Capítulo 22

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Senti o ar me escapando dos pulmões, sufocando, fazendo com que perdesse os sentidos diante do olhar penetrante do padre Byun. Não, definitivamente não poderia estar sentindo aquilo naquele momento, muito menos pelo padre —não depois de anos.

Em todos aqueles anos foram para arrancar do peito o sentimento obsessivo que sentia com relação a ele, no entanto, lá estava, entranhado em minhas veias. Um suspiro escapou dos meus lábios, uma simples lufada de ar, para que pudesse respirar um pouco. Sem sucesso, apertei os lábios contra os dentes.

Meu coração não mais me pertencia, batendo acelerado à medida que o corpo do padre aproximava-se. Sua palma apertou-me nas costas, firme o suficiente para que não pudesse escapar. Eu não esperava — ou talvez esperasse sim, pois no fundo desejava aquilo mais do que qualquer um.

Lembrei daquele cheiro, o mesmo cheiro que contrastava com sua aparência doce e gentil. O padre Byun BaekHyun tinha cheiro de homem safado e eu nem sabia que os padres poderiam cheirar assim e nem se podiam usar algum tipo de perfume diferente. Ele tinha aquele cheiro de colônia masculina refinada, mas que de alguma forma nele era único.

Minhas palmas tocaram seu peito e pude sentir as batidas do seu coração, tão agitado quanto o meu; seu peito subia e descia conforme as batidas. O padre se curvou e como uma tola, fechei os olhos, esperando, sei lá, alguma coisa. Essa coisa veio e fez todo meu corpo estremecer.

Quando os lábios dele tocaram os meus, estremeci dos pés à cabeça. Então retribuí aquele beijo, pressionando nossas bocas — de início de forma desajeitada, para logo em seguida tê-lo sorvendo meus lábios. Padre Byun afundou os dedos em meus cabelos, movendo-se naquele ósculo proibido e esperado. O encaixe era perfeito, como se nos pertencêssemos um ao outro.

Ele andou comigo dentro daquela pequena sala e fui parar com o corpo pressionado contra a mesa, que fora erguido nesta. Na batida envolvente de nossos lábios sedentos um pelo outro, enquanto uma das mãos habilidosas do clérigo pressionava minha nuca, a outra apertava minha coxa por baixo da saia estilo secretária que estava usando naquele dia.

Podia sentir o seu desejo expresso em seu próprio corpo e talvez eu fosse sucumbir aquilo, deixá-lo me tomar, da mesma forma que desejei anos antes. No entanto, em meio ao sentimento de paixão transbordando de meu corpo, lembrei de DongHae, do seu olhar de decepção, quando pegou as malas e nossa filha, levando-a para longe.

Ainda éramos casados e por mais que desejasse profundamente o padre Byun, amava meu marido e estava disposta a tê-lo de volta, então traí-lo não era uma boa forma de restaurar o casamento. Me dando conta disso, empurrei o padre, afastando-o de vez.

— Linda... — estiquei o braço para que não se aproximasse.

— Foi um erro vê-lo — respondi cobrindo a boca com a mão. — Eu não posso deixar... não posso deixar a carne falar por minhas ações. — Encarei o padre, que soltou um suspiro. — Sou casada com DongHae e você é... — respirei fundo, apertando os olhos. — ... um padre.

Ele não disse uma única palavra, apenas dando um passo para o lado e entendi que não iria me impedir de ir embora. Estávamos fadados a seguir nossos caminhos separados e mesmo desejando estar em seus braços para cometer o mais fatal pecado — ele jamais seria meu.

Desci da mesa, arrumando a saia no corpo e dei-lhe as costas, saindo de vez daquela sala e de sua vida. Ao chegar na enfermaria, fechei a porta atrás de mim, pondo as mãos no peito, tentando controlar as batidas frenéticas do meu coração. Tocando os lábios, ainda era possível sentir os dele sobre os meus, então escorreguei na porta com as mãos na cabeça.

[...]

Encarei a tela do celular pela milésima vez, esperando aquela ligação que deveria saber que não viria. DongHae deixou bastante claro o tempo da nossa separação. Ele sequer me permitia ver Minhee, com a desculpa para não fazê-la sofrer.

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 2 (Byun BaekHyun)Onde histórias criam vida. Descubra agora