I became the death

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—Bom, estamos todos mortos.—falo sozinha com um sorriso falso mordiscando a ponta da unha.

Não estamos prontos para a porra de um ataque. Seremos trucidados ao amanhecer. Algumas balas não os impedirão de avançar sobre nós.

—O que faremos com ele?—Bellamy pergunta contendo sua raiva quase palpável.

Murphy dobra os joelhos e abraça contra o próprio corpo, como quem esperasse seu julgamento. Avalio seu estado. Não está em condições de ir, seria entregue de bandeja para a morte certa.

—Ele vai ficar aqui até melhorar. Quando melhorar, vai embora.—levanto meu olhar para o Blake.

—E se ele não for?—rebate.

—Aí... matamos ele.—blefo. Não deixarei Murphy morrer por nossas mãos, mas não posso estabelecer confiança na parte dele depois de tudo. Rezo para que faça a decisão certa, pois sei que Bellamy não o perdoará.

O moreno assente com a cabeça e se vai. Acredito que estar no mesmo ambiente que ele seja muito para suportar.

Caminho até um assento e o ocupo. Minha mente parece apenas querer focar no caos iminente.

Como vamos saber que chegaram? Atacarão com força total ou nos eliminarão um por um sorrateiramente até sobrar um pequeno grupo para dominarem?

—Você se feriu?—Clarke pergunta chamando minha atenção.

Olho meu braço e o corte feito pela flecha já deixou uma grande mancha no tecido da minha roupa. Não dava importância para sua presença até vê-lo, acho que a adrenalina fez seu trabalho de amenizar a dor.

—Ah, isso. Não foi nada.

—Vem aqui, preciso ver como está.—insiste.

Ando até ela.

Puxo a manga da roupa para que veja melhor.

—Não está tão ruim assim, sério mesmo.

Ela franze o cenho.

—Não é tão fácil se livrar da Clarke.—Finn fala com um risinho e a loira o olha de cima a baixo.

—Se quiser ter uma infecção e uma cicatriz bonita, é, não está tão ruim.—ironiza. Repuxo os cantos da boca em uma linha reta; me convenceu—Senta ali.

Bufo e tomo o assento próximo a Murphy. Clarke vai pegar o que precisa para tratar isso, juntamente com Finn. Só de pensar na ponta fina me perfurando a dor demonstra aumentar a cada segundo, mas fechar o ferimento é o primeiro passo para impedir um contratempo neste momento em que estamos.

—Espada?—Murphy pergunta, encaro ele e penso se devo responder.

—Flecha.—encosto a cabeça no estofado duro.

—Sei a sensação. Se foi apenas o material frio que te cortou, teve sorte.—direciona o olhar para mim, deixando mais visível seus cortes no rosto.

A lâmina envenenada de Finn...

Estarei morta antes do dia seguinte se este for o mesmo caso. Um frio percorre minha barriga com a possibilidade. O que posso fazer é acreditar ser um ferimento normal.

—Relaxa, faísca. Vai sobreviver.—tosse cobrindo a boca com o antebraço lendo minha mente conturbada. O apelido passa batido.

—Somos sobreviventes...

Tudo o que aconteceu desde que chegamos passa na minha cabeça como um filme. Quem diria? Seria uma boa história pra contar no futuro. Depois de um final feliz, claro.

OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100 Onde histórias criam vida. Descubra agora