Capítulo 21

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Meus olhos se arregalaram quando vi o padre Byun com o que seria outro padre nos ombros, que logo reconheci ser Tomaz. Além de ficar surpresa com sua força descomunal por carregar um homem duas vezes seu tamanho, tinha aquele fato do motivo de fazê-lo.

O que realmente aconteceu naquele lugar? Wonho me encarou sem entender, no entanto, eu também não estava entendendo nada. Parecia uma loucura e encarando o rosto de Hoseok, percebi que tínhamos que fazer aquilo, seguir para descobrir para onde o padre Byun levaria o padre Tomaz.

Quando seu carro foi ligado, rapidamente corremos até o carro de Hoseok, que estava escondido atrás da escola e seguimos atrás do padre.

— Que merda aconteceu ali? — o maior questionou enquanto dirigia.

— Não me faça perguntas difíceis, que não sei a resposta. — Respondi com os olhos fixos no automóvel do padre à frente.

— Por que o padreco estava carregando o que seria nosso assassino? Pior, ele sabia sobre o cretino? — Wonho virou na minha direção com os olhos arregalados, enquanto eu mordia a unha.

— Estou confusa — murmurei.

— Linda, seu padreco voltou muito estranho. — Virei a cabeça o encarando. — Merda!!

Tudo estava uma grande bagunça que nem mesmo eu podia entender. Minhas lembranças envolvendo o padre Byun Baekhyun eram totalmente diferentes, como ele sendo gentil, amável e nada estranho — pelo contrário, era como uma luz. Desde sua volta repentina, ele agia de uma forma estranha, o olhar parecia mais atento, malicioso, assim como o sorriso de alguém que tentava camuflar seu verdadeiro eu.

Lembro de uma vez em uma reunião com os alunos no auditório. Ele olhava ao redor com cautela, principalmente para o corpo docente e quando percebeu que o encarava, me lançou seu sorriso gentil, no entanto, aquele sorriso escondia mais do que aparentava.

A todo momento desconfiei que ele poderia ser o assassino e falhei, pois se tratava de um padre qualquer, que nem mesmo eu notava. Na verdade, seu segredo poderia ser algo ainda mais insano, como caçador de assassinos. A polícia parecia muito longe da verdade e jamais imaginei que ele estava muito à frente de nós.

Mas por que ele está levando o padre Tomaz para longe e não para a cadeia?

Pensei confusa, pois nossa intenção sempre foi mandar aquele cretino para a cadeia, no entanto, os planos do padre Byun eram totalmente desconhecidos. Seu carro continuava na estrada principal, quando ele tomou um outro rumo, saindo da avenida e entrando por uma estrada de terra.

Encarei Wonho, que fez o mesmo percurso, mantendo toda distância possível para não sermos descobertos — até mesmo apagando os faróis. O caminho era escuro, mas conseguimos nos guiar bem. Seja qual fosse a intenção do padre Byun, levar um serial killer procurado para o meio do nada nunca era um bom sinal.

Mesmo na escuridão, consegui avistar o que seria uma construção antiga, talvez um galpão. Pedi para Wonho parar seu carro um pouco mais distante, assim não seríamos vistos. Então ficamos escondidos, enquanto o carro do padre parava de frente a esse galpão velho. Ele por sua vez saiu do automóvel e vi que ali já haviam mais dois outros carros, com homens de preto neles.

Eu não tinha certeza, mas os homens de preto tinham um colarinho branco, o que me levou a achar que eram outros padres — padres muitos estranhos, diga-se de passagem. Byun fez uma reverência, também sendo retribuído e foi até o porta malas do seu carro, puxando Tomaz de lá.

O homem parecia um saco de bosta, carregado por alguém duas vezes menor. Então os homens pegaram o padre desacordado e o jogou dentro de outro porta malas. Mais uma reverência foi feita e um deles, que parecia o líder, entregou um envelope para o padre Byun, o qual guardou dentro do paletó. Os carros deram partida, saindo noite adentro, enquanto o outro permaneceu sozinho, observando.

Padre_ Série: Desejo Profano Livro 2 (Byun BaekHyun)Onde histórias criam vida. Descubra agora