OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100

Prevalecer

-Clarke está em negociação?

Tento me colocar a par do nosso caminhar.

-Raven e o piloto foram levados por McCreary e seus homens, tem os únicos que podem fazer a nave funcionar.-Bellamy detalha a informação que recebera-Clarke está impedindo que mísseis nos atinjam.

-Diyoza?

-Junto com ela. Temos uma confiança cega.

Miro o céu dando adeus à lua. Talvez ataquemos em algumas horas, não podemos esperar por mais um dia.

-Então precisamos do plano para ontem.

-Temos que dar espaço à Maddie.-dá a volta na mesa de estratégias de Octavia-Gaia foi atendida e está estável, orientando como a garota poderá se guiar pela Chama e contatar seus ancestrais. Acredite, eu tentei acelerar, mas leva tempo.

-Tudo bem.-bufo como uma válvula para diminuir estresse-Ao menos os guerreiros estão dispostos. Quase perdemos a maioria no mandato de Octavia. Falando nela, viu como está?

-Como se cumprisse uma dívida em silêncio. Não quer ninguém por perto.

-Ela vai superar.

Subo uma mão aos cabelos, sei que meu semblante está cansado, de que outra forma poderia estar? Tombo a cabeça de leve para o lado e consigo ter um sorriso roubado quando noto que me estuda. Tudo esteve um turbilhão desde a arena, ainda está.

-Eu estava planejando algo melhor depois de, bem, sabe, você me roubar na rampa.-inclina a cabeça e arqueia as sobrancelhas, sutil.

-Diz isso como se não tivesse apreciado.-contenho um riso ruborizado. Foi uma conexão rápida, seria um arrependimento e tanto se tivesse deixado passar-De qualquer forma, você é bom com as palavras, mesmo com pressa.

-Não era minha boca dizendo. Era o meu coração.-e ele consegue me derreter de qualquer jeito-Olha, eu sonhei com o nosso reencontro, mas fiquei incerto assim que pisei na Terra. Achei que pudéssemos ter sido só mais um capítulo da sua vida.-seus passos investem lentamente na minha direção.

Sua feição esconde alguma sombra de insegurança, sendo capaz de também expressar algo como ternura. Teremos tempo para isso, eu sei que vamos ter. Estou perto de finalmente me ver completa, a sorte precisa estar ao meu lado ao menos uma vez nesta caminhada cheia de tropeços cruéis. Seus dedos me tocam ao lado do rosto, como encostar em um sonho. Meus traços se entregam e eu apoio a mão sobre a sua.

-Vivemos pouco, mas o muito pode ser insuficiente para alguns.-tudo o que meu corpo quer, é flutuar. Faço questão de mantê-lo bem firme no solo e agarrar uma linha frágil à realidade-Já estava certa do que queria há muito tempo.

Ele me beija, apaixonadamente. Cada extensão do meu corpo é agraciada por uma onda aconchegante e viciante, a mesma que quer fazer um estrago bagunçando meus sentidos. Intensifico, feito um comando automático. Percorro meus dedos por sua pele pouco exposta na roupa pesada de guerra e afundo em seus fios castanhos. As mãos firmes e precisas descem até minha cintura e me posicionam com cuidado sobre a mesa, a qual rezo para ser resistente. Sorrio. O ritmo abraça o mais sutil, simplesmente aproveitando o momento. Nossas bocas se separam, mas nossas testas se unem. Apoio um pulso sobre o outro atrás de sua cabeça e tenho a ideia de talvez me beliscar.