pov Isabella
Estávamos vestidos de garçons.
Tive que prender meu cabelo. E não sei como, mas o cozinheiro também arranjou bigodes falsos para que não fossemos reconhecidos. Tudo com a condição de que eu trouxesse o tal livro da Cinderela. Mas afinal o que tanto há nesse livro?
Bom, isso não importa agora. Vamos focar no que realmente interessa: entrar no restaurante e tirar Nana e Bernard de lá.
Tudo bem, estou tratando isso como se fosse uma missão de alto risco, eu admito...
MAS É PORQUE É! Vejam só: temos dois inocentes cidadãos "presos" em um estabelecimento onde há uma cobra extremamente perigosa - e sim, é a loira oxigenada - sem contar que Hector vai me deserdar se não chegar em casa no horário combinado. E aí? Ainda acha que essa não é uma missão de extrema importância?
- Vamos fazer o seguinte, entramos lá de fininho e fingimos perguntar se eles querem alguma coisa, mas na verdade nós só iremos avisar para que eles nos esperem lá fora. - expliquei para Tyler, enquanto gesticulava.
- Não é muito mais fácil pedir para que alguém os avise que estamos esperando lá fora? - insistiu pela milésima vez - Fora que eu vi a...
- Caro Tyler, você não captou a mensagem, então deixe-me explicar novamente... - segurei seus ombros fitando seus olhos com determinação - Entra na droga do personagem! - ralhei sem paciência.
Ele revirou os olhos, também impaciente. Ainda o ouvi resmungar alguma coisa mas não dei ouvidos.
Deixamos a cozinha, com cada um segurando uma bandeja de prata que eram ocupadas apenas por dois saleiros, pela simples razão de não querermos matar ninguém. Vai que um copo de vidro caísse na cabeça de alguém?
Do jeito que eu tenho "sorte" com essas coisas é melhor não arriscar.
Entramos no salão das mesas, onde estavam os clientes e logo avistei os nossos alvos. Será que não perceberam que já se passaram horas desde que chegamos?
O tempo deve voar mesmo quando estamos com quem amamos. Eu achava que sabia como era sentir isso, mas... não sabia.
Afastei esses pensamentos e dei continuidade ao plano super, mega, ultra bem elaborado por esta que vos fala.
Fiz um sinal digno de espionagem profissional para que Tyler fosse na frente e ele revirou os olhos, seguindo até a mesa.
Fui atrás dele e estava tão focada em chegar ao nosso objetivo que me desliguei das coisas ao redor.
Então... Lembram do super, mega ultra bem elaborado plano? Esqueçam, eu nem sei porque achei que isso iria mesmo funcionar.
Acabei tropeçando no pé da cadeira onde uma senhora de idade estava sentada. Como consequência, acabei caindo de cara do chão.
Bem que poderia ter parado por aí, mas infelizmente, aconteceu coisa pior.
Vi a bandeja com saleiros praticamente voando das minhas mãos e um deles pareceu cair em câmera lenta. A medida que foi descendo, eu fui arregalando os olhos. Ele estava indo em direção à testa de um velhinho que encontrava-se logo em frente a senhora.
Quando o saleiro se chocou com sua testa, sua cadeira acabou indo para trás. Meu Deus! Eu matei o velho!
- Abelardo! - esbravejou a senhora, levantando-se.
Pronto, como se não bastasse matar o velhinho, vou ser morta pela esposa dele, que reconfortante.
Me levantei do chão, rezando para que ela entendesse que foi apenas um acidente.
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Amor no norte da França
Romance"- Sabe o que é, Isabella? - arqueei a sobrancelha e ele continuou - Você desperta o meu pior lado. - sorri. - Ao menos temos alguma coisa em comum." Na década de 1950 no norte da França, vivia a família Beaufort. A mesma, apesar da fabulosa condiçã...