Shooting stars

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Procuramos ele por todo acampamento na esperança de eu estar errada e ele estar fazendo qualquer outra estupidez, mas nem sinal. Ponto pra mim. Já estava quase amanhecendo, quando vejo Clarke e Finn cruzarem os portões.

—Você viu a...— Finn começa a falar, mas não o deixo terminar.

—Sim, eu vi a cápsula e estou indo atrás dela, na verdade atrás do Blake, que saiu antes de nós para procurar.—falo rápido o suficiente para a confusão se estampar na cara de ambos—Ele vai fazer alguma merda...—nego com a cabeça descansando as mãos na cintura.

—Vamos com você, Bia.—Clarke fala ao processar minhas palavras e nós três saímos às pressas.

Se demorássemos mais, sabe-se lá Deus o que ele poderia ter tempo de fazer.

Adentramos na floresta sem pestanejar em direção ao ponto de aterrissagem da cápsula. Portamos nossas facas e um tipo de capa, caso a névoa ácida resolva acontecer de novo e nos encurralar. Vou na frente acompanhando Clarke, que estranhamente parece perdida em pensamentos. Finn nos dá cobertura.

—Bia, precisamos conversar...—fala só para eu ouvir, demonstrando inquietação. Faço sinal para ela continuar—Eu e o Finn... nós...—é incapaz de terminar a frase, mas me lança um olhar sugestivo.

Meu Deus! Vocês ficaram?—falo boquiaberta quase alto de mais. A loira cora a bochecha me condenando com os próprios olhos e rio fraco. Sabia que uma hora ou outra aconteceria.

Mesmo depois dessa revelação, seguimos em frente, ainda tentando apertar um pouco mais o passo. Sinto que Clarke evita deixar seu olhar recair no garoto logo atrás de nós, deve achar que ele pegou algo da conversa, mas para a sorte dela posso dizer que não ouviu nenhum pio.

Metros à nossa frente, avistamos uma densa coluna de fumaça ganhando vida atrás de algumas gigantescas árvores.

—Acho que encontramos.—digo.

No momento que as atravessamos, vemos a cápsula, quase completamente detonada, mas ainda é uma cápsula considerável. Corro até ela sendo seguida por Clarke e percebo que a porta está um pouco aberta. Algo me diz que não foi pelo impacto. Empurro a mesma com um pouco de força e vejo... uma pessoa? Exatamente, é uma pessoa. Uma garota para ser mais exata, possui escoriações pelo rosto e a testa ensanguentada, provavelmente a bateu na reentrada. Seu olhar me analisa avidamente um pouco desconfiado.

—Eu consegui?—me encara em busca de alguma resposta positiva.

—Sim, você está na Terra.—respondo e vejo que a faço sorrir de felicidade.

Eu e Clarke ajudamos a garota a descer, com cuidado para que não se fira mais em partes quebradas.

—Beatriz! Clarke! Acharam alguma coisa?—Finn questiona correndo até nós por estar mais distante, mas parece que paralisa no lugar ao ver nossa nova companhia—Raven?

—Finn!—ela sai correndo e o abraça fortemente, beijando sua boca em cumprimento.

Ah não.

Olho temerosamente para Clarke e sua expressão está péssima. Exala tristeza e aparentemente se encontra sem palavras. Foi um terrível momento para tudo isso, definitivamente.

OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100 Onde histórias criam vida. Descubra agora