capítulo 12

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pov Isabella

Haviam se passado alguns dias desde a festa beneficente.  

Eu estava no corredor, indo em direção ao meu quarto quando um som de instrumento musical me fez parar. Era um saxofone, não tinha dúvidas. 

Tentei seguir o som e conforme ele ficava mais alto, fui chegando ao quarto de Tyler.

Havia uma fresta na porta e graças a isso puder o ver tocar. Resolvi fechar os olhos e me encostar na porta, para apreciar a melodia.

O que com certeza não foi uma boa ideia.

Dei um grito ao sentir meu corpo indo de encontro ao chão. Ainda tentei me segurar em alguma coisa, mas falhei tristemente na missão, a queda foi inevitável.

Porque ninguém me avisou que a porta estava aberta?

- Olha só quem veio nos fazer uma visita, Max. - debochou, sentado em uma cadeira próximo a mesa com partituras. 

Levantei-me o mais rápido que consegui e tentei manter a postura, com o resto de dignidade que tinha.

- Nem vem Tyler. Eu só estava passando e ouvi um som de sax, como ele vinha daqui e eu queria escutar melhor, me aproximei da porta. - justifiquei para que não pensasse idiotices. 

- Hum. - sorriu de canto - Sabe tocar?

- Não, apenas piano e violino. Mas o saxofone tem o som que mais gosto. - franziu o cenho.

- Então porque não quis aprender? Considerando que você tem condições para isso, não vejo porque não aprendeu.

Encolhi os ombros e acho que ele percebeu meu desconforto. 

- Vem cá.

O encarei na mesma hora, semicerrando os olhos.

- Calma, eu não vou te morder, até porque eu é quem estou correndo risco aqui, já que é você quem pode ficar com raiva do nada e me atacar a qualquer momento. -sorri com seu comentário.

Me aproximei e ele se levantou, me entregando o sax. Segurou uma das minhas mãos e levou meus dedos até as palhetas do instrumento. 

- Tocar um instrumento musical é mais do que se pode enxergar visivelmente. - foquei em seus dedos, que posicionavam os meus delicadamente nos devidos lugares, ao mesmo tempo que me permitia ouvir sua voz rouca e grave com atenção. 

- É uma maneira de se conectar com uma parte sua ou até mesmo com um outro lugar, seja ele existente ou não. - prosseguiu enquanto sentia seu olhar em meu rosto - Mas para que isso aconteça, é preciso que relaxe, sem se importar com o que há a sua volta. Conforme for fazendo isso, perceba o som produzido e deixe fluir. - posicionei a boquilha em meus lábios para soprar e ele continuou dizendo o que deveria fazer.

- Assopre devagar e siga estas partituras. -puxou uma partitura da mesa e segurou na altura dos meus olhos- Já que conhece outros instrumentos, não terá dificuldade em as ler. 

Fiz como me foi instruído e senti as palhetas vibrarem. As notas começaram a sair e eu sorri internamente. Lembranças invadiram meus pensamentos e com elas uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto. Não de tristeza, mas sim de saudade. 

" - Você vai me deixar, vovô? - perguntei com a vista embaçada pelas lágrimas e um absurdo aperto no peito.

Ele me sorriu gentil e repousou a mão em meus cabelos, soltos e desgrenhados, como sempre costumavam estar.

- Mas é claro que não, minha pequenina raposa.

- É mentira! Você está partindo! Você vai me deixar! - chorei em seu peito, negando a sua tentativa de me fazer sentir melhor.

Amor no norte da FrançaOnde histórias criam vida. Descubra agora