First act

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Mais tarde, com os acontecimentos, me sento sozinha ao lado de fora em um pequeno banquinho de madeira.

A aliança ainda está de pé, mas qualquer mínimo deslize é capaz de acabar com tudo. Como quase aconteceu.

Homens e mulheres passam por mim parecendo exercer um esforço tremendo para não me lincharem. Virando a cabeça para o lado, vejo que uma garotinha de cabelos perfeitamente enroladinhos me observa curiosa atrás dos grandes barris de suprimentos. Abro um sorriso gentil por ser a única corajosa, o curto momento em que não me sinto um monstro, mas com uma ordem dura — possivelmente de sua mãe — ela se afasta para dentro de uma das casas.

Bufo me encostando na parede áspera.

—Aproveitando a simpatia dos moradores?—Bellamy aparece ultrapassando o muro ao meu lado.

—Sim, quase cuspiram em mim.—repuxo os lábios num sorriso fino sem mostrar os dentes.

—Deveria ter ficado na sala com Raven e os outros.

—Como ela está?—Me levanto e paro na sua frente com a expressão cansada.

Ele desvia o foco por um instante.

—Vai ficar bem, Clarke cuidou de seus cortes, agora está tentando arrumar nossa comunicação nos rádios.

Mordo o canto interno da boca sentindo que conseguiria ter evitado tudo aquilo se tivesse encaixado as peças a tempo. Foram tantos cortes... Braços, pernas, barriga e rosto manchados por seu próprio sangue.

Poderia ter sido qualquer um de nós.

Hey... Logo tudo isso acaba, aí estaremos livres para caçar borboletas ou coisas do tipo.—arqueia as sobrancelhas com um riso escondido para me tirar de um poço lamentoso.

—Sem graça.—cruzo os braços—Mas bem que eu queria... Sair por aí e só se preocupar com os animais deve ser incrível.

Suspiro.

—Sabe o que mais seria incrível?—ele se aproxima e eu o aponto com o queixo para continuar—Voltar para aquela clareira... e terminar o que começamos.

É assim então?

Semicerro os olhos tentando conter um sorriso de canto. Sua mão sobe delicadamente até a lateral do meu rosto e eu avanço no limite de não nos tocarmos enquanto olho para cima pela diferença de altura.

—Acho que ainda sei onde fica...—vou na dele—Posso te dar outro fora de quiser, ou...?

Quebrando a distância restante, cedemos ao beijo que ambos provocávamos, mas nosso envolvimento dura pouco com a voz de Clarke nos interrompendo:

—Bellamy, eu mandei chamá-la, não seduzi-la.

Nos afastamos e eu comprimo os lábios um tanto frustrada, por um segundo esqueci que estávamos em Tondc.

—Se me desse cinco minutos, estaríamos lá.—ele diz soltando o ar e retomando seu tom sério.

—O que aconteceu?—questiono com o cenho franzido.

Fito Clarke e ela faz um sinal para o Blake com suas sobrancelhas.

—Vamos nos infiltrar na montanha.—explica ele.

—Estava certa.—a Griffin admite—Sem alguém lá dentro, todos os nossos esforços serão inúteis, precisamos reduzir as defesas para podermos entrar.

—Desativar a névoa...—compreendo—Mas faremos isso quando? Praticamente disse que morreríamos.

—Ao amanhecer Lincoln levará vocês.—ela procura algo em seu bolso, quando acha, puxa um rádio. A voz chiada de Jasper ecoa por ele, pede desesperadamente por ajuda e repete que estão ficando sem tempo—Vale a pena o risco, eu estava sendo fraca.

OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100 Onde histórias criam vida. Descubra agora