—Raven, algum sinal da Arca?—pergunto tentando evitar o nervosismo.
Caminho até a mecânica mordiscando o nó do meu dedo indicador enquanto Clarke estuda a melhor maneira de retirar o objeto cortante.
Suas mãos posicionam e reposicionam os botões do rádio precisamente enquanto chama pela estação.
—Ainda não.—avisa com o tom da voz se sobrepondo às falas alheias e à tempestade—Estação da Arca, aqui é Raven Reyes! Por favor, responda!—repete intensamente ao microfone.
O metal da nave se estremece com a força avassaladora da natureza.
Mantenha a calma. Uma voz sussurra na minha cabeça e encaro o chão.
—Ra... Ra-ven?—a fala cortada de um homem soa no equipamento.
Nossos olhares voam em sua direção como se a última chama de esperança ganhasse força antes de se desfazer ao vento. Afasto meu dedo da boca e me viro na direção da morena com olhos atentos.
—Sim! Preciso falar com a doutora Abby Griffin urgente, um de nós está gravemente ferido!—e como se a mulher estivesse nos ouvindo, ela toma o controle do rádio.
—Raven, querida, o que aconteceu?— questiona com rapidez. O som em um chiado.
Clarke enrijece o corpo.
—Mãe?—pergunta com um bolo se formando na garganta.
Silêncio durante segundos agonizantes, ou ao menos seriam sem o barulho do equipamento.
—Clarke? Você está bem?
A loira massageia seu pulso ainda marcado pela pulseira e me olha cabisbaixa.
—Mãe, podemos fazer isso outra hora. Preciso que me ajude a salvar a vida de Finn.—corre os olhos pelo chão e volta ao garoto.
Retorno para o lado da maca. Finn está fraco e pálido, o pano ao redor da faca fincada em seu abdômen foi completamente inútil, o sangue escorre livremente para o restante de seu corpo causando manchas escarlate. Percebo que minhas mãos se assemelham ao mesmo tom avermelhado. Sangue seco. Se eu tivesse problemas com isso já estaria com certeza com a pressão fraca.
—Clarke, o Wells está com você?—a voz do Chanceler Jaha surge.
E como um tiro meu peito dói. Passo o lado de trás da mão na minha testa aos acontecimentos me invadirem com rastros de flashes. Não podemos esconder o que de fato aconteceu, portanto Clarke suspira em posição de se pronunciar.
—Sinto muito, Chanceler. O Wells... não resistiu.
Suas palavras são o suficiente para transmitir a mensagem.
Um raio atinge a região ao redor da nave, fazendo pessoas gritarem e nós nos tocarmos que a tempestade poderá se tornar outro obstáculo para nosso sucesso; os delinquentes aglomerados deixam o ambiente apertado e impossivelmente esterilizado.
—Clarke, preciso que me passe exatamente como está o ferimento.—a doutora volta a falar.
A Griffin passa a situação com termos que entendo apenas superficialmente e mesmo que queira não consigo prestar atenção.
Leva sua destra até a têmpora de Finn. Está com febre. Mas para a nossa sorte, se encaixa em um dos efeitos do trauma. Ela apoia as mãos na cintura e encara o teto repetindo cada instrução que a mãe diz.
Sei que a loira pode fazer isso.
—Bia e Raven, preciso que esterilizem as mãos e me ajudem a segurar o Finn.
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OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100
FanfictionComo um planeta que fora dominado pela radiação durante quase um século poderia transmitir um ambiente acolhedor ou até mesmo seguro para alguém? Regada por ainda mais ameaças e hostilidade, capaz de destruir qualquer um que ouse baixar a guarda, es...