OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100

Get me out of here

—Podemos ir mais rápido?—Finn pergunta abrindo espaço entre as folhagens que prejudicam nossa visão.

—Nós já estamos correndo.—procuro acompanhar o passo.

—Tomem cuidado, aqui é território dos terrestres, não se lembram?—Bellamy se vira para nos olhar como advertência.

—Tudo aqui é território dos terrestres, Bellamy.—Murphy bufa com a respiração descompassada—Olha, eu não aguento mais andar, vamos dar uma pausa.—apoia as mãos nos joelhos sem esperar palavras a seu favor.

—Também não aguento mais.—Sterling para ao seu lado.

—Não, nós não podemos!—Finn exclama irado—Não ouviram o terrestre? Logo eles perdem a utilidade. Vão matar nosso povo se não irmos agora!

—Eu ouvi o que ele falou quando estava com uma arma na cabeça. Colocou ele contra a parede.—falo centímetros à sua frente recuperando o esforço da caminhada—Me desculpe, mas você está agindo feito a droga de um idiota!

—Olha, eu não queria fazer aquilo!—retruca gesticulando sem jeito.

Nossos olhares se desafiam em uma disputa de quem carrega a razão.

—Já chega, está feito!—Bellamy supera nosso tom, nos fazendo ficar em silêncio—Vamos dar um tempo.

Desvio o olhar para ele um tanto aborrecida por Finn. Ele não entende que estamos na mesma merda de situação? Imagina se todos tivéssemos perdido a cabeça!

—Gente...—Monroe fala apontando com sua arma para a frente.

Como estou de costas, me viro. O caminho se assemelha em quase todos os detalhes ao cenário da batalha no nosso acampamento. Corpos sem vida, membros decepados, sangue seco e um rastro de algo extremamente pesado marca o chão. Os ferimentos não são de armas, não estavam brigando no momento da morte.

Aparentemente...

Andamos em silêncio mais para a frente e encontramos um penhasco, onde lá embaixo um pedaço enorme de metal jaze em destroços.

Não é uma estrutura qualquer.

—Outra parte da Arca.—falo com a voz presa na garganta.

—Aterrissagem difícil.—Murphy não dá a mínima.

—Nós... não podemos ajudar ninguém. Temos que ir.—Bellamy se vira para andar assim como os outros. Mas eu permaneço parada atônita.

Era o nosso povo.

—EU NÃO QUERO MORRER!—uma voz surge inesperadamente do penhasco.

Me aproximo ainda mais da ponta com cautela e vasculho o abismo mortal abaixo de meus pés.

—O que foi isso?—Bellamy indaga voltando com os outros.

—Não sei, parece que tem uma pessoa em perigo.

Analiso cada pequena parte com ambição. Nos destroços, na vegetação detonada, na encosta irregular do penhasco...

—Ali!—aponto.

Uma garota se sustenta sobre uma rocha exposta logo abaixo de nós com um tecido envolto em seu torso preso no galho próximo a sua cabeça.

—MEL?!—Sterling questiona apavorado se apoiando com as mãos na beira.

—Conhece ela?—Murphy pergunta.

—Cala a boca Murphy, é minha amiga!—responde subindo o olhar para o restante do grupo como se pedisse alguma sugestão eficiente para o problema.