capítulo 7

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pov Isabella

Tendo se passado um tempo após o almoço, fui andar à cavalo, mas antes, tive de me desvencilhar de Ethan no estábulo.

- Boa tarde, senhorita Isabella. - cumprimentou.

- Boa tarde... Ethan, não é? - resolvi perguntar, vai que fosse o irmão e eu acabasse pagando um mico, apesar de que Tyler não é educado assim então não poderia ser ele.

- Exato. A senhorita... anda à cavalo? - questionou, encarando o animal de pelagem escura, com a sobrancelha arqueada.

Quando redirecionou o olhar para mim, minha postura estava ainda mais rígida do que antes. Aquele olhar deixava claro que não somente estava surpreso, como também incrédulo por eu montar.

- Sim, algum problema?

- Não, de forma alguma. - apressou-se em corrigir.

Apesar da tentativa de parecer cavalheiro, havia um sorriso falso em seus lábios, enquanto que seu olhar me fitava de maneira estranha, ao mesmo tempo que me parecia familiar.

Foi então que me dei conta. Eu conheço esse olhar. É o mesmo de quando Tyler apareceu na porta de meu quarto. Então havia sido ele quem me tinha feito uma "visita".

- Se me der licença... - segurando as rédeas do cavalo, me dirigi até a saída do estábulo, quando Ethan se colocou em minha frente.

- Eu poderia então tomar a liberdade de não a dar? - indagou galanteador.

O encarei com escárnio.

- Deixe-me então reformular a frase. -sorri e ele fez o mesmo, provavelmente pensando que estava me derretendo com seu charme- Com ou sem sua licença! -passei por ele e fui até a porta do estábulo com o frísio (raça do cavalo) o deixando sozinho e provavelmente irritado.

Já nos campos da propriedade de minha família, aproveitei a sensação que cavalgar me proporcionava e depois de um tempo, voltei para casa a fim de buscar os macarons de Bernard.

Mesmo que a biblioteca não fosse muito longe de minha casa, quis ir ainda montada e segui caminho tranquilamente até lá.

Ao chegar, estranhei ao me deparar com outro equino, que me parecia deveras familiar.

Ele estava com as rédeas presas à um mastro que havia frente a biblioteca e deixando o meu ao lado dele, adentrei o local com a sacola de macarons em mãos.

Talvez Bernard saberia me dizer a quem pertencia aquele cavalo.

- Não acredito! - ouvi Bernard falar em tom de voz alto e em seguida soltar uma gargalhada.

Eu sei, eu sei, muito estranho para um bibliotecário, mas ele realmente não é muito normal.

Estava conversando com um homem. O mesmo, ao qual eu não saberia dizer quem era, encontrava-se de costas para a entrada da biblioteca.

Me aproximei, ainda atenta à conversa.

- E depois ela me deu um tapa que deu para ouvir de todo o estabelecimento. Eu ainda estava sem entender nada e todos me olharam com caras de julgamento. - o homem falou gesticulando.

Mais risadas de Bernard, até que me aproximei definitivamente, pigarreando para tentar chamar sua atenção.

Foi quando o tal homem virou de frente e pude então reconhecê-lo.

- Você?! - dissemos em uníssono, ambos espantados.

Por Deus! Será que não terei mais nem um segundo de paz?

Amor no norte da FrançaOnde histórias criam vida. Descubra agora