornell a devorava com a língua dando pequenas mordidas nos seus lábios e no seu queixo.
Mesmo que nunca tenha  beijado na boca, Beatrice se entregou a dança das línguas, gemendo junto com ele, quanto mais o beijo se aprofundava.
Cornell num gesto rápido, sentou Beatrice na borda da tina e murmurou:
-Me deixe fazer isso... quero sentir seu
gosto novamente.
E então, ele abriu carinhosamente suas pernas e  a tocou com sua  língua, deixando Beatrice, sem ação, achando que ia enlouquecer de tanto prazer.
Ele a sugava, a mordia devagarinho, conduzia sua língua num movimento erótico que a levou a uma estado de total entrega.
Ela sentia que seu corpo ia explodir e explodiu numa satisfação intensa e demorada.
Quando acabou ele a trouxe de volta para a água e a abraçou.
-Gostou?
Envergonhada, Beatrice enfiou o rosto no peito dele.
-Oh simmmm.... Meu rei...
Enquanto falava, Beatrice acariciava seu peito, subindo com as mais até seus cabelos.
Ele era tão bonito! Tão forte!
Beatrice queria mais, queria continuar, e timidamente o tocou.
Quando Cornell sentiu a mão de Beatrice em  seu membro, ele gemeu alto.
Ele a guiou com suas mãos, para ensiná-la o movimento de vai e vem que o estava levando  a loucura.
Mas de repente, ele levantou, e pegou o pano de secar, a enrolou nele e a levou para a cama.
Novamente se beijaram apaixonadamente. Estavam como dois  famintos perdidos a dias  no meio da floresta. O beijo foi dolorido, violento, enquanto ele a penetrava com força.
Beatrice estava pronta para ele, úmida, inteira e os dois se entregaram apaixonadamente. Cornell beijava seus seios, passava a lingua devagarinho nos seus mamilos róseos, enquanto ela  abraçava sua cintura  com as pernas. Quando ambos  alçaram o clímax, Cornell lhe beijou na testa e a cobriu com a manta, deitando-se ao seu lado.
...
Poucas horas depois, quando os dois amantes cansado dormiam, alguém abriu a porta bem devagar. A sombra espiou para dentro do quarto e em seus olhos havia um sentimento de inveja, ódio  e vingança.
Quando o inimigo oculto fechou a porta, Cornell ariu os olhos e se sentou na cama e pegou sua adaga embaixo do travesseiro.
Alguém estivera ali!
Beatrice, acordou com o movimento abrupto de  Cornell e se mexeu na cama, abrindo os olhos.
-Meu Rei?
Cornell fechou seus olhos com um beijo.
-Não é nada, volte a dormir.
Enquanto Beatrice dormia, Cornell passou o resto da noite em estado de alerta.
Amanhã resolveria isso.

O REI SEM CORAÇÃO concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora