capítulo 17

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pov Isabella

Minha mão direita estava posta em cima do seu peitoral desnudo, me permitindo sentir sua pele macia e um pouco quente, mesmo que estivesse molhada pela chuva.

Meus olhos encontraram os seus e pigarreei, desviando-o enquanto tentava focar em qualquer outro ponto.

- Não se preocupe. - a voz rouca chegou até meus ouvidos, me fazendo estremecer - Quando a chuva passar nos afastamos.

Esse era o problema. Não sabia dizer se queria me afastar, na verdade, tenho medo de me responder essa pergunta.

Mesmo assim, acenei para que entendesse que eu havia concordado.

Aos poucos senti o frio dar lugar ao calor em meu corpo e então fui me aconchegando ao peito de Tyler.

Acho até que estava me aproveitando um pouco da situação para senti-lo de perto, porque, surpreendentemente, o seu toque não me era estranho e nem me causava sensações desagradáveis.

- Você se recuperou? - sua pergunta interrompeu a voz do silêncio e eu perguntei a que se referia.

- A praça... Você está realmente bem? - seu tom de voz carregava inquietação.

Afastei-me o suficiente para encarar seus olhos, mas não consegui fazer tal ato. No momento a pergunta me causou um arrepio na espinha e meus olhos lacrimejaram ao lembrar do aperto em meu braço e da sensação cortante de me sentir sem saída.

- Pode falar comigo... se quiser. - segurou meu maxilar, me fazendo finalmente olhar em seus olhos e então não pude mais segurar.

Um soluço escapou de minha garganta e acabei me deixando desabar em seus braços, permitindo que o choro viesse.

Passei meus braços ao redor de seu tronco e afundei os dedos em sua pele macia e ávida. Quando ele me puxou mais para si enterrei meu rosto em seu peito. 

As lágrimas corriam minha face ligeiramente e ficamos assim por um tempo ao qual eu não saberia determinar exatamente quanto.

Meu aperto contra Tyler só diminuiu quando estas pareceram cessar. Sentia uma de suas mãos acariciar meus cabelos molhados enquanto a outra fazia movimentos circulares com o polegar em meu braço, me acalmando.

Já com a respiração normalizada e as emoções não tão a flor da pele, observei que nem mesmo a chuva foi capaz de esconder seu perfume. Ele estava impregnado em seu corpo e eu rezava para que o mesmo acontecesse com minhas narinas.

Conseguia sentir o frescor de sua pele que era de uma fragrância forte e refinada. Estava confortável assim, em seus braços.

Depois de um tempo, quando pensei estar o incomodando, deslizei meus dedos por suas costas até me afastar um pouco. Assim, tão próxima, notei melhor seus traços. A barba rala destacava seu maxilar e seus olhos azuis tinham um brilho diferente agora, seu cabelo loiro estava levemente escurecido por estar molhado e as gotas de chuva escorriam por sua pele.

Ignorei o frio que senti na barriga ao vê-lo nesse estado e procurei pensar em um modo de agradecê-lo por tudo o que fez hoje. Se não fosse por ele quem sabe o que teria acontecido comigo...

- Tyler, eu queria...

Um ranjer na porta do celeiro interrompeu minha fala.

- Você não podia fazer isso amanhã?

Uma garota de cabelos escuros apareceu acompanhada de um rapaz que se parecia muito com ela, foi ele quem fez a pergunta.

- Lógico que não né Matteo! - ralhou impaciente.

Amor no norte da FrançaOnde histórias criam vida. Descubra agora