Cortante chuva

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O dia amanhece com o sol queimando nossas peles. Pessoas feridas são tratadas por Jackson, Ben e Clarke, afinal, o disparo pode não ter sido forte a ponto de matar outros, mas causou danos significativos. Uma rota alternativa para entrar no bunker foi feita, permitindo que peguemos o que for preciso. Incrivelmente, rações que ficaram para trás agora nos nutrem. Cada um recebeu um ziplock com duas tiras finas, o que nos leva a adiar a refeição até que seja realmente necessária.

Deixo para trás a sala onde os jovens estão reunidos, mas custei a fazer até que parasse de me certificar se o mais novo não sofreu escoriações no ataque. Ao lado de fora no corredor, paro durante um segundo para decidir qual rumo tomar.

—Como está o garoto?—Niylah aparece de um deles.

—Está bem.—cruzo os braços meneando a cabeça—Melhor deixá-lo em segurança aqui embaixo.

—Por que não fica também?—se aproxima com a trança enfeitando o ombro esquerdo—Muitos preferiram permanecer no bunker.

—Preciso acompanhar as decisões de Octavia. Ouviu suas palavras ontem.

—Já estamos em guerra.—fita o chão em lamentação—Tem pessoas com quem também se importa para salvar, não é?

Caio os ombros com um suspiro. Penso em Kane, que foi por conta própria, e em Raven e Murphy, os quais tem a vida realmente em risco. A vantagem se foi e sabe-se lá Deus o que podem fazer com eles diante disso.

—Também são minha família.

—Conte comigo se precisar de alguma ajuda.—exibe um sorriso abatido, apoiando uma mão em meu ombro enquanto segue para o fundo do corredor.

Olho uma vez para a sala, insegura de partir para o exterior e não estar por perto para protegê-lo, porém sei que estará em segurança no nível mais baixo do bunker. No momento, o real perigo avança pelos ares e carrega mísseis para algum pequeno recado. Subo as escadas e saio, pegando novamente o toque quente do sol. Octavia deve estar em reunião com seu povo, pois não a vejo, então tenho minha atenção atraída até Miller que é parado de sua caminhada por Clarke e Bellamy. Ele está encapuzado e com roupas grossas, carregando uma mochila nas costas.

Franzo a testa e me junto a eles.

—Mais uma... Vocês não deveriam estar aqui.—reclama.

—Vão para o Vale Raso, não vão?—Clarke insiste. Ele aperta a boca.

—Vão sair?—me intrometo.

—É um dos batedores.—ela me olha de canto, voltando-se depois para Nate—Não podem ir. Ou precisariam da minha ajuda para sobreviver.

—Que diferença faria?—é indiferente.

—Sei que vão pegar a rota mais rápida, seriam engolidos pela tempestade de vidro.

Miller encara Clarke como se tivesse finalmente ciência das entrelinhas de um contrato, enfim demonstrando entender — ainda com um pé atrás — no que estão se metendo. Faço o mesmo, me perguntando o que exatamente está falando.

—Precisamos ver Octavia.—Bellamy determina, começando a andar até onde provavelmente se encontra.

O seguimos, atravessando grossos panos que cobrem a entrada de uma das casas. A Griffin, que está na frente, é impedida de dar mais um passo diante a lança afiada que entra em contato com a sua barriga.

OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100 Onde histórias criam vida. Descubra agora