pov Isabella
Com muito custo, virei-me na direção em que ouvi a irritante voz.
Assim que o fiz, pude ver o falso sorriso estampado nos lábios da figura de cabelos pretos e olhos azuis.
Ainda era difícil para mim lidar com o que aconteceu, mas não deixaria isso transparecer, então logo tratei de responder com descaso.
- Lecomte...
- Nossa, que modos mais avulsos para uma dama. Quer dizer então que o que dizem a seu respeito é verdade? - fingiu tristeza.
- Poupe-me! O que dizem a meu respeito não me interessa!
- Calma, Isa... Isso tudo é rancor? - ficou na defensiva, como se eu fosse a errada da história.
Travei o maxilar.
Ela estava tentando me provocar e tinha de fazer alguma coisa antes conseguisse o que queria.
Respirei fundo, buscando no mais íntimo do meu ser alguma sanidade e tentei aparentar indiferença.
- Você ainda lembra disso?
- E você não? Até parece que esqueceu. - desdenhou rindo.
- Na verdade sim. - menti - E você deveria fazer o mesmo.
Minha postura estava rígida mas estava me segurando para não deixar as lágrimas caírem. Reuni todas as minhas forças e continuei.
- Sabe, talvez fosse melhor gastar o dinheiro das plásticas em terapia, acredite em mim, lhe faria um enorme bem.
- Fora que... - fingi a analisar - Alguma coisa aí parece estar fora do lugar. - apontei para o seu nariz que já deveria ter passado por inúmeros processos cirúrgicos e ela colocou a mão por cima do mesmo, pisando duro até a porta.
Quando a morena deixou o cômodo - fechando a porta bruscamente - eu voltei meu olhar para Mila, que estava sorrindo de orelha à orelha. Ela sabia o que tinha acontecido no passado.
- Você foi muito bem, calma. - sussurrou apenas para que eu pudesse ouvir e respirei fundo, buscando o máximo de ar de meus pulmões.
Agradeci mentalmente por meu pai não estar na sala, afinal, estaria me vendo descumprir o que lhe prometera - ser paciente com a megera - porém, não podia deixá-la me humilhar, não mais.
Ouvimos a porta ser aberta e pensei que Briana teria se arrependido de sair sem me dar uma resposta à altura. Mas percebi que estava errada quando proferiram outro nome.
- Tyler! - exclamou o senhor Raul.
Virei-me para então me deparar com o ser mais petulante que conheci nas últimas 24 horas.
O loiro mal educado.
Então esse era o seu nome. Mas quem será ele? Um dos primos da megera da Briana? Não seria surpresa já que o mau-humor era deveras semelhante.
- O encontrou? - indagou Ramon.
- Não. - lamentou atordoado, passando a mão no cabelo por incontáveis vezes - Já o procurei em cada centímetro da casa e do lugar em que o perdi. Não sei mais o que fazer.
- Acalme-se, querido, nós o encontraremos, você verá. - consolou a senhora Inès.
Mas afinal a quem se referiam?
- Desculpem, mas sobre quem estão falando? - acabei por perguntar.
- O cachorro do Tyler. - disse Mila, notando logo após minha careta confusa - Esqueci que vocês ainda não foram apresentados.
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Amor no norte da França
Romance"- Sabe o que é, Isabella? - arqueei a sobrancelha e ele continuou - Você desperta o meu pior lado. - sorri. - Ao menos temos alguma coisa em comum." Na década de 1950 no norte da França, vivia a família Beaufort. A mesma, apesar da fabulosa condiçã...