VII

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Juliana


- Você fez isso mesmo? – Daphne deu uma gargalhada e eu assenti, também rindo. – Vocês precisam crescer e superar aquelas briguinhas de Sacramento, Jules.

- Ele pediu por isso, Daph. – dei de ombros. – Mas, me conte... como andam as coisas em Boston?

- Cansativas pra caralho! Romantizam Harvard em filmes e séries, essa porra é difícil demais! Eu estou estudando todos os dias o dia todo! É gratificante, mas cansativo demais! Porém estou amando. – desabafou, fazendo com que eu risse.

- Amiga, Harvard é pra você. Você arrasa e vai ser o maior destaque. Aposto.

- Quem me dera... – resmungou. – Não tive nem tempo de sair pra outra coisa que não seja o supermercado e o campus!

- Teremos tempo pra isso nas férias, antes de você vir pra cá, vou te visitar e vamos sair pra conhecer algumas coisas.

- Tudo bem, mas depois vamos passar bons dias indo para a praia. E depois Sacramento!

- Por favor. Precisamos de um pouco de casa também.

- Mas, nesse momento, preciso estudar pra uma prova prática amanhã. – resmungou. – Eu odeio Harvard.

- Odeia nada. – respondi rindo. – Conversamos depois. Bons estudos e boa prova amanhã, você vai fechar!

- Não espero nada menos que isso. Cuide-se, Jules. Por favor. – pediu e eu assenti.

- Você também, Daph. – respondi e ela me mandou beijos de despedida, encerrando a chamada e eu deixei o celular de lado e levantei da cama.

Preciso revisar a matéria do dia e ainda preciso fazer um post de divulgação de uma marca, além de pensar muito sobre o meu envolvimento enquanto blogueira na ação das irmandades para a UCLA.

Não sei se vale a pena esse tipo de envolvimento, as pessoas gostam de falar merda sobre o que não sabem e isso não é o tipo de coisa que eu goste, já recebi muito ódio desnecessário e prefiro não envolver as ações que faremos nesse mundo tão difícil e hostil que é o "lidar com o ser humano que acha que todos os aspectos da vida de uma pessoa pública são públicos e não apenas aquilo pelo qual ela ficou conhecida".

Harry tinha avisado que não viria pra casa, tinha um caso extremamente difícil e passariam a noite no escritório revisando precedentes, provas e algumas outras coisas que nem me dei ao trabalho de prestar atenção, mesmo que eu tenha total certeza de que isso vai ter um lugar no LAT em breve. Harry já saiu algumas vezes no jornal por causa de seu trabalho e eu me sinto totalmente orgulhosa dele por isso. É um advogado totalmente competente e comprometido com o seu dever e é inspirador ver como ele ama o que faz.

Mandei algumas pizzas para o escritório e o avisei que elas chegariam em breve, porque se tinham que trabalhar, precisariam estar abastecidos. Ele não respondeu, mas provavelmente veria o bilhete que pedi pra que fosse escrito. Ele e a equipe trabalham muito e espero que saiam bem sucedidos no caso que têm em mãos agora.


~*~


Samuel


Quando cheguei ao exterior do escritório, encontrei minha bicicleta com os dois pneus vazios. Eu teria ficado menos puto se não tivesse um saquinho com as duas tampinhas que vedam a saída de ar de cada pneu e um bilhete escrito: "boa sorte arrastando a bicicleta até em casa, Sammy.".

Se eu encontrar Juliana, eu vou matá-la de forma lenta e dolorosa.

Como eu sei que foi ela?

Ela é a única que me chama por esse apelido estúpido, porque sabe que eu o odeio e faz isso para me irritar. Tudo bem, eu a chamo de Juju pelo mesmo motivo, mas eu nunca fiz nada do tipo.

Quer dizer...

Não depois de adulto!

Eu quis ligar pro Harry e reclamar, mas ele não tem culpa de a irmã ser uma idiota sem escrúpulos e bom senso. Apenas tirei a corrente e segui empurrando a bicicleta até um posto de gasolina, que fica longe para um caralho, e enchi os pneus – anotar que essa idiota me deve cinco dólares! – e fui pra casa com ódio.

- É oficial, Venom, nós odiamos Juliana Bennett mais ainda agora. – falei quando entrei em casa e peguei o gato no colo. – É, ela é uma idiota. Mais do que o habitual! Acredita que ela teve a audácia de ir até o escritório apenas para esvaziar os pneus da minha bicicleta? Agora nós precisamos pensar em algo pra fazer com aquela patricinha fútil que só sabe ficar na internet. – falei, segurando Venom de frente pra mim e ele me encarava com seus enormes olhos verdes. – Mas, primeiro, vou tomar banho. E fazer nosso jantar.

Coloquei Venom no chão e segui até o banheiro para tomar um bom banho que se faz muito necessário, principalmente por ter andado tanto por culpa daquela idiota.

Mas ela me paga! Dizem que a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena, mas se eu morrer depois de matar Juliana, tudo bem. Posso viver com isso. Ou morrer.

-

Nota da Autora: Oi vocês!

Capítulo pequenininho, mas fica aqui a info de que Samuel vai se vingar (e a vingança é um prato que se come frio, então ele vai planejar bem e quando a hora chegar...) e Juliana terá que lutar muito.

Espero que tenham gostado, não esqueçam de comentar :)

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