XXVII

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Juliana


Eu acordei com o despertador habitual para que eu fosse correr antes de ir pra aula e depois trabalhar, mas quando fui desligá-lo, notei que havia um bom número de mensagens. A primeira era do jornal: não teríamos expediente presencial naquela semana, o tornado que tinha sido noticiado como "se aproximando, mas talvez desvie" no fim de semana, não tinha desviado e estava ali. E as aulas estavam suspensas também, pelo menos naquela semana.

Quando saí do quarto, depois de lavar o rosto e trocar o pijama por uma roupa normal, encontrei Samuel na sala com a televisão ligada, uma caneca em mãos e assistindo as notícias sobre o tornado. Pelo que ouvi falarem no jornal, é um tornado forte e causará estragos, principalmente porque há muita chance de que ele toque o solo. E aí estamos muito, muito fodidos.


- Temos que colocar as coisas lá de fora na casa da piscina. – falei e Samuel assentiu.

- Acho que estaremos seguros aqui dentro, mas vamos lá guardar tudo e nos assegurar de que nada possa acabar voando por aí e machucando pessoas. – falou, ficando de pé.

Nós não demoramos muito a guardar o que estava do lado de fora e eu liguei para os meus pais, vendo Samuel fazer o mesmo. Tranquilizei os dois sobre a situação e disse que entraria em contato logo, se os sinais de celular continuassem funcionando. Harry foi o próximo a receber uma ligação e, antes de desligar por precisar voltar ao trabalho lá em Nova York, ele disse que deveríamos mandar notícias sempre que fosse possível.

O café da manhã foi silencioso. Por mais acostumados que estejamos com esse tipo de coisa, afinal acontece todo ano, é sempre muito impactante quando chega essa época.

- Acho que precisamos comprar suprimentos. – falei e ele assentiu. – Você vai ou prefere que eu vá? Vamos juntos?

- Posso ir. – ele deu de ombros e eu assenti.

- Parece que em Sacramento não vai acontecer nada. – falei e Samuel me olhou pela primeira vez durante aquela refeição. – O que acha de irmos pra lá?

- Não podemos sair de Los Angeles.

- Não podem nos obrigar a ficar aqui quando a porra de um tornado está se aproximando e pode sair levando tudo que encontrar pela frente.

- Pegue seu carro e enfrente a rodovia então, se encontrar o tornado pelo caminho, diga que mandei um oi. – respondeu desaforado.

- Infelizmente ele não vai carregar você e seu maldito ego gigante. – falei e ele riu.

- Estou me retirando e me reservando no direito de ficar longe de você enquanto for obrigado a ficar nessa casa com sua não desejada presença.

- Vá se foder.

- Já estou me fodendo o suficiente ficando preso a você no meio de um maldito tornado.

- Eu te odeio tanto que não deve existir uma quantidade grande o suficiente pra expressar o quanto é isso.

- Sabe o que dizem sobre isso, não é? – provocou, ficando de pé, e deu um sorrisinho antes de falar. – Que tem cara de problema seu, estou pouco me fodendo e espero que você vá pro inferno.

- Prefiro não, porque você com toda certeza vai pra lá e eu não quero ter sua companhia pela eternidade.


Samuel não respondeu, apenas deu um sorrisinho e saiu da cozinha. Eu quis dar um grito, mas apenas lavei o que foi sujo, guardei as coisas e fui pro meu quarto. Postei alguns stories sobre o tornado e enviei uma mensagem para Zara, queria saber se ela tinha onde ficar e se estava tudo bem. Por sorte, sim, estava tudo bem com ela e Dex e os dois ficariam bem seguros durante esse maldito tornado.

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