capítulo 20

139 13 46
                                    

pov Isabella

Sabe aquela situação constrangedora que todos passam na vida?

Aquela que não importa quanto tempo passe ainda vai aterrorizar seus pensamentos quando você estiver prestes a dormir?

Pois é. Essa seria com certeza uma dessas situações.

Mentir sobre estar namorando era o menor dos meus problemas, pois em poucos dias - e olha que estou sendo otimista - Paris inteira estaria sabendo que Isabella Beaufort estava de compromisso.

Mas o problema de verdade, era: eu não só havia dito estar namorando, quando morria dizendo que nunca me envolveria com ninguém, como também beijei meu falso e mais recente namorado na frente de uma generosa multidão. Estou sendo realmente positiva, afinal, nem sei se Tyler concordará com isso.

Eu queria cavar um buraco e só parar quando estivesse na China.

Sobre o beijo? É, beijar Tyler foi surpreendentemente bom.

Tudo bem, estou sendo modesta. A verdade mesmo? Nunca me senti daquele jeito antes. Meu coração parecia estar em minha garganta e minha pele esquentava conforme sentia os movimentos que sua língua fazia na minha.

Não consegui conter nem se quer o baixo gemido que me escapou dos lábios. Pedi em prece mentalmente para que ele não tivesse ouvido.

De primeiro momento, tive medo, pensei que ele não fosse retribuir e até se afastar, mas para minha sorte e surpresa não foi o que aconteceu. 

De qualquer forma a questão central é: porque fiz isso? Bom, quando Briana soltou suas farpas e disse que eu não era capaz de me envolver amorosamente com alguém, não me contive. Tinha que mostrar que ela estava errada.

Mas no momento, a multidão que antes batia palmas alegres e nos direcionava sorrisos acolhedores, esvaiu-se, pois dois guardas uniformizados despacharam todo mundo.

Agora estávamos sendo enxotados museu à fora, perfeito.

- Vamos, não temos o dia todo.

- Você não pode! - o guarda arqueou a sobrancelha diante do protesto - Por acaso você sabe quem eu sou? Briana Lecomte! Vocês não podem me expulsar!

- Não conheço família Lecomte alguma em Paris. E você Roger? - direcionou a pergunta ao outro guarda.

- Não, nenhuma. - este deu de ombros.

- Oras, seus... - foi interrompida quando o primeiro guarda pareceu ter uma ideia.

- Já que você é de fato tão importante, ao ponto de não precisar seguir as regras do local... - sorriu sugestivo - podemos abrir uma sessão de tratamento especial. - Briana sorriu largamente, me encarando com ar de superioridade.

O guarda parou numa uma pose reflexiva, como se tratasse de algo de extrema importância e então sorriu alegremente antes de falar:

- Prefere sair daqui em uma carruagem de ouro ou em um tapete mágico? - o sorriso da Lecomte murchou instantaneamente.

Apertei os lábios segurando o riso. 

Ele voltou a segurar meu braço e o da megera e seu parceiro fez o mesmo com Tyler e Ethan.

Ao vê-los dois minutos atrás, estou surpresa de que não tenham se matado até hoje. Ethan tinha os olhos em fúria ao passo que Tyler apertava o maxilar com punhos cerrados, e foi quando os guardas chegaram, impedindo que uma briga acontecesse.

Hoje mais cedo Ethan tentou me acompanhar ao longo da exposição, mas não suportava mais ter que o ouvir falar sobre sua promissora - muito embora futura e ainda existente - carreira de medicina, então lhe dei um perdido e depois acabei encontrando com Tyler.

Amor no norte da FrançaOnde histórias criam vida. Descubra agora