pov Isabella
Sabe aquela situação constrangedora que todos passam na vida?
Aquela que não importa quanto tempo passe ainda vai aterrorizar seus pensamentos quando você estiver prestes a dormir?
Pois é. Essa seria com certeza uma dessas situações.
Mentir sobre estar namorando era o menor dos meus problemas, pois em poucos dias - e olha que estou sendo otimista - Paris inteira estaria sabendo que Isabella Beaufort estava de compromisso.
Mas o problema de verdade, era: eu não só havia dito estar namorando, quando morria dizendo que nunca me envolveria com ninguém, como também beijei meu falso e mais recente namorado na frente de uma generosa multidão. Estou sendo realmente positiva, afinal, nem sei se Tyler concordará com isso.
Eu queria cavar um buraco e só parar quando estivesse na China.
Sobre o beijo? É, beijar Tyler foi surpreendentemente bom.
Tudo bem, estou sendo modesta. A verdade mesmo? Nunca me senti daquele jeito antes. Meu coração parecia estar em minha garganta e minha pele esquentava conforme sentia os movimentos que sua língua fazia na minha.
Não consegui conter nem se quer o baixo gemido que me escapou dos lábios. Pedi em prece mentalmente para que ele não tivesse ouvido.
De primeiro momento, tive medo, pensei que ele não fosse retribuir e até se afastar, mas para minha sorte e surpresa não foi o que aconteceu.
De qualquer forma a questão central é: porque fiz isso? Bom, quando Briana soltou suas farpas e disse que eu não era capaz de me envolver amorosamente com alguém, não me contive. Tinha que mostrar que ela estava errada.
Mas no momento, a multidão que antes batia palmas alegres e nos direcionava sorrisos acolhedores, esvaiu-se, pois dois guardas uniformizados despacharam todo mundo.
Agora estávamos sendo enxotados museu à fora, perfeito.
- Vamos, não temos o dia todo.
- Você não pode! - o guarda arqueou a sobrancelha diante do protesto - Por acaso você sabe quem eu sou? Briana Lecomte! Vocês não podem me expulsar!
- Não conheço família Lecomte alguma em Paris. E você Roger? - direcionou a pergunta ao outro guarda.
- Não, nenhuma. - este deu de ombros.
- Oras, seus... - foi interrompida quando o primeiro guarda pareceu ter uma ideia.
- Já que você é de fato tão importante, ao ponto de não precisar seguir as regras do local... - sorriu sugestivo - podemos abrir uma sessão de tratamento especial. - Briana sorriu largamente, me encarando com ar de superioridade.
O guarda parou numa uma pose reflexiva, como se tratasse de algo de extrema importância e então sorriu alegremente antes de falar:
- Prefere sair daqui em uma carruagem de ouro ou em um tapete mágico? - o sorriso da Lecomte murchou instantaneamente.
Apertei os lábios segurando o riso.
Ele voltou a segurar meu braço e o da megera e seu parceiro fez o mesmo com Tyler e Ethan.
Ao vê-los dois minutos atrás, estou surpresa de que não tenham se matado até hoje. Ethan tinha os olhos em fúria ao passo que Tyler apertava o maxilar com punhos cerrados, e foi quando os guardas chegaram, impedindo que uma briga acontecesse.
Hoje mais cedo Ethan tentou me acompanhar ao longo da exposição, mas não suportava mais ter que o ouvir falar sobre sua promissora - muito embora futura e ainda existente - carreira de medicina, então lhe dei um perdido e depois acabei encontrando com Tyler.
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Amor no norte da França
Romance"- Sabe o que é, Isabella? - arqueei a sobrancelha e ele continuou - Você desperta o meu pior lado. - sorri. - Ao menos temos alguma coisa em comum." Na década de 1950 no norte da França, vivia a família Beaufort. A mesma, apesar da fabulosa condiçã...