Samuel
Eu beijei Juliana Bennett.
Eu beijei Juliana Bennett no píer.
Eu beijei Juliana Bennett no píer, num pôr-do-sol.
Eu beijei Juliana Bennett no píer, num pôr-do-sol, no que pode ser descrito como uma cena de filme de comédia romântica barata.
O que caralhos estava passando pela minha cabeça?
Eu não faço ideia.
Mas a pior parte nem é essa.
A pior parte foi que eu gostei!
Não era pra isso ter acontecido, principalmente a parte em que eu joguei as roupas dela no Rio Sacramento e assisti todas as peças afundarem na água com bastante satisfação. Eu deveria ter pensado direito antes de fazer isso, mas é claro que não pensei. Eu não pensei, porque pensar em Juliana me remete à conversa que tive com Josh e todas as merdas que foram acontecendo com o passar dos dias e só me deixaram um tanto mais confuso e insatisfeito comigo mesmo.
Eu realmente deveria ter ido falar com Kelly, seria mais fácil do que jogar as roupas da Juliana na água (uma ideia ótima em termos de limitar muito as ideias de vingança que ela pode ter, mas uma ideia burra se essas roupas forem caras) e deixar a coitada com a roupa do corpo, apenas. Claro, não seria fácil explicar porque eu falei o nome de Juliana ontem à noite, mas teria sido bem mais racional e inteligente.
Agora estou com dois problemas: beijei Juliana (e gostei!!!!) e joguei as roupas dela fora, o que a deixa apenas com as roupas que está usando. E, talvez nos leve a um terceiro problema se ela ligar pra minha mãe e contar!
Claro, vamos acrescentar mais uma coisa a essa lista: ela me beijou de volta.
- O que foi isso? – Juliana perguntou, se soltando dos meus braços e me olhando atordoada e um tanto surpresa.
- Um beijo.
- É, mas... por quê?
- Por que você me beijou de volta? – perguntei e ela abriu e fechou a boca três vezes, mas não falou nada.
Ela também não sabia o que responder sobre aquilo.
E era até melhor que ela não falasse nada mesmo.
Porque eu não faço a menor ideia do que falar ou fazer.
Juliana ainda me olhava um tanto perplexa quando larguei as malas vazias perto dela e fui para o carro. E permaneceu lá enquanto eu dava ré e saía daquele lugar, porque eu tinha que desaparecer antes que acabasse fazendo alguma merda, tipo me jogar no rio.
Ou beijá-la de novo.
Quais eram minhas opções de escape?
Eu não sairia pra beber, isso tendia a dar muito errado quando eu voltasse pra casa (normalmente dá errado em filmes e séries, então se levarmos em consideração todo o cenário em que esse beijo aconteceu, melhor evitar!) e estou de carro. Não posso simplesmente aparecer na casa de nenhum dos meus amigos, não preciso desse tipo de dor de cabeça por enquanto. Não posso ligar pro Harry, porque é outra coisa que não preciso na minha vida nesse momento é que ele fale "eu avisei" e ainda me xingue por causa das roupas da irmã dele que, agora, estão no fundo do Rio Sacramento.
Eu vou chorar.
- Pensa Samuel, pensa. Você precisa pensar. – falei sozinho, aumentando o volume do rádio e sem prestar atenção de verdade no que estava ouvindo.
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Make You Mine
FanficJuliana nunca teve um sentimento tão negativo por uma pessoa como tem pelo melhor amigo do irmão desde que tinha apenas 5 anos e ele 10. Os dois nunca se deram bem, por vezes as brigas tomavam proporções muito maiores do que deveriam e ninguém nunca...