capítulo 23

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pov Isabella

Ali em seus braços, o medo que antes parecia ir tomando cada célula do meu corpo foi dando lugar a uma sensação reconfortante. Como se enquanto estivesse entre eles nada pudesse me fazer mal.

Saber que por trás de Tyler há alguém sensível e gentil, não me foi de todo surpresa, ele já havia demonstrado antes fagulhas desse seu lado escondido, afinal.

Porém, saber sobre sua mãe me fez perceber que todos temos sombras em nossas vidas, e julgar um livro pela capa é um erro dos que mais cometemos.

Um ruído acima de nossas cabeças nos trouxe de volta a realidade. Encaramos o barulho que parecia vir do meu quarto e vi um vulto entrar rapidamente.

- Tyler! Você também viu aquilo?! - me afastei em um reflexo.

- O que? O barulho?

- Não! Isso também mas... - sacudi a cabeça - Eu vi um vulto em meu quarto. Você não? - o encarei. Suas expressões não eram muito claras já que estava meio escuro, mas pude ver que franziu o cenho - Esqueça... Devo estar vendo coisas... - disse baixo, mas não o suficiente para que ele não pudesse ouvir.

- Olha... - se aproximou novamente - Eu não vi nada, mas para que você fique mais tranquila, porque não tiramos a dúvida? - colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha e o encarei. Assenti logo em seguida.

Eu não acreditei em minhas próprias palavras quando disse que estaria vendo coisas, apesar de que, esse tipo de coisa já havia acontecido antes. Com a diferença de que antes eram em sonhos, ou melhor, pesadelos.

Deixamos o jardim e nos dirigimos até o meu quarto silenciosamente, para que não acordássemos ninguém. Ao entrarmos de maneira cautelosa, ergui a lamparina a fim de enxergar todo o quarto, parei o olhar em minha cama e ali havia uma garotinha de cabelos ruivos e pijama cor de rosa, agarrada à um bicho de pelúcia.

Suspirei aliviada.

Ao olhar para a sacada, um porta retrato, na parte interior do quarto, estava no chão. Logo me veio a mente que Emma poderia ter esbarrado na mesinha o fazendo cair.

- Está mais tranquila agora?

- Estou, foi apenas um susto. - voltei para sua frente.

- Bom, acho melhor eu ir. Tenha uma boa noite, Isabella. - ele fez menção de me tocar mas apenas deu passos para trás com um sorriso pequeno.

Quando estava para sair do quarto o chamei.

- Sobre o namoro...

- Não se preocupe com isso. Irei lhe ajudar. - sorri internamente - Mas - estava demorando - terá que ser minha guia turística durante o tempo em que eu estiver em Paris.

- Está falando sério? - levantou uma sobrancelha, cruzando os braços.

- Está bem, está bem. - levantei as mãos em rendição e ele sorriu vitorioso.

- Nos vemos amanhã... - abriu a porta, mas antes de passar por ela me olhou por cima do ombro - raposinha irritante.

Sorri como uma idiota assim que ele se foi.

(...)

No dia seguinte, estávamos todos tomando café da manhã e o clima entre eu e Tyler, e Briana e Ethan, não estava dos melhores.

- Então meninos, como está sendo a viajem? - indagou minha mãe.

Os irmãos Lecomte trocaram um olhar dos menos amigáveis antes de responder voltando-se para ela.

Amor no norte da FrançaOnde histórias criam vida. Descubra agora