pov Isabella
Ao chegar na sala de jantar, dei um beijo nas bochechas de Emma e Hugo - que estavam um ao lado do outro na mesa - e sorri gentil para os restantes, que devolveram da mesma forma o cumprimento.
Exceto a meger... quero dizer, a hóspede temporária da minha família, e o loiro azedo, que me encarava de um jeito estranho.
Resolvi ignorar ambos e sentei-me entre Mila e Ramon.
Todos pareciam já estar lá, no entanto, eu estava errada. Faltava alguém.
- Ethan, o seu irmão não vai descer? - parei por um instante. Ethan?
- Ele saiu sr. Beaufort, não me disse aonde ia mas levou Max e o conhecendo, pode demorar.
Tentei disfarçar meu espanto mas acho que não consegui, porque logo Mila sussurrou:
- Aquele é o irmão do Tyler, seus pais não comentaram que eles eram gêmeos? -gêmeos?!
- Não! -sussurrei de volta, espantada.
Tudo bem, eu sei que existem gêmeos idênticos, mas acho que além de ser pega desprevenida com a notícia meu espanto maior era "como poderiam existir dois deuses gregos daquele?"
- Sendo assim... acho melhor jantarmos. - concluiu meu pai.
Durante o jantar, tudo correu bem. Os irmãos Martin e eu aproveitamos para colocar as conversas em dia e meus pais conversavam animadamente com seus velhos amigos.
Por incrível que pareça, a Lecomte não aprontou nada.
Eu ainda estava assimilando a questão dos gêmeos. E uma coisa em específico não me abandonava os pensamentos. Aquele na porta do meu quarto era realmente Tyler?
Quando todos terminaram, minha mãe manifestou-se com empolgação:
- Soubemos que você toca piano divinamente bem, Ethan. Por que não toca alguma coisa para nós?
- Claro sra. Beaufort, será um prazer. - assentiu sorridente.
Por alguma razão - ainda desconhecida - não engoli muito bem a gentileza.
Todos levantamos de nossos assentos, e Florence - minha mãe - conduziu-nos até o cômodo onde estava o piano de cauda.
Ao chegarmos, ficamos todos nos respectivos lugares: eu, Mila, Ramon e Karina ocupamos quatro diferentes cadeiras. Minha mãe sentou-se à poltrona de couro que havia ali e ao seu lado estava meu pai com uma das mãos em seu ombro e um olhar gentil direcionado a ela. Do outro lado da sala - no sofá de quatro partes - estavam os senhores Martin.
Briana deu a desculpa esfarrapada de que iria arrumar o cabelo - o que me deixou prestes a pular em histeria - e Hugo e Emma pediram para brincar na sala de jogos.
Ethan sentou-se ao piano e começou a dedilhar as teclas do instrumento. Após alguns poucos segundos, identifiquei a canção.
"Waltz of the flowers" de Tchaikovsky. Era a minha preferida.
Mas como haveria de saber? Deveria ser uma mera coincidência, então logo tratei de esquecer as suposições e aproveitar a bela música.
Toda vez que escutava a melodia, que mais me parecia ser uma história contada em forma de música, eram como se bailarinas, enfileiradas e graciosas, dançassem na mais perfeita harmonia.
Após o término da música, todos o aplaudimos. Mesmo que não tivesse simpatizado com o mesmo, não poderia negar o seu talento musical.
Ele agradeceu, levantando-se e aproximando-se de nós.
- Onde aprendeu a tocar, Ethan? - perguntou Florence, encantada.
- A minha mãe... - deu uma pausa, parecendo tocar em um assunto delicado - Ela era uma grande musicista. Ensinou a mim e ao meu irmão tudo o que sabia sobre música. - concluiu cabisbaixo.
Entendemos que ela já não estava mais entre nós...
Ao perceber tocar em um ponto delicado, minha mãe então, tentou se reparar.
