Começaram uma guerra

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—Bellamy Blake... O que quer, atirador?—o Chanceler Jaha pergunta áspero.

Já tínhamos entrado em contato para poder esclarecer as coisas com a estação da Arca. Apenas ligamos o rádio e esperamos pela conexão, foi quase que instantânea.

Monty e Raven parecem ter trabalhado bastante para melhorar o meio de comunicação. Além da voz, agora podemos visualizar o rosto de quem fala através de uma pequena tela.

—Eu vim aqui para pedir seu perdão.—Bellamy diz sem enrolação, mas seu olhar ainda vacila.

—Pedido negado.—Jaha fala com uma expressão calma.

O moreno me olha com uma feição decepcionada, como quem diz "eu avisei".

Mordo o lábio internamente.

Falei que tentaria ajudar neste caso, portanto, pondero buscando as palavras certas para me dirigir ao superior.

—E se ele entregasse para você quem o quer morto?—indago ao rádio—Senhor, Bellamy Blake foi quem nos ajudou a sobreviver. Se tornou nosso líder e... evitou que mais mortes acontecessem. Ele...—fito o Blake, analisando seu rosto momentaneamente—Ele merece uma segunda chance. Assim como nós, quando nos enviou para cá.

Batuco as unhas freneticamente na mesa de metal como descarga de ansiedade. O silêncio reina do outro lado, onde Jaha não desvia o olhar dele um mísero segundo, como se quisesse ver além do que sua visão pode captar.

—Bellamy Blake, está perdoado por seus crimes.—o Chanceler nos diz claramente com todas as letras, fazendo o garoto me encarar com ar leve—Agora me conte... Quem mandou você me matar?—questiona pausadamente, verificando se não tem ninguém por perto em sua sala.

—O Tenente. O Tenente mandou eu te matar, senhor.—se apressa.

Intercalo o olhar entre eles.

—Agradeço sua colaboração.—Jaha diz. Podemos escutar apenas chiados e ver a tela preta após, tudo indica que desligou.

Abro um sorriso pouco convencido me levantando.

—Ótimo, pode me agradecer depois, Blake.—vejo ele rir—Vou descansar um pouco.—me despeço com um gesto de mão e saio andando da nave em direção à minha barraca.

—Boa noite, Pierce.—escuto ele dizer antes de eu sair. Bom, é a primeira vez que me chama pelo sobrenome...

Ao lado de fora, uma pequena parcela dos delinquentes andam ainda desorientados pelo acampamento. Parece que nem todos repudiaram os efeitos das nozes.

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Acordo sozinha, sem nenhum barulho ou pessoa me chamando. Acostumo os olhos com a claridade da luz e me viro de lado cautelosamente para ver o restante da barraca.

Octavia não está. Suas coisas estão intocadas desde ontem, o que entrega que não dormiu.

Pelo menos não aqui.

A preocupação toma uma posição significante na minha cabeça, me deixando inquieta, mas também uma chama de esperança se acende com o pensamento de que pode ter mudado de ideia em relação ao terrestre.

Me sento na cama e levanto. O corpo já não dói mais quanto antes, então resolvo ajudar em alguma tarefa útil.

Boa tarde, florzinha amarela que vi logo ali.—palavras emboladas me atingem quando tiro o pé para o lado de fora.

OUR DEMONS - ᴛʜᴇ 100 Onde histórias criam vida. Descubra agora