We are grounders (Pt. 2)

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—Como paramos isso?—questiono com nervosismo explícito.

Clarke parece se fechar em sua mente a procura de soluções viáveis.

—Não temos nenhum coagulante aqui.—responde voltando a nos olhar.

Finn se levanta com rapidez.

—Mas Lincoln tem.—me encara. Já tinha entendido a loucura que ia fazer desde que citou Lincoln. É necessário se quisermos ter Raven conosco e a salvo.

A mecânica se vira para ele sem parecer se importar com a dor.

—Não, Finn! Você não vai morrer por isso!—seus olhos marejam em protesto.

—Se eu não fizer por você, então faço pelos outros... Se te perdemos, todos nós vamos junto.—ele se aproxima dela com uma feição suave, colocando seus fios de cabelo que escapam de seu rabo de cavalo perfeito atrás da orelha.

—Não...—diz baixinho com um nó na garganta.

—Vá.—Clarke pede.

Finn se retira rapidamente e nós três ficamos caladas numa atmosfera angustiante. Apoio uma mão na cabeça evitando de desenhar nosso fim que parece cada vez mais próximo. Raven está encostada na caixa de metal, fazendo do vazio seu melhor amigo de novo. Clarke estica as pernas e anda lentamente de um lado para o outro encarando o chão, até que se vira para mim.

—Jasper sabe emendar fios.—ela murmura parecendo querer se certificar de sua fala.

Sabendo ele ou não, sem pestanejar, pego o rádio sobre a caixa para tentar me comunicar com o Jordan.

—Jasper, precisamos de você aqui na nave agora! É urgente! Repetindo. Jasper, precisamos de você aqui na nave agora! É urgente!—exclamo.

O equipamento chia como resposta e nos conecta ao ambiente externo. Tiros passam zunindo e gritos anunciam o terror nas trincheiras. Começou.

Entendido! Estou a caminho.—sua voz confirma que está ciente e uma explosão ecoa distante. Algo me diz que as minas estão funcionando.

Desligo o equipamento respirando fundo. Pego minha faca na cintura e rio do quão inútil ela é neste momento.

—Não vamos ter tempo de arrumar isso.—Clarke mordisca a unha com um braço apoiado sobre o outro.

—Clarke, nós damos conta.—falo a olhando.

—E se isso não funcionar? Nós podemos matar alguns com o fogo, mas existem milhares deles lá fora! Nunca vão nos deixar em paz!—suas palavras são disparadas com tanta velocidade que quase acabo tropeçando nelas—Já pensou nisso?—gesticula as mãos.

—É um risco que estamos dispostos a correr. Se não funcionar...—abraço meu corpo com os tiros se aproximando da nave, viro a cabeça na direção e retorno para Clarke. Não preciso continuar a frase para ela entender.

—Ferramos com tudo, não foi?

—Olha, que tal vocês duas pararem?—Raven chama nossa atenção de cabeça cheia. Arruma sua posição com dificuldade e reproduz uma expressão dolorida.

Passos se aproximam de nós.

—Do que precisam?—Jasper aparece na nossa frente com o rosto sujo cortando a discussão.

—Vem conosco.—Clarke pede se virando para descer.

—O que aconteceu com ela?—ele questiona assustado com a situação de Raven.

Ela por sua vez, respira fundo ao invés repassar os fatos.

—Não temos tempo para explicar.—digo e me aproximo da passagem para a fiação, puxando ele pelo pulso—Sabe emendar fios, certo?

OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100 Onde histórias criam vida. Descubra agora