OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100

We are grounders (Pt. 1)

Meus olhos correm por seus rostos até eu me comprovar que não é uma alucinação.

—Meu Deus, Clarke!—exclamo extasiada.

A loira e o Finn estão parados na passagem do portão assimilando toda a movimentação estranha do acampamento. Saio do meu lugar e vou correndo até eles, abraçando a Griffin e o Collins com alívio.

—O que aconteceu?—disparo confusa—Onde vocês estavam?

Clarke me olha com as sobrancelhas juntas em menção de uma mensagem ruim.

—Terrestres nos levaram, mas Lincoln acabou nos salvando.—faz uma pausa—Eles em breve irão nos atacar... Precisamos estar prontos, Bia.—explica do jeito mais calmo e simples que consegue.

O aviso do ataque me deixa sem saber o que dizer. A Arca não deu sinal de vida até o momento e o prazo de chegada já era. Estamos em uma imensa desvantagem em todos os quesitos e os problemas se acumulam como em uma pilha.

Céus!

Respiro fundo e um assunto mais importante vem na minha cabeça. Monty.

Não está com eles.

—Viram o Monty?—indago temerosa.

—Ele também sumiu?—a Griffin franze o cenho, o que me faz levar uma mão até meus fios de cabelo e repuxar de leve desviando o olhar.

—Socorro! Eu fui... atingida!—uma voz feminina sofrida corta meus pensamentos, viro minha cabeça rapidamente na direção.

Raven com muito esforço se arrasta para dentro do acampamento. Não... Corro até ela sendo seguida pelos dois e passo um dos meus braços por sua cintura para que se mantenha em pé com menos trabalho.

Fito sua expressão de dor esperando por alguma palavra que esclareça a situação.

—Foi o Murphy... Ele... me acertou—ofega.

Os tiros... Ele sabia que não estavam sozinhos.

Que a essa hora esse infeliz tenha aprendido alguma lição com nossos "vizinhos".

—Vamos para dentro da nave.—Clarke ordena e Finn ajuda a carregar a mecânica.

A deixamos deitada num colchonete ao chão enquanto a Griffin se apressa para estudar sua situação.

Conforme o tempo passa, meu ombro reclama do corte. Não temos tempo para isso. Pressiono com a mão e deixo para fazer um curativo depois, já que não sinto nada além da dor.

Flexiono os joelhos me agachando e aguardo algum veredito da loira. A dor de Raven parece ser tanta que não consegue amenizar sua expressão um segundo se quer, resmungando a cada toque suave da Griffin em sua pele.

—Clarke?—a incentivo a dizer algo.

—A bala está perto da coluna dela. Se avançar pode ser algo grave.—abaixa a blusa da Reyes.

Finn, que está sentado próximo de nós observando tudo, se levanta bruscamente condenando Murphy e todas as vezes que ele abriu sua boca inútil para dizer uma simples palavra.

Procuro não projetar meu medo para fora da mente, nunca vi isso ajudar em alguma situação. Mordo o nó do indicador como descarga de pensamentos ruins.

Filho da puta maldito!

—Maravilha. Era tudo que eu precisava.—Raven fala fazendo uma expressão de dor enquanto se vira para nós.

—O que devemos fazer?—pergunto gesticulando com as mãos.

—Raven tem que ficar segura até que resolvamos nosso problema com os terrestres e a Arca desça... Não tenho os instrumentos e os remédios necessários.—intercala o olhar entre mim e o garoto.