capítulo 13

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pov Isabella

Já era noite, por volta das 18:00 horas, tinha acabado de ajudar Nana a se arrumar para o encontro com Bernard "entre amigos" como ela está chamando e ao ver o "conjunto da obra" como eu gosto de chamar, constatei que havia feito um bom trabalho, ela estava linda.

- Está linda! - sorri batendo palminhas.

- Acha mesmo, Isa? Não é de mais para um jantar entre amigos? - perguntou receosa.

- Nana, pare de besteira. Você está perfeita! - mexeu na barra do vestido inquieta - Não se preocupe, tenho certeza de que ele vai gostar. - sorri gentil, fazendo um carinho em seu braço e ela concordou dando um pequeno sorriso. 

- Está bem, agora ande, vá se arrumar. - franzi o cenho.

- Como assim me arrumar? - a confusão em meu rosto era nítida.

- Você vai comigo.

- Não mesmo! - neguei na mesma hora.

- Vai sim, nem que seja para ficar em algumas mesas mais distantes.

- Esse é o seu jantar romântico e eu não quero ficar de vel... - parei de falar quando vi que ela tinha um olhar mortal direcionado a mim.

Por que essas senhoras fofinhas costumam ser tão assustadoras quando querem?

- Está bem... - soltei um longo suspiro.

- Ótimo! - foi a vez dela bater palminhas, mas eu não estava mais nem um pouco animada - Te espero lá em baixo, e não demore. - saiu fechando a porta do meu quarto.

Fui até meu armário e escolhi um vestido verde água com decote canoa, a barra da saia ia até pouco abaixo dos joelhos e ele era um pouco rodado. Nos pés, calcei uma sandália de salto médio - uma das poucas dessa altura que me são confortáveis - e passei perfume. Resolvi deixar o cabelo solto então não demorei a ficar pronta.

Saí do quarto e desci as escadas. Ao chegar no hall de entrada, encontrei Nana, que infelizmente, não estava sozinha.

O loiro ao seu lado estava com as mãos nos bolsos da calça e vestia um terno azul que se ajustava muito bem ao seu corpo. Apesar de não estar nada mal, estamos em 1950, é comum ver homens alinhados e bem vestidos, porém, ele não estava exatamente arrumadinho. Mas posso dizer, a contragosto, acredite, que esse visual lhe caía muito bem.

O cabelo tinha algumas mechas rebeldes que caíam sobre a testa, o que o deixava surpreendentemente ainda mais bonito. Não usava gravata e tinha dois botões da camisa social branca abertos, os sapatos sociais eram o que haviam de mais tradicional nele.

- Isa, Tyler virá com a gente. - assim que ouvi essas palavras, saí do meu transe.

- O que? Por quê? - indaguei de imediato. O loiro azedo sorriu com minha reação. 

- Não queria deixar você sozinha, então o convidei para ir também e te fazer companhia.

- Não era preciso. - cruzei os braços, com uma carranca no rosto. Não acredito que Nana fez isso.

- Vamos Isabella, não acredito que será tão ruim assim desfrutar de minha companhia. - sorriu ladino.

Tratante!

- Ótimo! Já que estão todos de acordo, podemos ir. - Nana interrompeu meus pensamentos, percebendo que eu já estava prestes a pular no pescoço dele e saiu nos empurrando até a porta.

(...)

Quando chegamos no restaurante, avistamos Bernard sentado em uma das mesas. 

Ele estava de paletó e com uma gravata que curiosamente era da mesma cor do vestido de Greta, vermelho. Estava muito fofo e eu acabei sorrindo ao vê-lo.

Amor no norte da FrançaOnde histórias criam vida. Descubra agora