Capítulo 12

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Me mantive em pé na porta, olhando toda aquela situação, pasma, aquele realmente era o padre BaekHyun, eu reconheceria aquele rosto em qualquer lugar do mundo. Ele não havia mudado nada desde nosso último encontro, o qual o padre foi levado pela polícia, acusado de ter violentado uma aluna. Os anos passaram e ele continuava o mesmo, como era possível?

O rosto angelical, o sorriso quadrado, aquela áurea de homem santo, ainda estavam ali, bem visíveis; nada realmente havia mudado, o padre Byun ainda era capaz de me causar aquele formigamento no estômago. Eu já não era mais aquela adolescente rebelde de antes, cheia de fogo e luxúria nos olhos, desejando o que não podia ter, mas mesmo assim a presença dele ainda mexia comigo.

Deixei meu passado para trás naquele incêndio, que ninguém descobriu, bem, a única coisa que descobriram foram as falcatruas envolvendo o diretor da minha antiga escola. A vingança foi amarga, devo dizer que apesar de fazer justiça aos tantos alunos que sofreram injustiças naquele lugar, não me senti vitoriosa como imaginava.

O padre BaekHyun faria parte do corpo docente da escola como professor de matemática, sua antiga função anos antes. Dentro de mim tinham tantas perguntas sobre seu paradeiro, o que havia acontecido, se foi realmente preso e como conseguiu aquele emprego tendo ficha suja.

Todas as perguntas guardariam somente para mim, queria que ele esquecesse da minha existência e o que fomos um para o outro; eu era uma mulher adulta, amores proibidos e hereges não eram uma escolha sensata, algo que a nova Amanda nunca mais faria. Quanto menos ele soubesse sobre mim, melhor, a vida seguiria seu curso e eu a pessoa que a Dinda quisesse que me tornasse.

— Enfermeira Campos?! — o diretor me tirou da minha auto reflexão, tendo a atenção dos presentes, inclusive do padre.

— Sim? — tentei desviar de seu olhar enigmático fixado em mim.

— Esse é o padre Byun BaekHyun, o novo professor — o diretor apontou para o padre, que me lançou seu sorriso gentil, o qual retribuí de forma um pouco forçada, pois claro que eu conhecia aquele homem. — Padre, essa é nossa enfermeira, senhorita Belinda Campos! — Byun me encarou fazendo uma pequena mesura com a cabeça, fazendo com que repetisse o ato.

— Prazer em conhecê-lo, padre! — falei sucinta.

— O prazer é todo meu!

A forma como ele pronunciou aquelas palavras, justamente para mim, causou certo arrepio, sua entonação era diferente das outras vezes que repetiu essa mesma frase para os novos colegas de trabalho. Eu não queria estar imaginando coisas, conhecia os homens o suficiente para entender suas intenções, mas com Byun era diferente, tudo nele parecia uma caixinha de surpresas, que fingia ser transparente.

Depois das devidas apresentações, me apressei em ir para a enfermaria, ali parecia o ambiente mais seguro do colégio, onde podia suspirar alto e me martirizar do motivo de aquilo estar acontecendo, pois era uma coincidência fora do normal. A Coréia era cheia de escolas católicas, algumas ainda superiores, mas ele foi parar em uma do subúrbio de Busan? Não parecia algo tão provável e eu não queria descobrir.

A ignorância é uma dádiva!

Sentei em minha cadeira, soltando um suspiro enquanto cobria o rosto com as mãos — tudo aquilo era tão estranho e mesmo acreditando que o melhor era deixar aquilo de lado, meu lado curioso gritava em êxtase.

— Enfermeira? Sério? — tirei rapidamente às mãos do rosto ao ouvir aquela voz; o padre adentrou o meu local de trabalho, olhou para os lados, fechando a porta atrás de si. — Você escolheu uma profissão linda! — pisquei nervosa, mas logo me enchi de coragem.
 
— Obrigada, eu acho! — respondi na defensiva e ele riu.

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 2 (Byun BaekHyun)Onde histórias criam vida. Descubra agora