LXIV

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#mymfanfic

Samuel

- Myers, esse projeto está ótimo. – ouvi minha chefe falar depois da apresentação e sorri satisfeito.

- Obrigado.

- Vamos apresentar ao cliente na segunda-feira e eu acredito que nada será rejeitado, porque está realmente ótimo e eu acredito que você acabe responsável por muitas coisas deles aqui na Califórnia.

- Vamos torcer por isso.

- Podemos encerrar. – a senhora Downey falou e eu assenti.

"Almoçamos juntos?", mandei para Juliana assim que saí da sala de reuniões e ela demorou uns vinte minutos para responder, enviando uma foto enquanto era maquiada para alguma coisa: "sem chance, cabeçudo, vou fotografar pra CK o dia inteiro. O fim de semana inteiro. Nem vou almoçar, na verdade.". Resmunguei pouco satisfeito, já pronto para sair do escritório e ir almoçar totalmente sozinho e abandonado.

"Como foi a apresentação?", perguntou. "Ótima, aprovada pela chefe e segunda mostro pro cliente", respondi, mas ela não mandou nada, provavelmente estava terminando de se arrumar para tirar as fotos.

Nós voltamos de Sacramento logo depois do almoço do dia primeiro de janeiro, ambos precisavam trabalhar e, desde então, há vinte dias, eu vi Juliana exatas duas vezes. Ela estava trabalhando loucamente na revista, fazendo os vídeos do canal e campanhas para maquiagens, roupas e, agora, para a Calvin Klein.

Quer dizer, essa era a segunda sessão de fotos, já que a primeira até tem saído em revistas e outdoors pela cidade, o que me dá uma boa vista quando passo e vejo, mas uma pontinha de inveja (não direi ciúmes publicamente, mas é exatamente isso que eu sinto) do modelo ao lado dela. É bem surreal passar por um outdoor com a foto da sua "namorada" pra todo mundo ver e cobiçar.

Pois que cobicem, quem namora com ela sou eu!

Quer dizer, não namorar, mas... é isso mesmo.

Passamos os feriados de fim de ano em Sacramento e, queria dizer que Juliana foi bastante importante na missão "passar as festas de fim de ano sem querer bater a cabeça na parede e morrer por motivos óbvios que sempre me deixaram perturbado". Ela fez de tudo para que eu ficasse ocupado e distraído, me fez rir muito e me manteve bem, animado e sem pensar muito sobre o assunto. Mas, sem dúvida, a melhor parte de irmos juntos para Sacramento foram as reações dos nossos pais e amigos ao descobrirem que estávamos juntos.

Eu sabia que geraria uma comoção, mas pensei que seria leve e não tão escandalosa quanto foi.

Nossos pais surtaram muito quando chegamos em Sacramento conversando como seres humanos normais, dando as mãos, sorrindo e trocando leves provocações em tom de flerte, foi assim que perceberam que estávamos juntos.

E, bom, essa é a nomenclatura do que nós estamos: juntos. Não tem uma definição formal de nome, por mais que isso tenha toda cara de um namoro, não conversamos a respeito disso e, dados os acontecimentos anteriores, melhor conversar e definir tudo antes de enfiar o carro na frente dos bois e acabar atropelado.

Quando estávamos em Sacramento, resolvemos anunciar essa novidade aos nossos amigos e, bom, foi escandaloso, mas muito engraçado. Marcamos de encontrá-los no mesmo bar, ela falou com as amigas e eu com os meus amigos, então quando chegamos juntos, de mãos dadas feito um casal, o surto se deu de forma igual.


- Você é muito bonita quando não está parecendo uma trombadinha. – provoquei e Juliana mostrou o dedo do meio sem se virar para me olhar, estava ocupada passando alguma coisa no rosto. – Podemos ir ou você ainda vai ficar mais duas horas passando essas tranqueiras no rosto?

Make You MineOnde histórias criam vida. Descubra agora