capítulo 14

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pov Isabella

- Samantha... - disse, com nítida decepção na voz.

Então é esse o nome dela.

Conseguia sentir sua mão gélida e trêmula, pois ainda estava segurando a minha, a acariciei com o polegar na tentativa de lhe passar algum tipo de apoio, e ele me olhou surpreso mas logo sorriu de canto com um olhar singelo.

- Não vai me cumprimentar?

Voltamos a olhar para ela, que agora estava em frente a nós dois, apoiando as mãos na mesa e deixando exposto o seu decote nada discreto.

Havia um sorrisinho cínico em seus lábios que foi murchando ao direcionar o olhar para nossas mãos juntas.

- Como pode ver, estou ocupado. - disse friamente.

- Nossa Ty...-fez uma voz melosa- Esses são modos de me tratar?

- Não vejo outra forma de tratar alguém como você. - cuspiu as palavras.

Ele continuava segurando minha mão e a apertava a cada palavra que direcionava à tal Samantha.

- Ainda não esqueceu aquilo? - Tyler abaixou a cabeça, olhando para o chão - Eu era muito jovem e insensata, amor... - amor?

Se aproximou mais dele e depositou uma mão em seu rosto.

- Porque não deixamos isso para trás? Podemos dar certo dessa vez. - sorriu sugestiva.

Não é possível que essa mulher realmente seja tão cínica ao ponto de fingir não estar me vendo aqui. Tudo bem que isso é só fingimento, mas ela não sabe disso. Isso quer dizer que ela não tem a mínima vergonha na cara mesmo.

Não posso ficar aqui só assistindo a cena. Mas Tyler não se afastou do seu toque... O que eu poderia fazer?

- Não! - exclamou, soltando minha mão e segurando o pulso da loira, a afastando de seu rosto - O que você fez não é justificado por idade ou insensatez. - levantou-se com o maxilar apertado e direcionou à ela um olhar tão frio que me fez gelar a espinha - Tem a ver com caráter, coisa que não existe no seu vocabulário.

As pessoas ao redor pareciam estar ocupadas de mais com seus encontros e jantares, coisa que agradeci mentalmente, já bastava eu ter me metido em confusão na festa do prefeito Durand. Não precisava de mais um motivo para Paris me conhecer.

- Ty... - seu olhar era suplicante - Está bem, eu errei mas quem não erra? - tentou se aproximar mas ele se afastou novamente a fazendo bufar - Eu sei que você não me esqueceu!

Certo, já chega!

- Não sei se você percebeu mas ele está acompanhado! -disse, me levantando- E seja lá quem você for, ele não parece estar muito feliz em vê-la, ou será que ainda não notou?

Um sorrisinho debochado brotou em seus lábios.

- Ah é - colocou a mão na cintura parecendo só agora notar a minha presença -, eu não vi você aí. Mas também você passa tão desapercebida que eu nem tenho culpa de não ter te notado.

Não, ela não falou isso, devo estar delirando, ela não iria querer morrer tão jovem.

Ela me lançou um olhar tão mortal, que se estivéssemos em um dos livros que leio eu com certeza já teria sido incinerada por alguma visão de raio lazer. É, ela realmente quer morrer.

Façam suas apostas. Jogarei ela da torre Eiffel ou do topo da Sacré Coeur?

- Além do mais, querida, quem é você para se intrometer onde não foi chamada? - me encarou de cima a baixo, cruzando os braços.

Amor no norte da FrançaOnde histórias criam vida. Descubra agora