capítulo 18

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pov Isabella

Ao chegarmos em casa, Nana nos recebeu com toalhas e disse que depois levaria o jantar em nossos respectivos quartos.

Não contei para ninguém sobre o incidente na fonte, não queria preocupa-los com minha segurança.

Encontrei minha mãe e Emma no corredor e elas me acompanharam até o cômodo. Disseram-me que Hugo dormiria na casa de um coleguinha de sua escola e que portanto poderíamos fazer uma "noite das meninas" como Emma estava nomeando.

Então chamamos Karina, Briana, Mila e a sra. Martin para também participar.

Sim, infelizmente fui obrigada a aturar a mejera.

Briana quase me matou no jogo de baralho. Nós éramos uma dupla e eu não tinha cartas que ajudassem a ganharmos, ela ficou uma fera porque não gostava de perder, era muito competitiva.

Apesar disso, sua presença não foi o pior do meu dia então não poderia reclamar.

Após o jogo, fizemos limpeza de pele e pintamos as unhas. A senhora Inès e minha mãe aproveitaram para contar histórias engraçadas de quando tinham seus 15 anos, nos fazendo rolar no tapete de tanto rir.

Especialmente quando Florence contou sobre o dia em que, durante um chá em Veneza, apareceu um rato no chapéu esvoaçante da duquesa Hyde e todas as outras damas ficaram apavoradas, subindo nas cadeiras e chacoalhando seus vestidos com medo de que houvessem mais deles. Mas o melhor foi a pobre Hyde, que ficou tão desesperada que acabou caindo na fonte que havia no jardim.

Acho que nunca ri tanto na vida.

(...)

- Isaaa! - acordei com batidas insistentes na porta.

Quem poderia ser a alma desprezível que me acordou a essa hora da manhã? - me fiz a pergunta mentalmente.

Com muito custo, levantei-me e andei até a porta. Ao abrir, me deparei com um sorriso gigante nos lábios de Mila e ao seu lado estava Ramon, que parecia tão animado quanto eu.

- Posso saber por qual motivo, razão ou circunstância de morte interrompeu o meu sono sagrado?

- Ai, Isa! - bufou, levemente irritada. - Já passa das nove da manhã!

- E? - esfreguei os olhos e bocejei sonolenta.

- Como assim "e"? Combinamos de sair enquanto estivéssemos aqui, esqueceu? - apoiei-me no encosto da porta, lutando para manter os olhos abertos.

- Nem precisa responder. - colocou a mão na cintura, me encarando com tédio.

Parece até uma xícara. Sorri com o pensamento e me dei conta do quanto o sono afetava minha sanidade.

- Sua cara de mamão murcho fala por si só. Mas anda logo, se arruma e vai chamar o Tyler para ir com a gente.

Como que em um clique o sono pareceu ser drenado de meu corpo.

- Porque chamar ele?

- Ramon conversou com ele ontem a noite e Tyler comentou que gostaria de conhecer melhor a cidade. - explicou.

Eu fiquei a encarando com cenho franzido e uma bela cara de taxo.

- Credo mulher, pare de me encarar assim, está me assustando.

Rolei os olhos.

- E porque eu tenho que chamá-lo?

- Por que você é a "anfitriã". - fez aspas com os dedos.

- Mas não foi a "anfitriã" - repeti o gesto - quem o chamou. Então que vá Ramon já que fez o convite.

- Ele não pode! - apressou-se em negar.

Amor no norte da FrançaOnde histórias criam vida. Descubra agora