capítulo 31

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Alerta de gatilho!⚠️

pov Isabella

O edredom macio cobria e aquecia meu corpo e os travesseiros na beirada de minha cabeceira, deixavam-me confortáveis. Estava me preparando para dormir.

Suspirei, me aconchegando entre os lençóis e assim fui fechando os olhos. Um sorriso escapou de meus lábios ao lembrar de hoje mais cedo, quando estive nua, inebriada, necessitada, pedinte, entregue...

A sensação de seus dedos entrando vagarosamente em minha intimidade ainda me era tão sensitiva. O olhar de prontidão, cuidando para que o momento não me causasse dor. Sua língua cálida e úmida, me invadindo pouco a pouco e o líquido quente escorrendo por minhas pernas, abrasando cada célula do meu corpo após ele ter me dado prazer...

Em meio aos pensamentos, adormeci.

(...)

Eu estava nua.

Meu pequeno corpo estava ao relento e meus cabelos ruivos cobriam meus seios expostos de maneira ineficiente, caindo sobre os ombros e apontando para os mamilos rígidos.

Arrastei-me sonolenta até chegar à margem de um rio, onde mirei-me no espelho da água. Levantei-me, vendo meu ventre estreito e minhas coxas roliças, desnudas e com a pele eriçada.

Senti braços fortes e calorosos me enlaçarem e alegrei-me por saber quem era. Um calafrio gostoso me percorreu a espinha, subindo até a nuca e se espalhando pelo cérebro, como se fosse a droga mais viciante.

Sorri, fechando os olhos.

Uma gargalhada infernal arrancou-me de meus devaneios e um forte aperto acoxou meu braço, machucando e deixando marcas por toda a extensão da minha pele.

Sentindo o terror invadindo minhas veias, olhei para a cara do agressor quando virei-me de frente. Ao fazê-lo, um torpor de mal-estar tomou-me por inteira, não era o dono dos fios dourados.

Um féu amargo deu gosto aos meus lábios e de meu rosto, agora pálido e apavorado, escorreu uma lágrima, solitária e cortante.

Tentei gritar, tentei me desvencilhar do abraço obsceno, mas nada lhe afastava de meu pequeno e indefeso corpo ainda desnudo.

Debati-me, sentindo as mãos imundas, repulsivas e sórdidas a me apalpar, desvendando os mistérios do meu corpo, apertando, invadindo, profanando, enquanto sua risada cortante atingia meus ouvidos.

Sufocada, reprimida pelo peso de seu corpo contra o meu, estava quase desmaiando.

Tremia e chorava, clamando por ajuda, mas sem obter nenhuma resposta.

Foi quando senti seu peso ser tirado bruscamente de cima de mim, fazendo minha respiração presa, voltar ao poucos.

Ergui o olhar para cima mas não pude ver o rosto de quem me salvara, pois estava coberto por uma nuvem de poeira.

Olhei para o lado, vendo o corpo desfalecido do meu abusador. De um corte na garganta, jorrava o sangue que anunciava sua morte.

Um soluço escapou de minha garganta e logo lágrimas escorreram pelo meu rosto, me sentia tão vulnerável e sozinha. Precisava de alguém naquele momento, precisava dele.

Corri à procura de quem acabara de me salvar, buscando alento em seus braços. Era ele, tinha de ser, quem mais seria se não o fosse?

Me joguei em seu peito e o abraço foi recebido de bom grado, mas não encontrei conforto. O salvador e herói, desvaneceu-se em minha frente para dar lugar a novamente o mesmo aperto brutal que me tirava a calma instantes antes.

Amor no norte da FrançaOnde histórias criam vida. Descubra agora