- Sinto muito, querido... - disse sincera - ela deve ter sido uma grande mulher.
- Não tenha dúvidas disso. - e pela primeira vez, senti ele ter dado um sorriso verdadeiro, ainda que melancólico.
- Isabella. - chamou meu pai e o encarei - Porque não mostra o jardim para o nosso convidado?
Porque eu não quero? - pensei, mas não respondi.
Aquilo estava mais para uma ordem do que realmente uma pergunta. Tinha de arrumar um jeito de sair dali!
- Uh... - vamos, pense em alguma coisa, Isabella! Me obriguei mentalmente, até que uma lâmpada se acendeu em minha cabeça.
- Eu prometi para Greta que a acompanharia até o mercado amanhã. - disparei em falar e ele me encarou desconfiado - Precisarei ir dormir cedo.
- E desde quando você vai ao mercado, Isabella? - insistiu, com a sobrancelha arqueada.
- Desde que... - minhas desculpas estavam acabando.
Fiz uma nota mental de averiguar se na biblioteca haveria algum bom livro de desculpas esfarrapadas.
- Desde que eu passei a querer aprender a fazer macarons. - quando fez menção de abrir a boca para falar mais alguma coisa, tentei contorná-lo novamente - Eu terei que participar de todo o processo, pai. Incluindo comprar os ingredientes, afinal, uma boa cozinheira deve saber até se o último grão de farinha está adequado para a receita. - sorri forçado.
Com certeza eu preciso procurar um livro de desculpas esfarrapadas.
- Está bem então. - reprimi o suspiro de alívio.
Hector pareceu ficar contente por eu ao menos tentar meter o pé na cozinha.
As pessoas na sala logo mudaram de assunto e eu agradeci mentalmente por isso.
- Macarons não é... - Mila sussurrou com olhos semicerrados. Revirei os meus lhe dando um leve empurrão, e, para não levantar suspeitas sobre a mentira que havia contado, pedi licença e me retirei para "dormir".
Antes de subir, entrei na cozinha para informar a Nana que sairia com ela amanhã. Expliquei o que tinha acontecido e mesmo desconfiando, ela concordou. Com certeza já sabia que estava apenas tentando fugir de Ethan. Dei risada com o pensamento enquanto deixava a cozinha, indo direto para o meu quarto.
Ao chegar no cômodo, coloquei um pijama acompanhado de um robe e fui até a sacada do meu quarto, que me dava a visão do jardim e ficava acima de um daqueles bancos estilo praça.
Ao olhar para baixo, vi alguém sentado nele.
A silhueta estava ao lado do que parecia ser um cachorro. Mas não pude distinguir claramente quem era, devido a baixa luminosidade do local. A única luz, vinha do abajur do meu quarto e não iluminava lá fora.
Estava quieto... Talvez pensativo com alguma coisa. Quando virou o rosto para cima, encarando a lua que estava em sua fase minguante, pude então ver quem era.
Me apoiei no encosto da porta e fiquei o observando, imaginando o que se passava em seus pensamentos. Até que levantou-se e saiu, sendo acompanhado por Max.
Me repreendi ao dar-me conta do que estava fazendo.
Isso não me interessa. Ele não me interessa! Com esse pensamento, desliguei a luz e deite-me.
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iiiiiiiii são gêmeos BR, já esperavam por essa?
Mas quem realmente era na porta do quarto da nossa Isa?
Será que essa tentativa de cozinhar da Isa vai prestar? kkkkk
Ps: gente, por favorzinho, comentem. Eu vou adorar saber o que vocês estão achando da história💖
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Amor no norte da França
Romansa"- Sabe o que é, Isabella? - arqueei a sobrancelha e ele continuou - Você desperta o meu pior lado. - sorri. - Ao menos temos alguma coisa em comum." Na década de 1950 no norte da França, vivia a família Beaufort. A mesma, apesar da fabulosa condiçã...